Crônicas

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Juiz obriga a correção do FGTS pela inflação em mais 20 processos

Outros cinco casos já haviam sido julgados favoravelmente; Caixa também não conseguiu reverter as primeiras condenações, que estimularam a avalanche de ações sobre o tema


Vitor Sorano - iG São Paulo | 31/01/2014 14:44:09

 
A Caixa Econômica Federal sofreu cerca de 20 novas condenações que a obrigam a corrigir o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação, e não pela Taxa Referencial (TR), como determina a lei.
As sentenças foram dadas pelo juiz Diego Viegas Véras, o mesmo que havia sido responsável pelas quatro primeiras decisões nesse sentido, em 15 de janeiro. Ele também negou os recursos apresentados pela Caixa nesses casos.
Para Viegas, que atua como juiz-substituto da 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu, os trabalhadores têm direito a que o FGTS seja corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-E), em vez de pela Taxa Referencial (TR), como prevê a legislação, pois essa última não garante a correção monetária dos saldos.
Além de Véras, a ideia da correção pela inflação já foi aceita em um processo por um juiz de Pouso Alegre (MG).
 
Decisões fortalecem avalanche de processos
As primeiras cinco condenações fortaleceram uma avalanche de processos que tomou força a partir de 2013. Segundo o último número disponível, já existem 30 mil ações que pedem a correção do FGTS pela inflação. Como muitas dessas são coletivas, a quantidade de pessoas representadas é ainda maior.
A Caixa, que havia vencido em 13,6 mil desses processos, apresentou então embargos de declaração contra as sentenças de Véras. Nesta semana, o juiz negou os pedidos em três dos processos, e acusou o governo de implementar projetos às custas de uma “quase nula atualização monetária” do dinheiro que os trabalhadores têm no fundo.
Os recursos do FGTS são usados, sobretudo, para financiar habitação. Mas, para Véras, “ainda que a pretexto de implementação de políticas públicas”, o Estado não pode usar dinheiro particular sem pelo menos garantir a manutenção do poder de compra desses recursos.
Procurada, a Caixa não se manifestou sobre as derrotas. O banco presidido por Jorge Hereda tem argumentado apenas cumprir a lei e que uma eventual correção dos saldos do FGTS pelp IPCA-E também levará a um aumento das taxas de juros cobrados nos financiamentos imobiliários.
A Caixa entende ainda que, como é apenas a operadora do fundo, quem deverá bancar as correções é o próprio FGTS.
 
Decisões favoráveis são minoritárias
Além dos quatro casos paranaenses, a Caixa também enfrenta uma derrota em Pouso Alegre (MG). Lá, o juiz Márcio José de Aguiar Barbosa, titular da 1ª Vara Federal Cível, determinou a correção do saldo do FGTS de um trabalhador pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
As decisões favoráveis aos cotistas, porém, ainda são minoritárias mesmo na primeira instância. Na última segunda-feira (27), o juiz José Denilson Branco, da 3ª Vara Federal e Santo André (SP), negou um pedido com o argumento de que a legislação não exige que a correção do FGTS reflita a inflação real. Até o momento, não há notícias sobre decisões favoráveis nos Tribunais Regionais Federais (TRFs).
Na semana passada a defensoria pública da união(DPU) disse que iria entrar com uma ação para solicitar a correção a todos os trabalhadores. Só não serão beneficiados por uma eventual decisão favorável nesse caso aqueles trabalhadores que perderam em ações individuais.
Entenda a disputa 
Desde 1991, os saldos do FGTS são corrigidos pela TR, que é definida regularmente pelo Banco Central. Essa mudança foi feita pelo presidente Fernando Collor (1990-1992) como parte do esforço para combater a hiperinflação do País, por meio do desatrelamento das correções dos contratos de índices inflacionários – o que ficou conhecido como desindexação da economia.
A partir de 1999, entretanto, a TR passou a perder para a inflação e, com isso, o poder de compra do dinheiro que o trabalhador tem no FGTS passou a ser corroído pela elevação dos preços. E, diferentemente do que acontece na poupança, que também é corrigida pela TR, não é possível sacar esses recurso a qualquer momento para buscar uma melhor remuneração.
Para os críticos, esse mecanismo causou perdas de até 100% para quem tinha saldo no FGTS em 1999 – à época, o fundo possuía 65 milhões de contas. Por esse motivo, trabalhadores e organizações (como sindicatos e associações) têm procurado a Justiça para pedir que a TR seja substituída por um índice que mede a inflação.
Esse movimento ganhou corpo no ano passado, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a TR não pode ser usada como índice de correção monetária nos precatórios, que são dívidas dos governos com a população. A ideia é que a mesma interpretação possa ser aplicada também ao FGTS, onde a lei estabelece que as contas devem ter correção monetária, mas impõe um índice que não garante a reposição da inflação.

iG
Postado por Cristovão Torres às 10:38 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Bierbike em Berlin

 





Cervejaria movida a pedaladas nas ruas de Berlin.
Os turistas adoram este tipo de passeio, tomam cervejas e pedalam pelas ruas da cidade, numa super bicicleta.
Quem comanda a Bierbike pelas vias pública da cidade de Berlin, que mantém o controle dos freios e a direção, é um funcionário da empresa, que não pode beber.
É um tipo de passeio pouco convencional, mas é um sucesso pelos turistas que visitam a Alemanha.



Postado por Cristovão Torres às 22:03 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

Justiça suspende todos os processos de correção do FGTS

Congelamento, obtido pela Caixa, deve durar até STJ analisar um dos casos que chegaram à Corte

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu todos os cerca de 50 mil processos que pedem a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação. A decisão foi tomada nesta terça-feira (25) pelo ministro Benedito Gonçalves, e valerá até que ele conclua a análise de um dos casos que chegaram à Corte.
A ação está no STJ desde maio passado, e ganhou velocidade após a Caixa Econômica Federal (CEF) sofrer algumas derrotas na disputa com os trabalhadores.
"Foi só aparecer condenação à Caixa e a coisa andou", afirma o advogado Rafafel Filisbino, responsáveis por uma das primeiras decisões favoráveis à correção pelo FGTS. "Para a gente é ótimo, pois [a disputa] vai  andar mais rapidamente", pondera.
Por lei, o FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR), que tem perdido para a inflação desde 1999. Isso leva à perda do poder de compra dos saldos que os trabalhadores têm no fundo. Por isso, a Caixa tem enfrentado uma avalanche de ações em que se pede a atualização dos recursos por um indicador inflacionário, como o IPCA ou o INPC, para garantir a correção monetária – também prevista em lei. 

iG


 
 
Postado por Cristovão Torres às 15:29 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

Arco do Triunfo em Paris

 

 
"Arco do Triunfo"
Esse monumento foi planejado por Napoleão, para celebrar suas vitórias militares.
Muito visitado por turistas do mundo inteiro que vão a Paris, foi inaugurado em 1836.
No seu interior existe um museu, em homenagem ao soldado desconhecido.
Fica no coração de Paris, situa-se na praça Charles de Goulle, numa das estremidades no alto da avenida mais famosa; Champs Elysées.
Um símbolo patriótico.
Para homenagear todos os soldados mortos no combate, tem por tradição desde o ano de 1923, uma chama é reacesa diáriamente às18:30hs

  • BRA Série A
  • BRA Série B
 
Postado por Cristovão Torres às 03:39 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Bololô na área/Tostão

