sábado, 22 de março de 2025

Movimento INRua reivinda participação no plano de revitalização do centro de Curitiba

Movimento da população em situação de rua quer dialogar e propõe construção coletiva para o centro da cidade

 

Curitiba, 17/03/2025 - Curitiba é a sexta cidade do país com a maior porcentagem de pessoas em situação de rua. Segundo dados divulgados em 2023 pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a capital paranaense registrava mais de 3 mil pessoas em situação de rua para. De acordo com o Instituto Nacional de Direitos Humanos da População de Rua – INRua, em 2024 esse número é ainda maior, com 4.500 pessoas não domiciliadas vivendo na cidade, sendo a maior parte concentrada na região central.

 

Recentemente, foi anunciada a revitalização do centro da capital paranaense, uma pauta amplamente debatida na mídia. O processo faz parte do Plano de Governo da gestão 2025/2028 e foi formalizado pelo Decreto 593, que criou a "Comissão de Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba". A comissão é composta por representantes do município, do Governo do Estado, da Câmara Municipal e de diversas entidades. No entanto, a participação dos movimentos sociais e da população em situação de rua não foi mencionada.

 

Segundo o presidente do INRua, Leonildo Monteiro - que também é Coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), as operações policiais que criminalizam a população em situação de rua atuam ainda com mais excesso durante alguns períodos como mega eventos e quando a cidade está trabalhando em mega construções. “Vemos a proposta da revitalização com preocupação. Há muita violência contra quem não tem onde morar, precisamos de moradia, geração de renda e não de criminalização”, afirma Leonildo.

 

A questão é social e deveria ser tratada como tal diante do poder público, mas nenhuma das entidades que representam a população em situação de rua foi convidada para dialogar sobre o Decreto 593. “Consideramos isso um erro pois somos que estamos na rua todos os dias e a solução seria uma construção coletiva. Reivindicamos audiência públicas que possibilitem a participação de quem defende nossos direitos como a frente nacional e municipal, como a Frente Estadual e Municipal da População em Situação de Rua, e os conselhos de classe. Além disso, clamamos por subsídios e imóveis desocupados dos municípios e do estado.”, completa Leonildo.

 

Fotos: Maurílio Chelli






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