domingo, 17 de abril de 2016

Como conseguir o primeiro emprego após a formatura

Preparar-se para o mercado de trabalho sempre foi uma grande preocupação dos estudantes durante a graduação. Neste momento de crise econômica e de poucas oportunidades, a tensão é ainda maior. Muitas dúvidas surgem neste momento. Afinal, qual o melhor caminho para ingressar no primeiro emprego tão logo esteja com o diploma em mãos?

 A preparação deve começar desde os primeiros períodos. Uma graduação bem aproveitada pode gerar muitos frutos. “A faculdade é o ambiente e o período correto para escolher a área de atuação e se programar para o futuro. Com a área de atuação definida, deve-se identificar o nível máximo (onde se pode chegar) e o mínimo (de onde começar)”, afirma Silvane Castro, membro da Sociedade Brasileira de Coaching.

 Segundo ela, a partir disso, o estudante deve se preparar começando pelas competências técnicas (formação, segundo idioma etc) e seguindo para as competências comportamentais requeridas. “Dessa forma, é possível reduzir o risco de ser pego de surpresa ou se enganar ao optar por uma área pouco compatível com suas habilidades. Quando o talento encontra a oportunidade, nasce a fórmula do sucesso e da realização pessoal”, explica Silvane.

Mercado
 Além do autoconhecimento, a especialista destaca que é fundamental que o recém-formado conheça o mercado de trabalho em que pretende atuar e prepare-se bem para as primeiras entrevistas de emprego. Ela frisa que os processos de recrutamento mais modernos têm levado em conta a análise de currículo e o perfil do candidato. “Nesse contexto, podemos dizer que as competências técnicas são entendidas como pré-requisito e as competências comportamentais são o grande diferencial do candidato”, esclarece.

Desafio
 Administrar a insegurança, natural nesta fase, também é uma meta a ser perseguida por quem busca o primeiro emprego. “Todo avaliador tem ciência da normalidade de certo nervosismo. Nesse sentido, a tentação de compensá-lo fingindo ser o que não é pode ser uma cilada. Clareza e consistência são muito importantes para conquistar a confiança do contratante”, alerta Silvane.

Para melhorar o currículo, os cursos de desenvolvimento humano, que buscam aperfeiçoar competências como liderança, empatia, automotivação e pró-atividade, podem ser uma boa opção por despertarem interesse de gestores. “Isso porque essas habilidades técnicas são mais fáceis de serem desenvolvidas do que novos comportamentos. Portanto, é valorizado quando a própria pessoa toma a iniciativa de trabalhar tais aspectos”.

Conhecimentos prático e teórico são complementares
 Projetos de iniciação e de extensão, disciplinas optativas e eletivas, grupos de estudo etc. O leque de atividades oferecido aos alunos durante a graduação é amplo. O estudante de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Pedro Henrique Colombini pretende aproveitar ao máximo essas oportunidades para ser um bom profissional.

“O mercado de trabalho precisa de pessoas com experiência técnica e prática, mas hoje é imprescindível que essa técnica seja acompanhada da capacidade de inovação. A universidade é um dos poucos espaços em que pode-se e deve-se exercitar o pensamento crítico, analítico e transformador”, afirma Colombini.

O estudante tem se preparado bem: passou em primeiro lugar no vestibular, nos dois primeiros períodos fez estágio em um escritório de advocacia e agora integra um projeto de iniciação científica. Colombini alerta que diante da grande preocupação em entrar no mercado de trabalho, muitos universitários deixam o curso de lado e focam apenas nos estágios, que dão o conhecimento prático. “Isso impede os universitários de se tornarem bons profissionais, pois é a teoria que permite encontrar soluções para os problemas profissionais cotidianos. O estágio deve ser um complemento da universidade, nunca o contrário”, ressalta.

Habilidades

Os processos de recrutamento mais modernos têm levado em conta, em geral, dois aspectos fundamentais que os graduandos e recém-formados devem estar atentos:

Competências técnicas:

Trata-se, basicamente, da análise de currículo. É preciso que ele transmita clareza e objetividade sobre a formação, atividades e objetivos cumpridos. Uma dica é verificar se as seguintes questões foram respondidas: O que fez? Como fez? Para que fez?

Competências comportamentais: 

É a etapa que avalia o perfil do candidato, cruzando-o com as habilidades requeridas para o cargo. É observado se o indivíduo possui perfil de liderança, se é mais voltado para obedecer normas e procedimentos ou, ainda, se trata-se de uma pessoa com perfil para atuar em suporte.

O Tempo

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