Além dos impactos no desenvolvimento linguístico da criança, isso denuncia um excesso do uso de telas, afirma a neuropsicóloga Dra. Karliny U.
Influenciados pelo uso excessivo de celulares e tablets, algumas crianças e adolescentes começaram a adotar uma forma curiosa de falar: cortam as palavras no meio. Por exemplo, em vez de dizer "Vou fazer minha lição", falam "Vou fazer minha li". Ou transformam "Vou beber suco de laranja" em "Vou beber suco de lar".
Essa tendência, chamada de "trend do corte seco", tem preocupado pais e educadores, pois, apesar de parecer algo inofensivo, pode afetar a alfabetização, o aprendizado e até a socialização dessas crianças.
O que é a trend do corte seco?
A "trend do corte seco" é uma moda entre crianças e adolescentes influenciada pelo uso de celulares e redes sociais, onde palavras são propositalmente cortadas antes do fim.
Alguns youtubers e tiktokers criam vídeos infantis usando um estilo de edição com cortes bruscos, interrompendo as frases antes que as palavras sejam completamente pronunciadas, tornando os posts mais dinâmicos e atrativos.
Como esse tipo de influência afeta o desenvolvimento das crianças?
De acordo com a Neuropsicóloga Dra. Karliny U., esse tipo de problema pode afetar o desenvolvimento cognitivo e linguístico da criança e indica um excesso de uso de telas.
“Essa moda pode impactar bastante o desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças ao expor-se repetidamente a essa forma truncada de linguagem, elas podem ter dificuldades em construir frases completas, prejudicando a comunicação e o aprendizado, pois elas estão em uma fase de aprendizado”.
“Além disso, o fenômeno reflete o excesso de uso de telas, que pode limitar interações sociais e atividades que são fundamentais para o desenvolvimento saudável”, alerta a Dra. Karliny U.
Dr. Fabiano de Abreu Agrela reflete sobre a mente humana e sua conexão com a neurociência e a filosofia
O neurocientista e filósofo Dr. Fabiano de Abreu Agrela, conhecido por sua atuação em áreas diversas, combina sua formação em neurociências e filosofia para explorar aspectos do comportamento humano e da evolução intelectual. Ele é autor de mais de mil frases e pensamentos que refletem sua abordagem interdisciplinar, integrando ciência e filosofia para compreender o papel do ser humano em um mundo em transformação.
Entre suas ideias, Dr. Fabiano aborda como a mente humana opera de forma generalista em muitos aspectos, algo que ele explica como parte dos mecanismos de defesa e prevenção do cérebro. Segundo ele:
"O ser humano tende a ser generalista, pois isso é uma expressão dos nossos mecanismos de defesa e prevenção. Nossa mente funciona como um sistema probabilístico, que utiliza estatísticas inconscientes para aumentar as chances de sucesso e minimizar riscos. Embora isso seja natural e evolutivamente vantajoso, a transformação comportamental impulsionada pela evolução exige que desenvolvamos maior resiliência e consciência em relação às exceções que fogem das generalizações."
Essa análise baseia-se em fundamentos neurocientíficos, como a utilização de heurísticas — atalhos cognitivos que permitem ao cérebro tomar decisões rápidas com base em padrões prévios. Esse processo, embora eficiente, pode levar a generalizações que não consideram nuances ou situações fora do padrão.
Reflexões que conectam ciência e comportamento
Dr. Fabiano observa que, em um mundo mais complexo, é essencial desenvolver maior flexibilidade cognitiva. Ele argumenta que a resiliência comportamental, ou a capacidade de lidar com situações que desafiem as generalizações, é uma característica necessária para lidar com os desafios da modernidade.
Essa visão é sustentada por estudos em neurociência e psicologia, que mostram que, embora o cérebro humano esteja naturalmente inclinado a simplificar informações para economizar energia, a adaptabilidade é um traço crucial para o progresso individual e coletivo.
Aplicações práticas no campo acadêmico e social
Além das reflexões teóricas, Dr. Fabiano trabalha para aplicar esses conceitos em iniciativas voltadas para o desenvolvimento humano, desde programas de apoio a crianças superdotadas até a promoção de abordagens educacionais e profissionais que respeitem a diversidade cognitiva. Ele também busca maneiras de unir filosofia e neurociência para promover maior compreensão sobre como os padrões de pensamento moldam a sociedade.
Sem se limitar a um único campo de atuação, suas ideias destacam a importância de integrar ciência e filosofia para compreender o comportamento humano em um nível mais profundo e encontrar soluções para desafios contemporâneos.
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