 Bololô na área

 Segundo relatório da Fifa, 40% do dinheiro envolvido nas transações de jogadores não são declarados. Todos já sabiam disso. É uma das maiores lavagens de dinheiro do mundo. Mais um desencanto. O porteiro do mundo deveria fechar as portas e colocar uma placa: "Fracassamos".
Em todo início de Libertadores, ressurgem os chavões, tipo "é um campeonato diferente, de muita pegada", "na Libertadores, não dá jogar bonito", "fulano tem a cara da Libertadores". Parece até outro esporte. Essa visão estreita empobrece o futebol sul-americano.
Botafogo e Atlético-PR estreiam hoje. Dizem que Jorge Wagner, que sempre foi um jogador comum, será o craque do time, o camisa 10, por causa das cobranças de faltas diretas para o gol e dos cruzamentos para a área, ainda mais com o grandalhão Ferreyra de centroavante. Se colocassem um zagueiro alto no ataque, teria o mesmo efeito. A tática do bololô na área será uma das principais jogadas na Libertadores. Troca de passes será um luxo.
O jovem técnico Eduardo Hungaro, que era auxiliar de Oswaldo de Oliveira, disse que o volante argentino Bolatti (não joga hoje) será o iniciador das jogadas ofensivas do time, atuando atrás de dois volantes, como Pirlo, da Juventus, pois tem um ótimo passe. Nas vezes em que vi Bolatti atuar, nunca notei essa qualidade.
Minha exigência deve ser outra. Estou bem acostumado. Lembro de Zé Carlos, volante do Cruzeiro, que, sem dominar a bola, com um toque, a colocava na frente, do outro lado, nos pés do companheiro. Essa rapidez destrói qualquer marcação.
Ao falar de Bolatti, lembro de Valdivia, outro gringo. O técnico da seleção chilena, Sampaoli, ficou impressionado com a péssima forma física e técnica do jogador, no amistoso contra o Brasil, no ano passado, quando Valdivia entrou no segundo tempo e foi substituído antes de o jogo terminar. Naquela época, Valdivia era muito elogiado por suas atuações na Série B, como foi após o jogo de domingo, contra o Atlético Sorocaba, que não está nem na segunda divisão do Brasileirão. Sampaoli está de olho nele. Não quer ser novamente enganado.
A grande missão de Paulo Autuori na Libertadores será fazer com que o Atlético-MG mantenha a eficiência no Independência e melhore fora de casa.
No Independência, no estilo Galo Doido, o Atlético-MG sufocava o adversário e, principalmente nas jogadas aéreas, vencia quase todas as partidas. Fora, não fazia nada disso e mostrava suas deficiências individuais e coletivas. Não conseguia trocar passes da defesa para o ataque, além de deixar enormes espaços nas costas dos laterais e entre os volantes e os zagueiros. Foi o que ocorreu no Mundial de Clubes.
Paulo Autuori tem sido muito criticado pelos últimos fracassos. Não é o técnico que ganha e perde. É o time.

Tostão/ 29/01/2014
Jornal - O Tempo
Postado por Cristovão Torres às 05:47 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sábado, 25 de janeiro de 2014

A Grande Zebra da Copa do Mundo: A Seleção de Portugal


Não subestimem, não se surpreenda se uma Seleção, dos blocos das Seleções consideradas fracas, ganharem essa copa do mundo de 2014.
A Seleção de Portugal é a que tem mais chances de ganhar essa copa, tem um jogador que faz a diferença; Cristiano Ronaldo.
Se arrumarem a defesa da Seleção de Portugal, o ponto que reputo o mais vulnerável da equipe, tem muitas chances de levar a copa do mundo para Portugal.
Seria a primeira copa do mundo para o país, que teve no passado o jogador Euzébio, um craque de bola, que não conseguiu dar uma copa do mundo ao seu país.
Agora vem com o Cristiano Ronaldo, um fenômeno, joga muito, parece que quer fazer uma ótima copa do mundo aqui no Brasil.
Então fiquem atentos, pode pintar a Seleção de Portugal como a grande zebra da copa do mundo de 2014.
Não subestimem, o Cristiano Ronaldo vem ai.
Tá no mesmo nível do Messi, joga mais que o Neymar.

Cristóvão Martins Torres
Postado por Cristovão Torres às 05:35 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

Defensoria prepara pedido de correção do FGTS para todos os trabalhadores

 Medida foi tomada após "enxurrada de pessoas" pedir apoio para procurar a Justiça; interessados podem aguardar decisão para integrar processo
 
 
Vitor Sorano - iG São Paulo | 24/01/2014 15:55:17 - Atualizada às 24/01/2014 15:55:59
    Defensoria: pedido abrangerá todos os trabalhadores do País
    A Defensoria Pública da União (DPU) prepara uma ação coletiva para tentar garantir a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação. O objetivo é que todos os que tiveram saldo no fundo desde 1999 possam ser beneficiados por uma eventual decisão favorável. À época, eram 65 milhões de contas. Hoje, são 122 milhões.
    A decisão foi tomada depois que “uma enxurrada de pessoas” começou a procurar os escritórios da DPU, sobretudo no Nordeste, para pedir a revisão na Justiça, segundo a defensora pública Fernanda Hahn, uma das responsáveis pelo processo coletivo. Só em Pernambuco, são distribuídas cem senhas de atendimento sobre o tema por dia.
    “Estamos estudando em todo o país a questão do ajuizamento de uma ação civil pública (ACP). [A ideia] é unificar numa demanda só”, afirma a defensora, ao iG.”Ajuizaríamos e pediríamos que o efeito do pedido seja para todas as pessoas que tem contas, e para os sucessores de quem faleceu.”
    A ação, contra a Caixa Econômica Federal, será protocolada no Rio Grande do Sul, provavelmente na próxima semana. Para se beneficiar de uma eventual vitória – o que não é garantido –, os interessados terão de se habilitar no processo, o que pode ser feito depois da decisão. Quem já tiver pedido a correção individualmente e teve decisão desfavorável não será beneficiado.

     



    Perdas de 100%
    Por lei, as contas do FGTS são corrigidas monetariamente pela Taxa Referencial (TR). Desde 1999, entretanto, esse índice tem perdido para inflação. Nos cálculos de escritórios de advocacia e institutos que defendem a revisão, as perdas chegam a até 100%. Por isso, a Caixa Econômica Federal já enfrenta mais de 30 mil ações de indivíduos e grupos que pretendem mudança na forma de cálculo.
    Até agora, as decisões são majoritariamente contrárias – segundo o banco, foram 16 mil – mas o surgimento de cinco decisões favoráveis de dois juízes na primeira quinzena de janeiro estimulou mais gente a procurar a Justiça. Em dois dias, 400 advogados tiraram cópia dos processos vitoriosos.
    A ação da Defensoria Pública pedirá que a TR seja substituída por um índice inflacionário – possivelmente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a partir de 1999.
    A defensora pública ressalta que a chance de sucesso existe, mas é pequena. E mesmo uma decisão favorável à revisão não significará, necessariamente, que o trabalhador não receberá uma bolada em seguida.
    “A gente reconhece que há uma tese importante, a TR não é realmente o melhor índice, e é por isso entende que tem de se ajuizar ações”, afirma. “Mas está se construindo uma falsa ideia de que é só entrar com ação e amanhã o dinheiro está disponível. O FGTS não se saca quando a gente quer.”
    A Caixa argumenta que, ao aplicar a TR, apenas cumpre a lei. Procurada na tarde desta sexta-feira (24), não respondeu imediatamente ao pedido de comentário feito pela reportagem.

    Desafios
    A Defensoria Pública também precisará convencer a Justiça de que pode mover uma ação civil pública relativa ao FGTS. A legislação proíbe esse tipo de processo, mas segundo a defensora Fernanda, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF) – que responde por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – já autorizou a prática em um processo que interesse do trabalhador, como é o caso da revisão.
    Outro percalço possível é a decisão final ter seus efeitos restringidos apenas ao local onde a ação foi apresentada. Caso isso ocorra, diz a defensora Fernanda, outros processos semelhantes serão abertos nos outros Estados
     
    iG
    Postado por Cristovão Torres às 02:55 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

    Trabalho noturno provoca ‘caos’ no metabolismo e danos a longo prazo

    Trabalhar de madrugada pode provocar um "caos" no corpo humano e causar danos à saúde a longo prazo, afirma um estudo conduzido por pesquisadores britânicos


    BBC | 21/01/2014 11:57:40
     
    A pesquisa, realizada por especialistas do Sleep Research Centre, da Universidade de Surrey, revelou como os turnos de trabalho noturnos podem alterar o metabolismo e prejudicar o bom funcionamento molecular.
    Segundo os autores do estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, a descoberta sobre a rapidez e gravidade dos danos causados por ficar acordado até tarde foi "uma surpresa".
    Eles explicaram que o corpo humano segue um ritmo natural próprio e que o relógio biológico é programado para ficar ativo durante o dia e dormir à noite.
    As mudanças podem causar sérios efeitos colaterais, como alterações dos hormônios, do humor, da atividade cerebral, da temperatura corporal e do desempenho dos atletas.
    Os pesquisadores acompanharam 22 pessoas que trabalhavam durante o dia e que foram transferidas para turnos noturnos.
    Exames de sangue mostraram que, em média, 6% dos nossos genes são programados para ficar mais ou menos ativos, atuando em sintonia em momentos específicos do dia.
    Leia: Seu problema é sono!
    Uma vez em que os voluntários passaram a trabalhar à noite, essa sintonia genética "se perdeu".
    'Caos do tempo'
    "Quase todos os genes ficaram fora de sintonia por causa da falta de sono", afirma Simon Archer, um dos autores da pesquisa. "E isso explica porque nos sentimos tão mal quando ficamos com jet lagou se temos de trabalhar em turnos alternados", disse.
    O professor Derk-Jan Dijk acrescentou que todos os tecidos do corpo têm seu próprio ritmo durante o dia, mas que ao ficarem "acordados" à noite, perdiam sua sincronia, podendo causar danos mais sérios a longo prazo, como aceleração dos batimentos cardíacos e alterações no funcionamento dos rins e do cérebro.
    "É um caos. É como viver em uma casa onde há um relógio em cada cômodo e cada um marcando uma hora diferente", disse ele à BBC.

