Especialista explica as principais doenças que podem causar a secreção na garganta e como tratar
CURITIBA, 13/05/2024 – As mudanças climáticas causadas pela chegada do outono aumentam a incidência de um conhecido sintoma: a secreção na garganta popularmente conhecida como “catarro”, que é produzida pelo sistema respiratório como resposta a irritações, infecções ou inflamações. Podendo ser branco, amarelado ou esverdeado, as secreções ou mucos podem ser causados por diversos fatores.
“As principais doenças que causam secreção na garganta são a faringite, que é um edema na parte posterior da garganta e que pode causar o muco e dor de garganta; a laringite, que acomete as cordas vocais e pode causar secreção, tosse e rouquidão; os resfriados ou sinusites, que causam secreções no nariz que podem gotejar para a garganta causando tosse e incômodo”, explica o Doutor Paulo Mendes Jr, otorrinolaringologista do Hospital IPO, maior referência da América Latina em otorrinolaringologia, com sede em Curitiba (PR).
Paulo comenta o fato de que a primeira ação da maioria das pessoas para tentar eliminar o catarro é o ato de “pigarrear”. Apesar de efetiva à primeira vista, a ação tende a causar prejuízos a longo prazo. “A repetição do pigarro pode traumatizar e causar uma lesão próximo às cordas vocais chamada granuloma ou úlcera de contato. A região inflama, fica machucada e a tendência é sempre piorar”, comenta. A solução mais eficaz para eliminação do muco é a lavagem nasal, que pode ser realizada de várias formas. “Ao observar a secreção vindo do nariz para a garganta, principalmente em resfriados, deve-se realizar a lavagem nasal com soro fisiológico, que pode ser em jato contínuo ou em garrafinhas com alto volume de soro. Outras opções são a inalação com soro em temperatura ambiente e a ingestão de bastante água para deixar o muco mais fluido e fácil de ser eliminado”, explica.
A lavagem nasal, inclusive, é indicada não apenas quando existe a presença de secreção na garganta, mas também como uma forma de prevenção e limpeza no dia a dia. “O nariz filtra poluição do ar, ácaro, pólen e epitélio de animais, podendo obstruir as vias e evoluir para uma sinusite. A lavagem, se feita diariamente, vai remover possíveis secreções, sujeiras e hidratar a mucosa nasal”, argumenta o especialista.
Em relação à coloração do muco, inicialmente é normal que seja clara e aquosa. “A secreção inicial, chamada de coriza, é comum em crises de rinite, resfriados e gripes. O equívoco mais comum dos pacientes é acreditar que caso a coloração mude para amarelada ou esverdeada, já deve fazer uso de antibióticos”, explica o médico. “A coloração não vai indicar a necessidade de antibiótico, e sim o tempo que ela está ocorrendo e outros sintomas. Por isso é importante que um médico sempre seja consultado para o diagnóstico correto”, completa o Dr. Paulo Mendes Jr.
Jéssica Mattia / Jornalista
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