A confusão entre os termos "neurocientista" e "neurologista" é comum, mas as diferenças são fundamentais para compreender o papel de cada profissional no campo das neurociências. Para esclarecer isso, conversamos com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências pela Califórnia University, professor convidado da PUCRS, no Brasil, e da UNIFRANZ, na Bolívia, onde foi pioneiro ao levar as neurociências ao país. Com mais de 400 estudos publicados, mais de 30 conceitos próprios e diretor do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, no Brasil e em Portugal, Abreu é também membro da Society for Neuroscience, nos Estados Unidos. Atualmente residente em Portugal, ele coordena equipes que incluem 2 neurologistas, 4 psiquiatras e 10 psicólogos, com contratos baseados em seus estudos, atuando no Brasil, Portugal e Hong Kong.
O que define um neurocientista? Segundo Abreu, apenas quem possui um doutorado (PhD) em neurociências pode receber esse título, uma prática consolidada em países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, Japão e na Europa. "O neurocientista é um pesquisador ativo, dedicado a estudar e se atualizar constantemente sobre o sistema nervoso, conduzindo estudos que ampliam o conhecimento científico", explica. Essa formação rigorosa diferencia o neurocientista de outros profissionais da área, como o neurologista, que é um médico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas, como epilepsia e Parkinson, e o psiquiatra, focado em transtornos mentais.
Diferentemente do neurologista, cuja atuação é clínica e prática, o neurocientista mergulha em pesquisas teóricas e experimentais, o que pode lhe conferir um conhecimento mais amplo e profundo sobre o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. "Ele respira ciência, vivendo para investigar e inovar", destaca Abreu. Essa dedicação contínua permite que neurocientistas como ele influenciem não apenas a academia, mas também a prática clínica, como evidenciado pelo uso de seus estudos por profissionais de saúde em três continentes.
Um ponto importante levantado pelo pesquisador é que uma pessoa com pós-graduação em neurociências, mesmo que avançada, não pode ser considerada neurocientista. "Não é um cientista e não possui o conhecimento suficiente para atuar nessa função, que exige o PhD e uma carreira de pesquisa ativa", afirma. Essa distinção busca proteger a integridade da profissão, garantindo que apenas quem se dedica exclusivamente à pesquisa de ponta seja reconhecido como tal.
A clareza sobre essas funções é essencial para valorizar o trabalho de cada profissional e evitar equívocos. Enquanto o neurologista trata, o neurocientista investiga, e ambos contribuem para avanços que impactam milhões de vidas. Com a liderança de figuras como Fabiano de Abreu, as neurociências continuam a expandir fronteiras, conectando ciência e saúde em escala global.
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