    iG
    Postado por Cristovão Torres às 02:49 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    terça-feira, 21 de janeiro de 2014

    Correção do FGTS pela inflação: vitória causa romaria virtual de advogados ao PR

    Em três dias, 400 profissionais pedem para consultar processos em que Caixa foi condenada; decisão deve intensificar avalanche de ações


    Vitor Sorano - iG São Paulo | 21/01/2014 10:36:18 - Atualizada às 21/01/2014 14:13:39

    Presidente da Caixa: impacto para o banco pode ser bilionário, mas valor é incerto
    A 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu (PR) se tornou destino de uma romaria virtual de advogados nos últimos dois dias. O objetivo é copiar as quatro ações que obtiveram uma — até então – inédita correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pela inflação. Em quatro dias, 400 profissionais já haviam consultado os quatro processos vitoriosos, segundo levantamento feito pelo iG.
    Até quem não é da área se animou a engrossar a onda de quase 30 mil ações que pedem o mesmo em todo o Brasil.
    “Trabalho com direito ambiental, mas o que motivou é que tenho alguns amigos e parentes que me pediram [para entrar com ação semelhante]”, conta Ana Rafaella Trindade, advogada de Belo Horizonte. “Já são sete, para mais.”
    O objetivo dos processos é obrigar a Caixa Econômica Federal (CEF), presidida por Jorge Hereda, a corrigir o FGTS por um índice inflacionário, em substituição à Taxa Rerencial (TR). Embora previsto em lei, o uso desse indicador tem resultado em perdas desde 1999 de até 101%, segundo o Instituto FGTS Fácil.
    Coletivas
    Até o início deste ano, a Caixa havia saído vitoriosa em todas as 13.664 decisões já proferidas, segundo o banco. A primeira derrota veio no último dia 8, seguida de outras três no dia 15, todas proferidas pelo juiz substituto da 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu, Diego Viegas Véras. Ele obrigou a substituição da TR pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Especial (IPCA-E).
    Do dia 17 até o fim da tarde desta segunda-feira (20), 400 advogados de nove Estados – de Alagoas  e Tocantins ao Rio Grande do Sul – pediram para consultar os quatro processos.  
    As decisões do juiz Véras também devem ser usadas nesses segundos casos, diz Indira Ernesto Silva Quaresma, cujo escritório – Meira Morais – representa 300 sindicatos e cerca de 5 milhões de trabalhadores.
    “[As decisões de 1ª instância] dão esperança porque o mérito é o mesmo: a TR não é índice de correção monetária”, diz a advogada. “A gente estava até discutindo de pedir a juntada de decisões favoráveis [aos processos coletivos].”

     


    Estratégia é a mesma
    Além das decisões paranaenses, uma quinta favorável à correção pela inflação – nesse caso, pelo INPC – foi dada no último dia 16 pelo juiz Márcio José de Aguiar Barbosa,  titular da 1ª Vara Federal de Pouso Alegre (MG). Segundo a Justiça Federal de Minas Gerais, entretanto, até esta segunda-feira (20) não houve consultas ao processo.
    Segundo o iG apurou, as primeiras cinco derrotas não devem mudar a estratégia de defesa da Caixa Econômica Federal, que tem atuado sozinha nos processos, e pode sofrer um impacto bilionário caso a tese de revisão se consolide. Uma mudança de postura deve ocorrer quando o caso chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF).
    As sentenças serão comunicadas formalmente ao Conselho Curador do FGTS, cuja próxima reunião, que acontece em março. A Caixa entende que apenas tem cumprido a legislação – que prevê o uso da TR – e que mesmo uma eventual derrota não seria assumida pelo banco, e sim pelo próprio fundo.

    iG
    Postado por Cristovão Torres às 16:05 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    Força Sindical vai pedir correção monetária sobre os depósitos do FGTS

    Texto da ação mostra que trabalhadores perderam cerca de R$ 50 bilhões entre 1999 e 2012

    iG São Paulo | 24/05/2013 16:50:54 - Atualizada às 24/05/2013 16:52:29

    A Força Sindical vai entrar com uma ação coletiva para pedir a correção monetária sobre os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores, para repor as perdas com a inflação. Poderão ser beneficiados profissionais representados pelos sindicatos envolvidos na ação, entre eles o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
    O texto da ação, que ainda está sendo elaborado, mostra que os trabalhadores perderam cerca de R$ 50 bilhões entre 1999 e 2012. Isso teria ocorrido, segundo a central, porque a Taxa Referencial (TR) não está sendo reajustada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC). A TR incide no cálculo da correção do FGTS.
    A proposta será discutida neste sábado (25), quando haverá uma assembleia às 9h no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para lançar a campanha e reunir as assinaturas dos trabalhadores que querem entrar na Justiça para recuperar o dinheiro.A expectativa da central é que participem do encontro cerca de 20 mil trabalhadores.
    De acordo com João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, a lei é clara quando diz que o FGTS deve ser corrigido monetariamente de acordo com o INPC.
    “É a primeira vez que fazemos essa exigência. Mas a correção dos precatórios do Estado de São Paulo foi um primeiro passo para conseguirmos essa mudança”, afirma o secretário-geral.

    iG
    Postado por Cristovão Torres às 14:07 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

    Juiz de Minas Gerais também obriga Caixa a corrigir FGTS pela inflação

     

    Decisão é pelo menos a 5ª no mesmo sentido; banco enfrenta quase 30 mil ações

    Vitor Sorano - iG São Paulo | 20/01/2014 16:48:53 - Atualizada às 20/01/2014 16:49:25
     
    Uma nova decisão que obriga a Caixa Econômica Federal a corrigir pela inflação o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de um cotista foi proferida pela Justiça Federal em Minas Gerais. A sentença é pelo menos a quinta nesse sentido em cerca de 30 mil processos sobre o tema. O banco, que venceu a absoluta maioria dos casos, informou que recorrerá da decisão.
    LEIA TAMBÉM: Caixa enfrenta 26 mil ações por correção do FGTS pela inflação
    Por lei, os saldos do FGTS são corrigidos pela TR (taxa referencial) mais 3%. Desde 1999, entretanto, a taxa tem perdido da inflação, segundo advogados – o que significa que o poder de compra do dinheiro do cotista do fundo acaba corroído pela elevação de preços.
    As perdas variam de 80%, segundo alguns advogados, a 100%, de acordo com o Instituto FGTS Fácil – que ingressará com um processo coletivo. Para a Caixa, o impacto potencial é incerto. 
    Até sobre o sacado
    Na última quinta-feira (16), o juiz  Márcio José de Aguiar Barbosa, da 1ª Vara Federal de Pouso Alegre (MG), obrigou a corrigir o saldo de FGTS de um cotista pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 3%, em vez da TR mais 3%, a partir de 1º de junho de 1999.
    Barbosa também definiu que, no caso das parcelas do fundo levantadas pelo cotista, a Caixa deverá aplicar o INPC mais 3% até o dia do saque, e apenas o INPC a partir de então.
    Além do caso de Pouso Alegre, a correção do FGTS pela inflação já havia sido aceita no Paraná O juiz substituto da 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu (PR), Diego Viegas Véras, decidiu a favor dos cotistas em quatro casos individuais. Assim como no caso de Pouso Alegre, os processos tramitaram nos Juizados Especiais Federais, usados para causas de até 60 salários mínimos.
    Em balanço divulgado na semana passada, a Caixa contabilizava 29.350 ações, das quais 13.664 com decisões. Em todas elas, o banco havia saído vencedor.

