segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Não se faça de vítima

 Graziella Marraccini

iG

Na semana passada, escrevi um artigo analisando sucintamente o mapa de Michael Jackson, esse astro da musica que como um cometa se foi rapidamente pela Terra, deixando um rastro brilhante atrás de si. Os acontecimentos dessa semana me fizeram refletir sobre nossa missão de vida, sobre o rastro que cada um de nós irá deixar atrás de si após a partida. Nem todas as pessoas deixam rastros tão brilhantes, porém todos nós vamos deixar rastros, ou pelo menos, a meu ver, é para isso que estamos aqui. Viemos não somente para nossa evolução espiritual individual, mas para que, com nossa passagem, possamos deixar uma marca, um sinal de nossa existência. A vida seria muito vazia se não deixássemos algo atrás de nós. Por essa razão, precisamos conhecer nossa missão. A meu ver, não existem missões grandes ou pequenas, pois cada um de nós está num estagio diferente de evolução e por isso sua tarefa será diferente a cada encarnação. No entanto, eu percebo que muitas pessoas procuram enveredar no caminho espiritual, mas o fazem de maneira egoísta, não se preocupando com aquilo que estão deixando em volta de si. Pensam, mas estão enganados, que basta estudar, ler livros, frequentar cursos, frequentar centros espiritualistas e com isso estarão fazendo sua evolução. Não, meus caros, evoluir espiritualmente é muito mais do que isso! Muitas vezes eu recebo em meu consultório pessoas que me dizem: "Eu conheço meu mapa, conheço minha missão, sei o que devo fazer, mas encontro muitos obstáculos no meu caminho, por isso não consigo evoluir". E muitas vezes acrescentam: "A culpa é dos outros que não me deixam evoluir", ou ainda "Não consigo meditar, por causa disso, por causa daquilo" e lá se vão muitas desculpas sempre focadas 'nos outros' que acabam levando a culpa pelos nossos fracassos! Continuamos focados em nosso próprio umbigo! O problema não está nos outros mas em nós que não damos ouvido à voz do nosso Mestre, ocupados que estamos a invejar, odiar, detestar ou maldizer os outros!

Evoluir espiritualmente é muito mais do que isso, meus caros leitores. E percebo isso todos os dias. A autopiedade, a retaliação, a frustração, a vingança, são sentimentos que precisam ser banidos de nossos corações, pois são eles os verdadeiros 'culpados' por nossos fracassos. Se conseguirmos substituir esses pensamentos negativos e essas reações emocionais ditadas por nosso ego ferido e os substituirmos por sentimentos positivos, de amor, de perdão, de compaixão, de generosidade, estaremos abrindo as portas ao fluxo de energia necessário para chegar no fim de nossa passagem sobre a Terra e ter feito a diferença, tendo deixado um rastro de luz atrás de nós. Se perdemos tempo e energia focalizando a vida dos outros, tendo inveja ou raiva, como podemos ter energia suficiente para trilhar nosso próprio caminho?

Nossa vida é uma senda pela qual levamos nosso 'carro' para alcançar um objetivo. Cada um de nós escolhe sua própria 'lenda pessoal' antes de encarnar. Nosso espírito escolhe o momento exato do seu nascimento, a família, o local onde nascerá para que essa lenda se cumpra totalmente. È por essa razão que o mapa do nascimento é tão importante para decifrar essa lenda pessoal. Eu gosto de fazer uma comparação: Nós somos como passageiros de uma carruagem, puxada por quatro cavalos. Os cavalos correspondem aos nossos instintos vegeto-animais, (já escrevi um artigo a respeito) aqueles que nos servem para a sobrevivência do nosso físico. Procurar prazer, nos comunicar, nos reproduzir, nos sociabilizar, faz parte do homem vegeto-animal. A meu ver a carruagem corresponderia ao nosso corpo físico, ou seja, ao invólucro usado pelo espírito que é passageiro da carruagem. Esse passageiro, porém, não sabe onde ele irá levar sua carruagem, e pode percorrer o caminho levado pelos seus impulsos de sobrevivência. Por essa razão, se ele não conhecer profundamente as necessidades de cada cavalo, acabará cansando-os ou esgotando suas energias e a carruagem irá parar. E, se o passageiro não prestar atenção às valetas, aos obstáculos ou às pedras do caminho, acabará quebrando a carruagem, avariando-a e precisará parar antes de chegar ao seu destino. O passageiro tem, no entanto, dentro de si, uma voz, a voz do Mestre Interior que se conecta diretamente com a Luz. O Mestre Interior conhece a senda, conhece os obstáculos e conhece o destino final, ou seja, a missão individual. Ele procura ajudar o passageiro a dirigir a carruagem, dando-lhe conselhos, dirigindo suas escolhas. Eu costumo comparar o Mestre Interior como o Guia ou Anjo da Guarda que nos protege e nos indica o caminho. Só que nem sempre o passageiro escuta seus conselhos, distraído que está a olhar a paisagem ou as outras carruagens que o ultrapassam e que muitas vezes são mais bonitas que a sua. Então, neste momento, ele cai num buraco, não vê a valeta, e perde de vista seu destino, pois sua energia estará sendo desperdiçada em emoções descontroladas, sentimentos de inveja, de rancor ou de raiva. Alguns outros passageiros levam sua carruagem nas trilhas já traçadas por outras carruagens que passaram anteriormente e não fazem suas próprias escolhas. Eles repetem condicionamentos traçados pelos ancestrais, pela sociedade em que vivem, pelos pais que os criaram e não ouvem a voz do Mestre e tampouco sabem conduzir sua própria carruagem, deixando que os cavalos a dirijam. No entanto, aqueles que enveredam no caminho da espiritualidade e procuram realmente conhecer sua missão, podem canalizar suas energias na direção de sua meta, escutando os conselhos do Mestre, conselhos esses que todos podem ouvir. No entanto, quando perdemos alguma oportunidade de crescimento espiritual, e não compreendemos a razão do obstáculo que enfrentamos, a Voz do Mestre se faz ouvir e nos envia um aviso. Um obstáculo, uma valeta, um desvio, uma curva fechada na estrada da vida: esses são os avisos do Mestre. Porém, se nosso coração estiver preenchido com ódio e rancor, como escutá-lo, como compreendê-lo?

Essa semana podemos começar a abrir nossos ouvidos aos conselhos do Mestre Interior, fazendo uma pequena meditação diária com o auxilio do nome do Gênio Cabalístico de nº 66, MANAKEL. Seu nome significa Deus que secunda e mantém tudo sobre o mundo. Seu Salmo de oração é o de nº 37. Meditem nas três letras que compõem seu nome e peçam para afastar de sua mente o 'sentimento de vitima' e para poder ouvir a voz do Mestre interior.

iG

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