sábado, 13 de maio de 2023

Fotos históricas da Construção do Colégio Marques Afonso em São Domingos do Prata

 Arquivo do Blogueiro: fotos históricas de São Domingos do Prata


Início da Construção do Colégio Marques Afonso

Senhor Benjamim Torres, fundador do Colégio Marques Afonso, durante a construção, junto a seu filho Carlos e aos Trabalhadores da obra 

A construção do Colégio Marques Afonso (levantando as paredes)

O Colégio Marques Afonso, já concluído

Benjamim Torres fazendo discurso de inauguração
do Colégio Marques Afonso

Inauguração do Oratório do Colégio Marques Afonso

Benjamim Torres Junto aos Professores do Marques Afonso
Há de ressaltar, a plena e irrestrita colaboração dos professores, que trabalharam sem receber salários, trabalharam de graça por um bom tempo

Primeira Turma de Formandos do Colégio Marques Afonso

Cartão escrito por Padre Geraldo Barreto Trindade(Pároco de Ponte Nova), datado de 1954, endereçado a Benjamim Torres, enaltecendo o seu trabalho para a implantação da Escola Técnica de Comércio em São Domingos do Prata

Como meu pai enfrentou a velhice

Desse homem conheço numerosos fatos notáveis, mas nada é mais digno de admiração do que a maneira como enfrentou a velhice.
Todas as pessoas desejam viver muito, mas, quando ficam velhas, algumas se lamentam muito.
Certa ocasião, perguntei a meu pai se desejava viver muito tempo, ele respondeu:

  • nada tenho a reprovar em relação à velhice, os frutos dela são todas as lembranças que adquiri do passado;
  • os velhos não devem se apegar, nem renunciar ao pouco de vida que lhe resta, porque ninguém é bastante velho para não viver vários anos a mais;
  • saber distribuir o tempo é saber aproveitá-lo;
  • as pessoas agradáveis suportam facilmente a velhice; o temperamento e a beleza estão em todas as idades;
  • toda idade tem seu prazer e sua virtude. Não é a força nem a agilidade que marcam as grandes façanhas de um homem. O que importa é a maneira de pensar, a sabedoria, a humildade, o discernimento, a honestidade, a bondade e a verdade;

Portanto, meu Pai acreditava ser o ser humano a origem e o fim de todas as coisas na sociedade. Ele entendia que as pessoas, através do estudo e trabalho, buscam a sobrevivência e o crescimento da espécie.
Gostava de dizer: velho sim, velhaco jamais.
Enfatizava que chegou àquela idade tendo permanecido ativo, trabalhado sem descanso desde novo, sobretudo porque tinha perdído seus pais muito cedo, criado sua familia, participado do processo da construção do Colégio Marques Afonso e cultivado o caminho do bem.

A construção do Colégio foi uma boa lembrança que carregava consigo. Sentia que ela tinha propiciado às pessoas, desde o mais humilde ao mais abastado, sentarem-se lado a lado e terem as mesmas oportunidades na vida.
Seu grande sonho e desafio foi diminuir as desigualdades através da educação. Acreditava que não há limites para os sonhos e não importa o tamanho do seu sonho, o importante é acreditar.
Ele dizia que a razão que o motivou a lutar pelo colégio naquela época foi ter observado que muitos pais não tinham condições financeiras de manterem seus filhos estudando fora do prata.
Sua alegria foi muito grande ao perceber que, depois de construído, dentre os primeiros alunos matriculados no colégio havia não só pessoas do Prata, mas também de cidades vizinhas.
Fazia questão de ressaltar que tinha aprendido com sua esposa Auxiliadora, minha mãe, que o que fazemos de graça recebemos em graça.
Meu pai exerceu seu ofício(odontólogo) com profissionalismo, dedicação, amor e respeito aos clientes. 

As lembranças das coisas boas que realizou o confortaram muito na velhice. Dizia que seus cabelos brancos e suas rugas eram a recompensa de um passado exemplar que teve e concluía afirmando:
"assim como o bom vinho, as boas ações que praticamos no passado não azedam com o passar do tempo; Deus nos fornece, aqui na terra, um hotel provisório e não um domicilio definitivo".

Essas são as lembranças que tenho do meu Pai, Benjamim Torres. Guardo com muito carinho a imagem de um homem bom que se sentia muito bem em fazer o bem, que lutou muito para o bem da coletividade, que nos deixou muito orgulhosos com seus gestos, e soube envelhecer com sabedoria, embora tenha partido, continua vivo em meu coração.