    iG


    Postado por Cristovão Torres às 18:35 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    sábado, 18 de janeiro de 2014

    Caixa: correção do FGTS pela inflação dobrará juros de crédito imobiliário

    Alerta é usado para evitar que Justiça aceite pedido de cotistas do fundo; banco enfrenta 30 mil ações, mas venceu maioria

    Vitor Sorano - iG São Paulo | 22/01/2014 09:00:00

    Jorge Hereda, da Caixa: banco vê risco de alta no juro do crédito imobiliário
    A correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação pode quase dobrar as taxas de juros cobradas nos financiamentos habitacionais que usam recursos dessa fonte, diz a Caixa Econômica Federal (CEF).
    O alerta faz parte da estratégia de defesa do banco contra cerca de 30 mil ações que pedem a correção do FGTS pela inflação, que tem superado regularmente a Taxa Referencial (TR), usada para fazer a atualização dos saldos do fundo. Para advogados, desde 1999 os trabalhadores tiveram perdas de até 100%.
    Nos últimos dias, a Caixa, presidida por Jorge Hereda, sofreu as primeiras cinco derrotas, após vencer em cerca de 16 mil decisões. As sentenças favoráveis colocaram o banco e o Conselho Curador do FGTS em estado de atenção. O banco deve recorrer.
    Se o FGTS for corrigido pela inflação, as taxas de juros cobradas no crédito habitacional que usa recursos do fundo subiriam da faixa atual de 6,66% a 8,66% ao ano para uma variação entre 12,5% e 14,6% ao ano, segundo contas apresentadas em um dos processo em que o banco foi derrotado.
    No caso de um empréstimo de R$ 100 mil com prazo de 10 anos, o montante de juros pago pelo mutuário saltaria 63%, de R$ 110.894,49 para R$ 180.645,87. Nos cálculos, o banco usou como referência o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Até agora, nos cinco casos em que o banco já foi derrotado, a Justiça obrigou a instituição financeira a utilizar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor comum (INPC) e o IPCA especial (IPCA-E).
    As contas da Caixa não indicam quantos mutuários podem ser afetados pela mudança. Para 2014, o orçamento do FGTS prevê investimento de R$ 57,8 bilhões em habitação.


    Vinculados
    A alta dos juros cobrados de mutuários ocorreria porque a legislação obriga os bancos a usarem, no financiamento habitacional, a mesma fórmula de correção aplicada aos saldos do FGTS dos trabalhadores, argumenta a Caixa.
    Segundo o banco, caso a Justiça aceite a substituição da TR por um índice inflacionário na correção dos saldos do FGTS, a troca ocorreria “automaticamente” nos contratos de financiamento imobiliário.

    Com isso, como dois terços dos contratos de financiamento feitos com recursos do FGTS são realizados por cotistas do fundo, o trabalhador ganharia numa ponta mas perderia na outra. A Caixa argumenta ainda que a elevação dos juros eliminaria linhas de crédito habitacional destinadas à baixa renda.
    O juiz que recebeu a argumentação do banco, entretanto, discordou. Diego Viegas Verás, da 2ª Vara Federal Cível de Foz do Iguaçu (PR), lembrou que, mesmo no programa “Minha Casa, Minha Vida”, as taxas de juros cobradas dos mutuários começam em 5%, ante os 3% que são aplicados ao FGTS. Com a TR próxima de zero, essa é a praticamente a única correção que o trabalhador obtém do seu saldo.


    Outros impactos
    A Caixa argumenta ainda que a troca da TR pela inflação causaria um "absurdo passivo trabalhista" pois quem foi demitido sem justa causa – e, assim, recebeu a multa de 40% sobre o saldo existente – poderia pedir uma revisão dessa indenização. As dívidas dos empregadores com o FGTS, que somam hoje R$ 18 bilhões, também seriam turbinadas com a alteração.

    A correção maior também teria de ser aplicada aos empréstimos feitos aos Estados e municípios e, ao atrelar o fundo à evolução dos preços, poderia provocar um desequilíbrios na política econômica.

    Procurada na tarde desta terça-feira (21), a Caixa não comentou o assunto, mas tem argumentado que é apenas a operadora do fundo, e que uma eventual conta judiciária teria de ser quitada com recursos do próprio FGTS. Embora o tamanho do eventual esqueleto seja incerto, é possível que ele seja superior às capacidades atuais do fundo.

    iG
     
    Postado por Cristovão Torres às 16:08 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

    Juiz obriga Caixa a corrigir FGTS pela inflação

    Decisões favoráveis a quatro trabalhadores do Paraná são as primeiras de que se tem notícia no País


    Vitor Sorano - iG | 17/01/2014 17:26:02 - Atualizada às 17/01/2014 19:03:06

    Um juiz obrigou a Caixa Econômica Federal a corrigir os saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pela inflação, ao invés de pela Taxa Referencial (TR), abrindo um precedente importante para os cotistas e perigoso para o banco.
    As decisões, de 1ª instância, foram dadas em quatro processos de Foz do Iguaçu (PR), e são as primeiras de que se tem notícia nesse sentido. Até agora, todos os pedidos haviam sido negados, segundo a instituição financeira.
    A Caixa informou que não foi formalmente notificada das decisões contrárias, mas que recorrerá.
    TR x Inflação
    Por lei, os saldos do FGTS são corrigidos pela TR. Desde 1999, entretanto, o índice tem perdido da inflação – o que significa que o poder de compra do dinheiro do cotista do fundo acaba corroído pela elevação de preços.
    Nos últimos meses, a Caixa foi alvo de 29.350 mil ações em que os cotistas pedem a substituição da TR por um índice de inflação. O banco, entretanto, informou nesta sexta-feira (17) ter saído vencedor em todos os 13.664 casos já decididos.
    LEIA TAMBÉM: Caixa é alvo de ações por correção do FGTS pela inflação
    Essa regra foi quebrada no último dia 8 por uma decisão de Diego Viegas Veras, juiz substituto da 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu. Ele condenou a Caixa a trocar a TR pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir de janeiro de 1999 até o dia em que o saldo fosse sacado pelo trabalhador.
    Para o juiz, o fato de a lei pever a aplicação da TR não elimina o fato de que ela tem sido insuficiente para recompor as perdas inflacionárias, como obriga a lei do FGTS (8.306/90).
    "Não sendo a Taxa Referencial (TR), índice disposto pela Lei 8.177/91, hábil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal índice em lei não específica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utilização da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se índice de correção monetária que reflita a inflação do período", escreveu Veras, que aplicou o mesmo entendimento, no último dia 15, a outras três ações semelhantes.
    "O principal nessa questão é a valorização do trabalhador, que está subsidiando o governo [com a cota que tem no FGTS] em detrimento de seu benefício", diz o advogado Jean Carlo Canesso, responsável pelas ações.
    Em posicionamento anterior, a Caixa argumentou que cumpre o que estabelece a lei, e que a troca da TR pelo índice inflacionário iria impactar também os mutuários de empréstimos habitacionais e as contribuições patronais ao fundo.
    Impacto incerto
    As ações sobre o assunto começaram a ganhar volume depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, em 2013, que a TR não pode ser usada como parâmetro para corrigir os precatórios – dívidas judiciais do governo com a população. Além de processos individuais, associações e sindicatos têm preparado ações coletivas.
    "Devemos ter mais de mil sindicatos que já aderiram", afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical, que iniciou uma campanha em setembro de 2013 para reunir interessados em entrar num processo coletivo.
    Em 1999, o FGTS tinha 65 milhões de cotistas que potencialmente poderiam ter algum benefício com a troca da TR por um índice inflacionário. O percentual de possível reajuste varia caso a caso, mas alguns advogados calculam que quem tinha saldo em 1999  teve perdas, até hoje, de cerca de 80%. O Instituto FGTS Fácil, que prepara uma ação coletiva para pedir a mudança de critério, fala em perdas de até 100%.
    Para as contas públicas, impacto é ainda mais incerto. Mario Avelino, presidente do FGTS Fácil, estima que o governo deixou de depositar R$ 201 bilhões no fundo em razão do uso da TR. O valor é superior aos R$ 150 bilhões que, nos cálculos do governo, seriam exigidos dos bancos caso percam as ações sobre as perdas das poupança causadas pelos planos Bresser, Verão e Collor 1 e 2.
    Segundo o iG apurou, a Caixa considera que o rombo seria bem menor. Um dos motivos é que muitos cotistas já sacaram o saldo que tinham no fundo. Outro é que, na década de 1990, a TR superava a inflação – por isso, a troca do índice poderia beneficiar alguns mas prejudicar outros.
    O banco também considera que não seria responsável pela conta. Os recursos para cobrir as correções teriam de vir do próprio FGTS.
    Chances 
    Alguns advogados acreditam que a tese de correção pelo FGTS, embora possa ser justa, tem chances remotas de ser aceita pelos tribunais superiores.
    "Se o STF mudar de opinião e tornar-se menos ativista [do que está atualmente], haverá remota chance de êxito judicial em face da inexistência de lei a respeito", diz o advogado Fernando FAcury Scaff, livre docente da Universidade de São Paulo e atuante nas áreas de direito tributário, econômico e financeiro.
    "As normas que regem a matéria determinam que seja usada a TR e não o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. Até reconheço justiça na reivindicação, mas carece de norma a respeito", afirma.
    Nota da redação: Uma versão anterior desta reportagem falava em 26 mil ações propostas contra a Caixa, das quais 12 mil haviam sido decididas. Os números, do dia 10 de janeiro, foram atualizados nesta sexta-feira (17) pelo banco.

