segunda-feira, 24 de junho de 2024

Neurocientista explica as substâncias que esse afeto causa em nosso corpo

Essa simples ação pode diminuir depressão, controlar a ansiedade e ajudar a pele

O abraço é uma expressão corporal que demonstra sentimentos como amor, carinho, amizade e cuidado. Além disso, é um ato que nos conecta com outras pessoas por meio de um toque íntimo que desencadeia emoções e sensações. Consequentemente, após esse ato genuíno de afeto, nos sentimos leves e temos transformações de dentro para fora.


Isso porque, segundo o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu Rodrigues, do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), quando abraçamos alguém de forma sincera e prazerosa, o nosso cérebro produz hormônios de felicidade, bem-estar e também libera substâncias analgésicas capazes de sanar dores físicas.


"Quando surpreendemos ou somos surpreendidos dessa forma tão íntima, o nosso cérebro inicia a produção de oxitocina, que é um dos hormônios relacionados a felicidade, reduz os níveis de hormônios do estresse e eleva os níveis de serotonina, o que aumenta o bom humor. Automaticamente, por meio desse simples ato, há o fortalecimento do sistema imunológico, melhora na autoestima e controle nos níveis de ansiedade", explica o especialista.


Outros benefícios que o neurocientista aponta por meio do abraço são: rejuvenescimento, pois melhora a oxigenação no sangue, melhora a memória, equilibra o sistema nervoso, alivia a dor e promove a empatia, já que é um ato de reciprocidade.


Fabiano também destaca que num simples abraço podemos demonstrar nossas emoções mais íntimas, no qual o próximo que a recebe consegue perceber como está o nosso estado emocional através da sintonia.


"Muitas das vezes, quando estamos em um estado emocional e mental um pouco desalinhado, a nossa capacidade de compartilhar afeto fica restrita. Desta forma, acabamos compartilhando um abraço mais frio, distante e sem muito contato físico. Esse é o reflexo de como nos encontramos emocionalmente", disse o especialista que também acrescenta:


"Esse 'abraçar' sem abraçar revela nossa má vontade em doar os nossos sentimentos aos outros. Mas quando a vontade é mútua e ambos compartilham da mesma ligação afetiva, a troca e a reciprocidade trazem uma sensação de bem-estar inevitável que perdura até depois do ato".


*A cultura do abraço*


Algumas culturas não têm o hábito de constantemente demonstrar afeto por meio do abraço, enquanto outras são mais "abraçadeiras". Por exemplo o nosso país, o qual somos conhecidos mundialmente como os mais calorosos e receptivos.


Esse hábito nacional nos é ensinado desde a infância. Estudos mostram que crianças que são muito abraçadas tendem a gostar desse tipo de carinho e na fase adulta se tornam pessoas afetuosas. Por outro lado, se os pais não costumam abraçar os seus filhos, eles passam a achar o afago desconfortável e quando adultos demonstram menos carinho.


Nesse sentido, Fabiano avalia que "ao abraçar nossos filhos, estamos desde já alimentando um futuro adulto com uma elevada autoestima e ajudando na produção da ocitocina que é responsável pelo desenvolvimento da personalidade".

E quem não gosta de um bom abraço apertado, ideal para demonstrar gratidão ou até mesmo fazer as pazes com um amigo querido.


Sobre Fabiano de Abreu


Fabiano de Abreu Rodrigues é PhD, neurocientista, neuropsicólogo, mestre em psicanálise com pós graduação em antropologia, jornalista e especialização em nutrição clínica.



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