quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ceni faz duras cobranças, pede ingressos baratos e cogita greve

Globo esporte.com
 
3/2014 17h52 - Atualizado em

Por
São Paulo
Goleiro exige envolvimento de dirigentes e políticos na mudança do futebol brasileiro

Rogério Ceni foi duro nas críticas e cobranças que fez durante a apresentação da proposta do novo calendário do futebol brasileiro feita pelo Bom Senso, nesta segunda-feira, durante seminário em São Paulo. Ao lado de Alex, do Coritiba, Juan, do Inter, e Rafael Silva, do Nacional-MG, o goleiro do São Paulo dominou o microfone durante o evento, pediu ingressos mais baratos, exigiu maior envolvimento de dirigentes e políticos para mudar o esporte no país e voltou a falar em greve:

- Infelizmente, se precisar parar, deverá ser feito - afirmou.

Ceni cobrou medidas urgentes e foi duro nas críticas que fez a dirigentes e políticos ligados ao futebol.

- O ingresso tem de ser barato, e o governo precisa estar comprometido, porque o futebol emprega em torno de 15 mil atletas, que levam entretenimento a quem está em frente à televisão. Tem de reconhecer o valor de quem investe no futebol e respeitar as datas daqueles que pagam por isso. O ingresso tem de custar barato, porque a receita do clube é muito pequena vinda dos ingressos. Precisamos aprender que o futebol é um esporte popular, de massa. Tem de haver comprometimento dos dirigentes.

Ceni pressionou também a CBF e o Ministério do Esporte para conseguir tirar do papel as ideias do Bom Senso. Na proposta do grupo formado pelos jogadores, os clubes terão de se adequar ao “Fair Play Financeiro”, já existente na Europa. No calendário, os times de menor expressão passariam a atuar mais vezes no ano, diminuindo o número de partidas dos considerados grandes. Além disso, seria criada a Série E do Campeonato Brasileiro.

Não somos os garis do Rio, que têm todo direito de pedir aumento. Não estamos pedindo Bolsa Família ou Bolsa Atleta. Estamos pedindo emprego e organização"
Rogério Ceni


 - Que a CBF, independentemente de quem seja o presidente, Marín ou Teixeira, trabalhe para o futebol brasileiro, o crescimento dos atletas, dos clubes. As empresas vão investir se gente séria estiver à frente. O ministro do Esporte, seja quem for, está na hora de fazer alguma coisa em prol do futebol brasileiro. Esquecer o que é melhor para angariar votos. Quando as decisões políticas mais promíscuas são tomadas, eles usam o futebol para esconder isso do povo, fazem com que processos obscuros tramitem no congresso. Não somos os garis do Rio, que têm todo direito de pedir aumento. Não estamos pedindo Bolsa Família ou Bolsa Atleta. Estamos pedindo emprego e organização - disse.

- Hoje, você vê atleta olímpico fazendo “vaquinha” para poder treinar. Até para “nego” condenado na cadeia arrecadam mais do que o esporte. Estamos gastando R$ 20 bilhões em estádios e não temos um calendário decente – emendou.

O goleiro garantiu que o Bom Senso não tem qualquer pretensão de passar a organizar o futebol brasileiro no lugar da CBF, mas admitiu que os clubes deveriam ter mais força para a elaboração dos torneios.

- Antigamente, eram três rádios e duas televisões. Hoje, você tem mais de 100 emissoras cobrindo um grande evento. O celular era daquele antigo, o de hoje tem até TV. O futebol parou no tempo. Ninguém quer ganhar nada. Não entendo porque tudo tem de passar pela CBF. Por que os dirigentes não se reúnem e formatam um campeonato? Mais de 85% dos jogadores não ganham dois salários mínimos. Não podemos jogar 16 semanas seguidas às quartas e aos domingos e querer que dê público em todos. Não estamos pedindo nada que não seja pessoas de bem querendo o melhor para o futebol brasileiro.


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