    iG

     
    Postado por Cristovão Torres às 14:36 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

    Caixa enfrenta 26 mil ações por correção do FGTS pela inflação


    Segundo instituto que prepara processo coletivo, perdas de quem tinha saldo em 1999 podem chegar a 100% até agora; para advogado, chance de sucesso é baixa

    Vitor Sorano - iG São Paulo | 13/01/2014 15:00:
    Caixa: mais de 26 mi ações já foram movidas contra o banco em favor de correções no FGTS

    A Caixa Econômica Federal enfrenta uma onda de ações que pode resultar numa dívida bilionária para banco, e dinheiro extra nas contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) de milhares de trabalhadores. As correções, segundo os representantes dos cotistas, podem chegar a 100%, mas nunca houve decisão favorável.
    Nos últimos meses, o banco foi alvo de cerca de 26 mil processos, dos quais 12 mil tiveram resolução. Em todos, a decisão foi contra o pedido de correção.
    "Em decorrência das decisões favoráveis ao FGTS [à Caixa], 627 processos já foram conduzidos à extinção definitiva do caso. Não há nenhum registro de decisão desfavorável ao Fundo de Garantia", informou o banco, em nota.
    Perda do poder de compra
    A tese que fundamenta as ações é que os trabalhadores têm sido prejudicados desde 1999, quando o FGTS passou a ser corrigido pela Taxa Referencial (TR). Como esse índice é menor que a inflação, o poder de compra dos saldos do FGTS acabam corroídos ao longo do tempo
    O objetivo das ações é que as contas passem a ser corrigidas por um indicador inflacionário, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).  Nas contas  do presidente do Instituto FGTS Fácil, Mario Avelino, as perdas de quem tinha saldo em junho de 1999 – aproximadamente 65 milhões de pessoas – chegaram, em janeiro de 2014, a cerca de 100%. O governo, calcula ele, deixou de depositar R$ 201 bilhões no Fundo nesse período.
    “Mesmo quem sacou tem direito a reaver [as perdas]”, afirma Avelino.
    O valor alegadamente devido é superior aos R$ 150 bilhões que, segundo o Banco Central, as instituições financeiras poderão ser obrigadas a desembolsar caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida a favor dos poupadores no caso das perdas da poupança em razão dos planos econômicoCollor 1 e 2, Bresser e Verão.
    LEIA TAMBÉM:
    Segundo o iG apurou, a Caixa considera que uma eventual derrota teria um impacto muito menor que os R$ 201 bilhões. Um dos motivos é que ,ao longo do tempo, houve saques de recursos. Outro é que, ao longo da década de 1990, a TR superou a inflação. Assim, a troca do índice pode ser positiva para saldos a partir de 1999, mas negativa para anteriores.
    O banco também avalia que não seria responsável pela conta, caso haja a mudança. Os recursos para cobrir os créditos a mais nas contas dos cotistas do FGTS teriam de vir de alternativas do próprio fundo.
    Em nota, a Caixa lembra que a TR também é usada nos financiamentos habitacionais, e que a substituição da taxa por um indicador inflacionário no caso dos saldos também teria de ser aplicada aos empréstimos e às contribuições patronais ao Fundo.

    Precatórios:
    Os pedidos de correção ganharam mais força depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou o uso da TR para corrigir os precatórios – dívidas judiciais do governo com a população – justamente por ela ser menor que a inflação. A decisão ocorreu em março de 2013.
    Presidente das Comissões de Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional São Paulo (OAB-SP), Marcelo Lobo lembra que o caso do FGTS é diferente.
    "No precatório, o dispositivo legal que rege a atualização não fala em taxa referencial. Já a legislação do fundo diz que a correção será feita pela taxa da poupança [que usa a TR]", afirma o advogado. "Agora, sem dúvida nenhuma a remuneração do FGTS é muito aquém do que os trabalhadores conseguiriam no sistema financeiro, mesmo na poupança.
    Livre Docente da Universidade de São Paulo e atuante nas áreas de direito tributário, econômico e financeiro, o advogado Fernando Facury Scaff afirma que a tese é antiga e tem pequenas chances de sucesso.
    “Acho que esta tese tem pouca força jurídica no Judiciário”, diz.
    Incerto e demorado
    O número de pessoas representadas nas ações sobre as perdas do FGTS enfrentadas pela Caixa é maior que 26 mil, já que muitas delas são coletivas. Apenas o escritório Meira Morais, em conjunto com a Força Sindical, representa cerca de 200 sindicatos.
    "É até um pouco mais [de 200 sindicatos]. São milhares de ações em todo o Brasil", diz Miguel Torres, presidente da Força. A campanha começou em setembro. "Pelos cáculos que nós fizemos junto com os economistas, há uma perda, de 1999 para cá, de mais de 89%"
    Uma decisão sobre o caso, entretanto, ainda deve demorar.
    “Se perdermos, e acredito que vamos perder, vamos levar para Brasília”, diz Avelino, do FGTS Fácil, que também iniciará uma campanha para reunir interessados em ingressar com uma ação coletiva do instituto. “Há duas ações em segunda instância há mais de dois anos [sem julgamento]”, diz.
    Um dos responsáveis pelo processo que derrubou o uso da TR na correção dos precatórios, o advogado Flávio Brando, ex-presidente da comissão, estima que uma decisão sobre a correção do FGTS pode levar entre cinco a dez anos.
    Pressão política
    Brando, ex-presidente das comissões federal e estadual paulista de precatórios da OAB, concorda com o pedido de correção do FGTS.
    “Em tudo o que é favorável à Fazenda Pública, eles usam juros altos. A contrariu senso [quando é em favor do indivíduo], eles usam o fator de correção mais baixo possível”, diz Brando. “Acho que está absolutamente correto [acionar a Justiça]”, diz.
    Avelino, do FGTS Fácil, alega que um número alto de ações judiciais pode servir de pressão política para a revogação da lei que prevê o uso da TR como instrumento de correção do FGTS. Um projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS) tramita desde 2007 no Congresso.
    Brando acrescenta que questionamentos da população em casos como esse podem fazer com que, no futuro, o governo seja mais cauteloso em relação às políticas com os devedores. E refuta a ideia de que uma decisão a favor dos cotistas do FGTS seria impagável. Bastaria definir alternativas para uma quitação faseada da dívida.
    “Tem que se definir estratégias de curto, médio e longo prazo”, diz o advogado. “Pode-se usar [uma parte dos eventuais créditos] para pagar impostos ou fazer contribuição da previdência”, exemplifica.
    Procuradas, a Confederação Nacional da Indústria e a Confederação Nacional do Comércio, a Força Sindical e a Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) – todas integrantes do Conselho Curador do FGTS – não se pronunciaram.

    iG São Paulo

    Postado por Cristovão Torres às 13:18 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    terça-feira, 7 de janeiro de 2014

    Orlando Orfei; o maior domador de feras do mundo



    A sina da família Orfei é tamanha que Orlando só esteve distante do picadeiro uma vez. Um derrame cerebral afastou-o por um ano da brilhante carreira de domador e o manteve longe de rugidos, garras e dentes afiados. Ele foi palhaço, malabarista, ciclista acrobático e mágico antes de entrar na jaula das feras. "Eu me sinto orgulhoso de ter dedicado a vida a essa diversão pura", gaba-se.
    Se as feras lhe trouxeram glórias em todo o mundo, foram elas também que o levaram 63 vezes ao hospital e o cobriram de cicatrizes. As centenas de pontos no corpo não o impedem de admitir: "O número mais difícil que existe é o malabarismo. Passei cinco anos ensaiando todo dia, todo dia, todo dia."
    Melancólico, fala dos filhos que seguiram outra profissão, da ausência de adolescentes nos espetáculos, da proliferação de trupes circenses, da crise do circo clássico e queixa-se de quem insinua que o circo maltrata seus animais. Entusiasta, lembra a alegria que é ver brotar um sorriso no rosto de uma criança e sentencia: "O Circo é imortal! O Circo foi a primeira forma de expressão artística que existiu no mundo."