Cristóvão Martins Torres



Tentando entender a morte

O nascimento e a morte são as fronteiras da vida, com as quais temos de conviver. A aceitação da transitoriedade da condição humana ajuda a aliviar o sofrimento que a ideia da morte costuma trazer. Pode-se sonhar com o aumento da expectativa da vida, mas não se pode mudar o fato de que tudo vai acabar um dia, mesmo com os avanços da medicina moderna, e ainda que o maior desejo do homem seja a imortalidade. Pesquisas demonstram que pessoas com forte grau de envolvimento religioso, independentemente da crença, têm menos medo da morte. A fé ajuda a superar a ansiedade em relação à nossa finitude. Se há uma vida que se segue à morte, existiria então uma continuidade do espirito. A visão espiritual da morte nos dá alivio para enfrentá-la, mas também implica em desapego ás coisas materiais, e a ilusão de eterna beleza e jovialidade, comuns nos dias de hoje, acabam gerando mais tristeza e sofrimento com o fim inevitável de nossa existência. Um filósofo alemão pediu pelo menos um médico para acompanhar o seu enterro e que o seu caixão tivesse  as laterais abertas. Explicou que pretendia mostrar que o médico nada pode fazer quando a morte chega, e que as aberturas laterais permitiriam chamar atenção de que o morto segue de mãos vazias, nada levando consigo. Santo Agostinho escreveu a seguinte reflexão sobre a morte: Siga em frente, a vida continua. A  morte não é nada. É somente uma passagem de uma dimensão para outra. Eu estou, agora em uma outra vida , não podem atormentar essa minha passagem com tristeza e lágrimas. Vocês são vocês. Estão vivos , a vida não pode parar. O que eu era para vocês continuo sendo. A vida significa tudo que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Fala-me como sempre falaste. Dá-me o nome que sempre me deste. Não quero tristeza, não quero lágrimas, quero orações. 
PS :
Esta coluna, afetuosamente, presta hoje uma homenagem à memória de minha irmã Madalena, nascida em 1939, e que se despediu da vida na terra no último dia do mês de junho passado. Filha mais velha da nossa família, tinha muito carinho e cuidado cheio de zelo com os seus pais, irmãos e sobrinhos. Tudo nela transbordava amor no relacionamento pessoal . Foi professora no Ginásio Estadual Marques Afonso e funcionária da Caixa Econômica Estadual. Depois de aposentada desenvolveu trabalho como voluntária em Belo Horizonte. Aprendemos com ela lições inesquecíveis. A mais preciosa, de valor espiritual, vem de sua consciência da fé em Deus, que parecia um sexto sentido, e que era como se uma força interna a estivesse guiando para o caminho da devoção religiosa, cuja recompensa estava na alegria com a maneira de viver  e na sua paz de espirito. Ela deixa saudades.

Cristóvão Martins Torres



Imagem da infância

 Pássaros


A minha infância via um garoto
Via amigos como garotos também
Percebo que não eram só garotos
Era apenas um pássaro com outros pássaros
Que eram garotos.

Brincávamos na rua como numa floresta
Brincando criando seus caminhos
Certos ou não.

Igor Gonsalves(Poeta)


O Poeta Ivan Junqueira escreveu: A Flor Amarela, que diz assim; "Atrás daquela montanha tem uma flor amarela / dentro da flor amarela / o menino que você era / porém, se atrás daquela montanha não houver a tal flor amarela, / o importante é acreditar / que atrás de outra montanha / tenha uma flor amarela  / como o menino que você era / guardado dentro dela".

Jardim da Infância Chapeuzinho Vermelho da Dona Dulce Zanetti


"Jardim da Dona Dulce", como era conhecido.
Meu primeiro diploma, muito importante.
Dona Dulce sempre muito atenciosa, tinha muito carinho com os alunos, por isto tenho grandes recordações desta época.
Dona Dulce é dessas pessoas especiais que aparecem em nossas vidas e ficam para sempre.
Ela nos ensinou a perceber a família, os amigos, os professores. Nos ensinou a descobrir o outro, por isto ela é especial.
Quando a pessoa é do bem, tende sempre a comunicar-se!
Juntamente com seu marido professor Egídio Zanetti, marcaram época em São Domingos do Prata.
Contribuiram e muito para melhoria da educação em nossa cidade.
Fui também aluno no "Colégio Estadual Marques Afonso" do professor Egídio, que lecionava matemática.
De formação profissional na área da economia, senhor Egídio era um exímio professor de matemática.
Me sinto orgulhoso de ter sido seu aluno.
Além de professor senhor Egídio era uma grande figura humana, muito estimado por todos.
Lembro-me quando ele ia ler os resultados das provas e algum aluno não alcançava nota, brincava com o aluno, falava; Vou te mandar para a Sibéria.
Quando professor Egídio Zanetti mudou com a familia para Belo Horizonte para que os filhos pudessem fazer faculdade, meu Pai disse uma frase que não esqueço:
O Prata perdeu um grande colaborador e parceiro da educação.
Cristóvão Martins Torres



Auxiliadora Torres: Minha Querida Mãe

Há muito tempo venho querendo escrever uma crônica sobre minha Mãe, Auxiliadora Torres, mais conhecida (sobretudo em São Domingos do Prata) como Dona Dodora. Porém, quando começo a escrever sou tomado por uma emoção tão grande que chega a ser difícil terminar o texto.

Filha de Fazendeiros, criada na Fazenda da Vargem, minha Mãe foi e continua sendo muito querida em São domingos do Prata, sobretudo pelas boas ações que praticou. Mulher muito espiritualizada e de muita fé, pensava sempre no próximo. Dona Dodora não só acreditava no mandamento maior do Cristianismo, o do amor a Deus e ao próximo, como também e sobretudo o aplicava em sua prática cotidiana. Por isso, todos nós da família ficamos muito felizes pelo fato de, em São Domingos do Prata, ela ser lembrada com tanto amor ainda hoje.

Para mim, que sou seu filho, permanecem o amor e a saudade eternos de minha querida Mãe!

RECEBA AS FLORES QUE LHE DOU...

Vitória-régia

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