terça-feira, 9 de abril de 2013

Cartunista Ziraldo: "Ler é mais Importante do que Estudar"

Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação do nomes de sua mãe, Zizinha com o de seu pai Geraldo: surgiu o Ziraldo, um nome único. Muda-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos. Começou sua carreira nos anos 50 em jornais e revistas de expressão, como jornal do Brasil,O Cruzeiro, Folha de Minas, e outros.

Além de pintor é cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista, escritor e colecionador de piadas. Sua vasta obra faz parte do nosso cotidiano. O cartaz de um filme, um logotipo, uma camiseta, um programa de televisão, uma capa de revista, uma simples caixinha de fósforo, tudo ganha um charme especial. Um bom brasileiro diz logo de cara: só pode ser coisa do Ziraldo !

Seus trabalhos já foram traduzidos para diversos idiomas como françês, espanhol, alemão, inglês, italiano e basco. Os trabalhos de Ziraldo representam o talento e o humor brasileiros no mundo. Estão até expostos em museu! Ilustrou o primeiro livro brasileiro com versão integral online, em uma iniciativa pioneira.

Ziraldo tem paixão pelo desenho desde a mais tenra idade. Desenhava em todos os lugares - na calçada, nas paredes, na sala de aula. Outra de suas paixões desde a sua infância é a leitura. Lia tudo que caia nas mãos.

Sua carreira começou na revista "Era uma vez..." com colaboração mensais. Em 1954 começa a trabalhar no jornal Folha de Minas com uma página de humor, e por coincidência foi esse mesmo jornal que publicou o seu primeiro desenho quando tinha apenas 6 anos de idade!

Fez cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, e outros.

Grandes acontecimentos marcaram a vida do artista no ano de 1969. Ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o prêmio Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina, patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa, recebida em Caracas, Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual da UNICEF, honraria concedida pela primeira vez a um artista Latino. Foi nesse ano que publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS.

Como todo bom brasileiro, Ziraldo aprecia o Carnaval. Foi dos primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do Pasquim. O seu primeiro livro foi enredo de Escola de Samba em Juiz de Fora, também desfilou no alto de um carro com um enorme Menino Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!

Ziraldo tem diversas passagens pela TV. Participou como jurado de inúmeros programas, festivais e até concursos de Miss Brasil nos idos dos anos 60. É também apresentador e entrevistador. Quando entrevistado tem sempre ponto de vista interessante a defender, e uma de suas frases mais conhecidas é "Ler é mais importante do que estudar".

Fonte: httpp://www.ziraldo.com/livros/home.htm





Image by Ziraldo.  All rights reserved. Todos os Direitos Reservados.Como é ter 80 anos? Quando novo, chegou a se imaginar nessa idade?
Ziraldo – Não. Eu tenho falado com minha turma, pessoal de 80 anos, a gente não fazia planos. A gente chega aos 80 anos com o mesmo susto que a gente chega ao Natal. Em janeiro você começa o ano, em outubro você vê o primeiro Papai Noel e pensa: "meu Deus, já é Natal?". Parece que foi uma coisa que aconteceu de repente. Agora, no meu caso, quando eu vivia o século 20, eu sonhava em chegar ao século 21. Como eu fui leitor de história em quadrinhos, eu achava o século 21 uma coisa misteriosa, impenetrável. Mas quando eu lembrava que teria 68 anos na entrada do século 21, eu pensava: "qual a graça de chegar ao século 21 com 68 anos?" Acho que ninguém faz plano pra mais de 60 anos. E aí cheguei ao século 21 e não mudou nada. Sou igualzinho. Descobri hoje uma frase antológica: "A natureza seria realmente sábia, se a cabeça do homem envelhecesse junto com o corpo. Isso é o que deveria acontecer".

Tristeza da velhice é não poder dizer mais, isso é a coisa do velho cafajeste: "eu ainda hei de comer essa moça". Se você tiver com esse projeto, vai dar uma mão de obra danada. Não tenho mais 20 anos para esse tipo de comportamento. Mesmo que não acontecesse, essa era uma sensação maravilhosa."

Ziraldo

 


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