    O Circo Orlando Orfei é um dos mais tradicionais do mundo. O senhor poderia contar um pouco dessa história?
    Vou contar brevemente a história. Em 1822, um padre católico italiano deixou a batina e se pôs a ser concertista, porque era um grande músico. No conservatório da cidade de Ferrara, encontrou uma jovem de uma grande família da cidade, a família Massari.
    Os dois se apaixonaram, ele pediu a mão da moça em casamento, mas a família disse não, porque ele era um ex-padre. Então os dois fugiram, como acontece quando duas pessoas se amam, e se refugiaram em um bando de ciganos que estava viajando pela Itália naquele momento.
    Três anos depois, em 1825, nasceu o primeiro Circo Orfei. Os ciganos passaram a paixão do circo, que foi repassada de pai para filho até a quinta geração, que sou eu.
    Qual foi o primeiro número que o senhor apresentou no picadeiro?
    No primeiro número, eu tinha 5 anos. Fui o palhacinho. Lembro que meu irmão me punha dentro de uma calça grande e fazia uma barrigona. Parecia grávido. Quando subíamos ao picadeiro, ele punha a mão dentro da barriga e me tirava para fora. E assim eu surgia, muito parecido com ele, vestido como ele, mas bem pequenininho. Esse foi o primeiro número da minha carreira: tirar um palhaço da barriga de outro. (risos)
    Depois — dos 9 aos 14, 15 anos — veio o estudo para ser malabarista, que é o número mais trabalhoso sempre, sempre, sempre. Mais tarde, aprendi a andar de bicicleta e me tornei ciclista acrobático. Depois do ciclista, fiz o mágico, porque o mágico bom que tínhamos na casa foi-se embora. Então fui mágico aos 18 anos. Em 1956, um domador alemão se foi e eu entrei na jaula. Iniciei a minha carreira não sabendo que tinha tanto talento com os animais e fiz coisas que os outros não conseguiam. Domador foi a minha última profissão e me fez ficar famoso em todo o mundo.
    Pelo que o senhor diz, ser malabarista é mais difícil que ser domador?
    Sim. Comecei aos 9 anos e só estreei aos 14. Passei cinco anos ensaiando, todo dia, todo dia, todo dia. O número mais difícil que existe é o malabarismo. O bom malabarismo, não é? No circo, como em tudo, você será um bom artista se começar antes dos 20 anos. Mas um grande artista, não. O grande artista tem que ser como a ginasta romena Nadia Comaneci, que começou quando tinha 4 anos e conseguiu, nas Olimpíadas, fazer uma coisa nova. É assim no circo também. Se você não inicia cedo, não faz nada.
    "Agradeço aos meus pais por terem me feito nascer em um circo, porque vi milhões de crianças sorridentes e pais felizes."
    Não é muito duro para uma criança dedicar-se anos a fio, talvez durante toda a sua infância, para aprender uma profissão difícil como a de malabarista?
    Não é duro, não. É um estudo como qualquer outro. A única coisa um pouco dura para a criança é conciliar a escola — a formação do homem — com a formação de artista, porque essas duas coisas são contemporâneas: são iniciadas aos 5, 6 anos de idade. O ideal é como na Itália, onde o Ministério da Cultura e da Educação oferece um professor pago pelo governo [que acompanha o circo]. E nós oferecemos uma carreta-escola. O menino primeiro estuda na carreta-escola e, depois, o número que vai apresentar no futuro.
    Aqui, não. É preciso mandar os meninos à escola. A cada 8, 10 dias, tem que trocar de professor, de professora. É duro. Mais ou menos no último mês do ano, a gente pára em uma cidade e as crianças fazem os exames. Isso é o mais duro do circo para a criança.
    Não há qualquer apoio do Ministério da Educação brasileiro aos artistas de circo em idade escolar?
    Não, ele não dá nada. O único apoio que dá, eu acho que é uma lei tácita, não escrita. Em todo o mundo, os filhos do circo podem entrar na escola pública. Isso é obrigatório.
    E as crianças nunca pensam em desistir do circo porque têm sempre que viajar?
    É a força do nomadismo viajar. Quem viaja não pára mais. Uma senhora um dia me perguntou: "Como vocês fazem para, a cada semana ou duas, mudar de cidade?" Eu respondi: "E como você faz para ficar sempre parada no mesmo lugar?" (risos) É uma questão de costume.
    É comum o senhor receber crianças e jovens interessados em se juntar ao circo porque viram um espetáculo e se encantaram?
    É normal (risos). Todo menino se encanta. Só que os tempos modernos nos tiraram os adolescentes. Os adolescentes, de 14, 15 anos, não entendem mais tanto o circo. Pensam que o circo é uma diversão para as crianças - é também para as crianças porque é puro!
    Eles não entendem que o circo está baseado na habilidade e na beleza de nossos filhos, que estudaram 10, 15 anos para fazer um número que, na frente do nosso respeitável público, durará cinco minutos. Dez anos de sacrifício por cinco minutos de trabalho. Isso é o circo.
    O circo é feito por pessoas inteligentes, que compreendem nossos sacrifícios. Passam os anos e o adolescente, quando vira adulto, volta ao circo para trazer as crianças. E sairá mais entusiasmado que as crianças e voltará sempre, até que, um certo dia virá junto com seus netos àquele circo onde, no passado, transcorreram momentos de alegria.
    É esse o maior prazer do artista de circo, despertar a criança que há em cada espectador?
    Quando o público aplaude, quando ri, isso dinheiro nenhum no mundo pode pagar. Só os artistas provam essa experiência de dar alguma coisa, alguma alegria ao público. Charles Chaplin disse que os momentos mais felizes de sua vida eram aqueles em que via surgir um sorriso nos lábios de uma criança. Eu, Orlando Orfei, agradeço aos meus pais por terem me feito nascer em um circo, porque vi milhões de crianças sorridentes e pais felizes pela alegria despertada nos filhos. O Papa João XXIII disse que o circo é um apostolado de paz. Eu me sinto orgulhoso de ter dedicado a minha vida a essa diversão pura.
    E seus filhos e netos também se tornaram artistas de circo?
    Mais ou menos. Eles começaram no circo e depois abriram um parque de diversões no Rio de Janeiro. Eu tenho seis filhos, só uma trabalha comigo. O restante está fora. Um é engenheiro em eletrônica, outra faz diversos trabalhos... Eu tenho netos também no circo. São sete gerações dedicadas ao circo.
    O senhor trouxe o Circo Orfei ao Brasil. Outras pessoas da sua família o levaram a outros países?
    Eu tenho vários parentes que têm circo na Itália. Meus filhos sempre estiveram comigo, mas os filhos do meu irmão têm circos que viajam para a Europa.
    A propósito, um de seus sobrinhos, Orfeu Orfei, faz um espetáculo diferente dos tradicionais. É semelhante ao que se chama Novo Circo, mais teatral, acrobático e sem animais...
    Já faliu em Belo Horizonte e em outra praça. Ele trabalhou 50 anos comigo. Agora ele quer um outro circo, desgraçadamente para mim, porque fui eu que fiz grande o nome Orfei. O nome já existia, mas quem o fez grande fui eu... Eu coloquei o nome da família no circo, mas foi um grande erro. Como Orfeu é da família Orfei, ele me prejudica porque, se eu vou a uma cidade fazer cinco meses de show, as pessoas dizem: "Ah! Orfei já veio." É um grande dano para mim. Estão usando o meu nome. Não é o primeiro. Na Itália, os meus sobrinhos também fizeram isso. Ah! Deus é grande, vamos ver.
    O senhor acabou não comentando essa nova proposta de espetáculo circense. O senhor acha que o circo deve continuar usando animais?
    Não era Orfeu que queria isso, eram os outros. São sonhadores, porque um circo sem animais não é circo. Salve o Cirque du Soleil, que, com a ajuda do governo canadense, gasta milhões para fazer um número que não é nada. É um show de fantasia que dura vinte minutos. Minha mulher foi ver o Soleil, uma coisa grandiosa em termos de figurino, mas adormeceu. Você foi ver o meu circo? Isso é que é circo: veloz, rápido. O restante para mim é um show da moda, que pode continuar ou desaparecer. O circo clássico, como o meu, é eterno, nunca morrerá.
    O senhor acabou de falar no Canadá, maior representante do Novo Circo. Há algum país com maior tradição no circo clássico?
    Os países são todos iguais. Diz um provérbio italiano: "Todo mundo se parece." Quando você tem um bom espetáculo, em qualquer lugar que for, o público ri. Mas tem um inimigo que se chama proliferação dos circos. Aqui no Brasil, muita gente que não tinha circo, hoje tem. Beto Carrero, por exemplo, tem cinco. Beto Pinheiro era um vendedor de sorvete no circo e hoje tem dois circos. O ator... Como ele se chama?
    Marcos Frota.
    Frota também tem um circo. Surgiram 20 ou 30 que não eram circos, e os circenses brasileiros se engrandeceram. Com a proliferação dos circos, não há uma cidade para a qual você vá onde não passou um circo dois, três meses na sua frente. Antes se dizia: "Chegou o circo!" Hoje se diz: "Ah, não! Outro circo!" Esse é o dano. Essa gente que entrou está fazendo de tudo! E quem nasceu dentro do circo, que sabe tudo, não anda mais para frente, como o Vostok, que tinha dois circos e muita bilheteria. Um já fechou.

