segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Os Burton


Homônimos que a astrologia tente explicar. O mais novo insuportável (ou o oximoro) para Liz Taylor em dois casamentos tentados, fora sete "Oscars". Lenda da calçada da fama, em que pisamos sobre o mito ou sobre nosso ego.

Outro Burton é o tradutor de "Outab alif laila va laila" - conhecemos como "As noites", mil e uma. O capitão Richard Burton, que sonhava em dezessete idiomas e afirmava ter dominado trinta e cinco: semita, dravídicos, indo-europeu, etíopes... Disse muito em setenta e duas obras, a partir da sugestiva "Goa e suas montanhas azuis", 1851. O "Jardim perfumado de Nafzauí", póstumo, foi lançado às chamas por Lady Burton, por razões que Borges deixa às nossas elucubrações. Odiava os judeus, a democracia, o Ministro das Relações Exteriores e o cristianismo; Lord Byron e o Islã, suas venerações. Abstemo-nos... "Do solitário ofício de escrever fizera algo valoroso e plural; praticava-o desde o amanhecer,  num vasto salão multiplicado por onze mesas, cada uma delas com o material para um livro - e uma ou outra com um claro jasmim num copo d'água." ("Eternidade", 91).

Burton, insondáveis; na calçada, nos califados...

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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