quarta-feira, 3 de abril de 2024

Saudosa Irmã Madalena Torres, hoje niver dela...Se viva fosse estaria fazendo 85 anos... Saudades...

Tentando entender a morte

O nascimento e a morte são as fronteiras da vida, com as quais temos de conviver. A aceitação da transitoriedade da condição humana ajuda a aliviar o sofrimento que a ideia da morte costuma trazer. Pode-se sonhar com o aumento da expectativa da vida, mas não se pode mudar o fato de que tudo vai acabar um dia, mesmo com os avanços da medicina moderna, e ainda que o maior desejo do homem seja a imortalidade. Pesquisas demonstram que pessoas com forte grau de envolvimento religioso, independentemente da crença, têm menos medo da morte. A fé ajuda a superar a ansiedade em relação à nossa finitude. Se há uma vida que se segue à morte, existiria então uma continuidade do espirito. A visão espiritual da morte nos dá alivio para enfrentá-la, mas também implica em desapego ás coisas materiais, e a ilusão de eterna beleza e jovialidade, comuns nos dias de hoje, acabam gerando mais tristeza e sofrimento com o fim inevitável de nossa existência. Um filósofo alemão pediu pelo menos um médico para acompanhar o seu enterro e que o seu caixão tivesse  as laterais abertas. Explicou que pretendia mostrar que o médico nada pode fazer quando a morte chega, e que as aberturas laterais permitiriam chamar atenção de que o morto segue de mãos vazias, nada levando consigo. Santo Agostinho escreveu a seguinte reflexão sobre a morte: Siga em frente, a vida continua. A  morte não é nada. É somente uma passagem de uma dimensão para outra. Eu estou, agora em uma outra vida , não podem atormentar essa minha passagem com tristeza e lágrimas. Vocês são vocês. Estão vivos , a vida não pode parar. O que eu era para vocês continuo sendo. A vida significa tudo que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Fala-me como sempre falaste. Dá-me o nome que sempre me deste. Não quero tristeza, não quero lágrimas, quero orações. 
PS :
Esta coluna, afetuosamente, presta hoje uma homenagem à memória de minha irmã Madalena, nascida em 1939, e que se despediu da vida na terra no último dia do mês de junho passado. Filha mais velha da nossa família, tinha muito carinho e cuidado cheio de zelo com os seus pais, irmãos e sobrinhos. Tudo nela transbordava amor no relacionamento pessoal . Foi professora no Ginásio Estadual Marques Afonso e funcionária da Caixa Econômica Estadual. Depois de aposentada desenvolveu trabalho como voluntária em Belo Horizonte. Aprendemos com ela lições inesquecíveis. A mais preciosa, de valor espiritual, vem de sua consciência da fé em Deus, que parecia um sexto sentido, e que era como se uma força interna a estivesse guiando para o caminho da devoção religiosa, cuja recompensa estava na alegria com a maneira de viver  e na sua paz de espirito. Ela deixa saudades.

Cristóvão Martins Torres


Foto de Madalena na entrada da Fazenda da Vargem com amigas.

Fotografias do último aniversário que passamos com ela em BH


Um comentário:

  1. Madalena era uma prima muito especial, gostava de conversar com ela .Inteligente, prosa boa !
    Saudade !

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