    O senhor acha que essa "proliferação" está causando danos à imagem dos circos tradicionais. Já se falou, por exemplo, em maus-tratos aos animais. Qual a sua opinião de domador de feras?
    Essa história de animais maltratados é uma estupidez que existe em todo o mundo. Querem retirar os animais e o fascínio dos meninos pelo circo. As pessoas são enganadas por uma mentira de gente que quer se promover. Os jornais e as televisões falam desses indivíduos e eles se sentem pessoas importantes. Você está me procurando. Não fui eu que o procurei para falar do circo. Eles, não. Eles procuram a imprensa para falar mal do circo e dos animais para se sentirem valorizados ou politizados.
    Orlando Orfei mostra a pontinha do dedo médio amputada: um dos troféus dos seus 40 anos de domador.
    E por que essas pessoas que querem se promover estão enganadas? 
    Eu digo porque estão enganadas: não se sofre por uma coisa que não se conhece. Quando eu era menino, não tinha geladeira e não sofria; não tinha forno elétrico e não me interessava. Quero dizer com isso que você não sofre por uma coisa que não conhece. Duvido que Júlio César sofresse porque não tinha carro. Os nossos animais não são presos na selva, onde os animais se massacram todo dia, um come o outro. Nossos animais comem a carne morta pelos homens no açougue. Eles não são capturados na selva, onde estavam livres, e postos na prisão, que seria a jaula. Nossos animais são de gerações e gerações que nascem no circo. Sua jaula não é a prisão, é a toca onde comem, bebem, brincam, fazem amor, têm amigos. Eles não conhecem a falta de liberdade, pois nasceram na jaula. Não é verdade que sofram pela falta da liberdade, porque não se sofre por aquilo que não se conhece. Os nossos animais não conhecem a liberdade. Um pássaro que você pega e põe na gaiola, esse, sim, sofre.
    O senhor acabou de comentar que há muitas pessoas que querem se aproveitar do circo. O senhor acha que aquele mágico, o Mister M, é uma dessas pessoas?
    O Mister M é um pobre coitado que pensou em ganhar dinheiro prejudicando o símbolo de fantasia dos magos. O que ele fez, a gente esquece. E com a propaganda que foi feita talvez se tenha falado de mágicos mais do que em qualquer outro momento. Mas Mister M não é nada. Ganhou dinheiro prejudicando uma categoria e, por isso, para mim, não é um bom homem. Deveria fazer dinheiro com sua habilidade de mágico, não desvendando truques inteligentes. Conhece o truque da pantera? É uma coisa interessantíssima: a mulher entra dentro de uma jaula e, ao se levantar o manto, em vez da mulher, está um leopardo. Se eu digo para você como se faz, acaba tudo, acaba todo o fascínio... Porque milagre não é, não é Cristo a fazer milagres, é um truque feito tão bem que o público gosta e se pergunta: "Mas como? Como é feito? Que fantástico!"
    Com todas essas dificuldades, o senhor não se inquieta pelo futuro do circo?
    Olha, as despesas são grandes, imensas... E eu estou em crise. Pode morrer um circo, mas não o Circo. Este é imortal! O circo foi a primeira forma de diversão artística que existiu no mundo. Ele se perde na noite dos tempos. Nem se sabe quando o circo nasceu. Os vestígios mais antigos são desenhos de malabaristas e mulheres sobre um cavalo ou um touro - não se sabe - que encontraram em grutas, no baixo Egito. Esses desenhos datam de 3700 a.C.
    Quem sabe quando nasceu o circo? Se um artista da época pintou no muro esse desenho, é porque o circo já era desenvolvido. Não se sabe. Eu penso que o circo é a arte mais antiga de todas porque é espontâneo. O teatro, não. Precisa de alguém que escreva a peça, outro que sirva de diretor e monte o espetáculo. É muito complicado e sofisticado. O circo, não. Um menino põe a cabeça no chão, levanta os pés e, aos seis meses, já está fazendo cambalhotas. É espontâneo. Então, essa é a impressão de Orlando Orfei: o circo é o espetáculo mais antigo da humanidade. Ele deve ter nascido antes dos outros, pois é mais simples, é uma criação individual, e não coletiva como o teatro.
    No passado, o circo atravessou outras crises. No Império Romano, ele foi usado com outros fins, para fazer uma política conhecida como "pão e circo"... 
    Tivemos um período triste em Roma. O romano, ao receber toda a cultura grega, recebeu também o circo. No início, era um circo que prezava a habilidade, mas depois degenerou e transformou-se em um espetáculo de violência que não tem nada a ver com o circo. O verdadeiro circense era aquele mambembe que trabalhava com animais, com saltos mortais e malabarismos.
    No Império Romano, os mambembes foram trabalhar para os nobres, na Corte, porque o circo tinha virado uma luta de animais contra animais, homens contra animais e, depois, homens contra homens. Esse circo romano não tem nada a ver com a poesia do circo nascido em praça pública e que resistiu ao Império Romano.
    Um dia o inglês Astley, um sargento da cavalaria britânica, teve a idéia de juntar, no mesmo espetáculo, os números com cavalos que ele preparava para a nobreza britânica e os saltimbancos que trabalhavam na praça pública. Em 1770 — não estou bem certo — nasceu o primeiro circo moderno, com artistas e animais. Depois, veio o alemão Hagenberg, que foi o primeiro a entrar numa jaula com animais ferozes.
    Por falar em animais ferozes, tem uma coisa que eu estou reparando: o senhor tem parte do dedo amputada. Isso foi algum acidente que o senhor sofreu no circo?
    Eu fui parar 63 vezes no hospital em 40 anos de carreira de domador. Geralmente, depois de dois ou três acidentes, um domador não trabalha mais. Eu continuei a trabalhar mesmo depois de 63 acidentes...
    Algum deles muito grave?
    Um foi. No total, me deram 180 pontos em todo o corpo, na mão, no dedo quebrado. Por que eu voltava a trabalhar? Porque eu sempre "fazia um processo" —é assim que se diz em português? — eu ficava pensando: "Por que aconteceu? Eu fiz isso, fiz aquilo outro." No final, via que a culpa era sempre minha, eu não podia dar a culpa aos animais. Eu continuei trabalhando até nas 63 vezes que fui parar no hospital, cinco em estado grave, e outras vezes com ferimentos mais leves. É o meu trabalho...
    Fui o único do mundo a trabalhar com hienas. Tive que aturar aquela hiena que se vê no cinema. Eu na jaula com um chicote. Fui o único no mundo, agora já passou. Era rápido, agora estou velho, tenho 81 anos e meio, hein? Tive um derrame cerebral, que me paralisou totalmente, mas consegui sair do buraco e trabalhar de novo com as feras.
    A primeira vez que entrei na jaula, um ano depois do derrame, eu disse para o público: "Desculpem-me se os movimentos não estão perfeitos, um derrame me paralisou. Foram meses na cama e na cadeira de rodas." É quando a vida de um homem parece não interessar mais. Mas comigo não foi assim. Foram horas e horas de ginástica, o que demonstra que a derrota de um homem está só na entrega. Se não se entrega, não está derrotado.

    Orlando Orfei
    Postado por Cristovão Torres às 08:22 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

    domingo, 5 de janeiro de 2014

    Isso Também Passa !

    Chico Xavier costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita:

    “ISSO TAMBÉM PASSA”.

    Aí perguntaram para ele o porquê disso.

    E ele disse que era para se lembrar que quando estivesse passando por momentos difíceis, poder se lembrar de que eles iriam embora. Que iriam passar. E que ele teria que passar por aquilo por algum motivo.
    Mas essa placa também era para lembrá-lo que quando estivesse muito feliz, não deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis também viriam de novo.

    E é exatamente disso que a vida é feita: “MOMENTOS”. Momentos os quais temos que passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado.
    Por algum motivo nunca esquecendo do mais importante: NADA É POR ACASO.
    Absolutamente nada. Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível.
    A vida nem sempre segue o nosso querer, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser.”

    Chico Xavier
    Postado por Cristovão Torres às 04:54 Nenhum comentário:
    Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
    Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
    Assinar: Postagens (Atom)

    Arquivo do blog

    • ►  2025 (1387)
      • ►  junho (85)
      • ►  maio (188)
      • ►  abril (159)
      • ►  março (236)
      • ►  fevereiro (273)
      • ►  janeiro (446)
    • ►  2024 (3428)
      • ►  dezembro (279)
      • ►  novembro (203)
      • ►  outubro (117)
      • ►  setembro (292)
      • ►  agosto (270)
      • ►  julho (311)
      • ►  junho (347)
      • ►  maio (228)
      • ►  abril (325)
      • ►  março (334)
      • ►  fevereiro (318)
      • ►  janeiro (404)
    • ►  2023 (3889)
      • ►  dezembro (352)
      • ►  novembro (439)
      • ►  outubro (478)
      • ►  setembro (377)
      • ►  agosto (392)
      • ►  julho (234)
      • ►  junho (339)
      • ►  maio (361)
      • ►  abril (292)
      • ►  março (213)
      • ►  fevereiro (253)
      • ►  janeiro (159)
    • ►  2022 (3362)
      • ►  dezembro (262)
      • ►  novembro (318)
      • ►  outubro (306)
      • ►  setembro (331)
      • ►  agosto (237)
      • ►  julho (297)
      • ►  junho (206)
      • ►  maio (312)
      • ►  abril (242)
      • ►  março (316)
      • ►  fevereiro (295)
      • ►  janeiro (240)
    • ►  2021 (3157)
      • ►  dezembro (306)
      • ►  novembro (447)
      • ►  outubro (378)
      • ►  setembro (492)
      • ►  agosto (374)
      • ►  julho (254)
      • ►  junho (246)
      • ►  maio (196)
      • ►  abril (101)
      • ►  março (170)
      • ►  fevereiro (109)
      • ►  janeiro (84)
    • ►  2020 (1613)
      • ►  dezembro (159)
      • ►  novembro (80)
      • ►  outubro (93)
      • ►  setembro (105)
      • ►  agosto (132)
      • ►  julho (171)
      • ►  junho (171)
      • ►  maio (196)
      • ►  abril (211)
      • ►  março (127)
      • ►  fevereiro (67)
      • ►  janeiro (101)
    • ►  2019 (893)
      • ►  dezembro (91)
      • ►  novembro (87)
      • ►  outubro (154)
      • ►  setembro (152)
      • ►  agosto (114)
      • ►  julho (132)
      • ►  junho (103)
      • ►  maio (51)
      • ►  abril (3)
      • ►  fevereiro (1)
      • ►  janeiro (5)
    • ►  2018 (700)
      • ►  dezembro (16)
      • ►  novembro (17)
      • ►  agosto (10)
      • ►  julho (58)
      • ►  junho (52)
      • ►  maio (136)
      • ►  abril (117)
      • ►  março (89)
      • ►  fevereiro (119)
      • ►  janeiro (86)
    • ►  2017 (1464)
      • ►  dezembro (105)
      • ►  novembro (100)
      • ►  outubro (127)
      • ►  setembro (102)
      • ►  agosto (195)
      • ►  julho (145)
      • ►  junho (106)
      • ►  maio (80)
      • ►  abril (136)
      • ►  março (101)
      • ►  fevereiro (152)
      • ►  janeiro (115)
    • ►  2016 (569)
      • ►  dezembro (17)
      • ►  novembro (67)
      • ►  outubro (43)
      • ►  setembro (44)
      • ►  agosto (35)
      • ►  julho (22)
      • ►  junho (55)
      • ►  maio (74)
      • ►  abril (59)
      • ►  março (37)
      • ►  fevereiro (93)
      • ►  janeiro (23)
    • ►  2015 (412)
      • ►  dezembro (54)
      • ►  novembro (35)
      • ►  outubro (45)
      • ►  setembro (44)
      • ►  agosto (55)
      • ►  julho (20)
      • ►  junho (55)
      • ►  maio (20)
      • ►  abril (20)
      • ►  março (19)
      • ►  fevereiro (25)
      • ►  janeiro (20)
    • ▼  2014 (196)
      • ►  dezembro (14)
      • ►  novembro (7)
      • ►  outubro (30)
      • ►  setembro (17)
      • ►  agosto (17)
      • ►  julho (36)
      • ►  junho (9)
      • ►  maio (6)
      • ►  abril (4)
      • ►  março (2)
      • ►  fevereiro (38)
      • ▼  janeiro (16)
        • Juiz obriga a correção do FGTS pela inflação em ma...
        • Bierbike em Berlin
        • Justiça suspende todos os processos de correção do...
        • Arco do Triunfo em Paris
        • Bololô na área/Tostão
        • A Grande Zebra da Copa do Mundo: A Seleção de Port...
        • Defensoria prepara pedido de correção do FGTS para...
        • Trabalho noturno provoca ‘caos’ no metabolismo e d...
        • Correção do FGTS pela inflação: vitória causa roma...
        • Força Sindical vai pedir correção monetária sobre ...
        • Juiz de Minas Gerais também obriga Caixa a corrigi...
        • Caixa: correção do FGTS pela inflação dobrará juro...
        • Juiz obriga Caixa a corrigir FGTS pela inflação
        • Caixa enfrenta 26 mil ações por correção do FGTS p...
        • Orlando Orfei; o maior domador de feras do mundo
        • Isso Também Passa !
    • ►  2013 (238)
      • ►  dezembro (5)
      • ►  novembro (9)
      • ►  outubro (31)
      • ►  setembro (9)
      • ►  agosto (19)
      • ►  julho (3)
      • ►  maio (26)
      • ►  abril (33)
      • ►  março (56)
      • ►  fevereiro (45)
      • ►  janeiro (2)
    • ►  2012 (21)
      • ►  novembro (1)
      • ►  outubro (1)
      • ►  setembro (2)
      • ►  julho (4)
      • ►  junho (3)
      • ►  abril (3)
      • ►  março (4)
      • ►  fevereiro (3)
    • ►  2011 (7)
      • ►  dezembro (2)
      • ►  outubro (1)
      • ►  julho (1)
      • ►  maio (1)
      • ►  fevereiro (1)
      • ►  janeiro (1)
    • ►  2010 (71)
      • ►  dezembro (2)
      • ►  novembro (13)
      • ►  outubro (19)
      • ►  setembro (9)
      • ►  agosto (8)
      • ►  julho (20)

    Quem sou eu

    Minha foto
    Cristovão Torres
    Minas Gerais, Brazil
    Nascido na querida São Domingos do Prata, cidade que ama, este pratiano tem algumas paixões na vida; a familia, o Botafogo de Futebol e Regatas e a terra natal. O Prata me ensinou que não são as pessoas que escolhem a cidade, mas é a cidade que escolhe as pessoas.
    Ver meu perfil completo
    Tema Simples. Tecnologia do Blogger.