quinta-feira, 21 de maio de 2015

Os lucros da Vale despencam devido a crise na China e na Europa

Exportação
 
O lucro líquido caiu 40,5% no primeiro trimestre deste ano. O minério de ferro representou 47,2% do total das exportações para a China que é o único país importante com o qual o Brasil tem superávit comercial.
De acordo com os resultados do primeiro trimestre deste ano divulgados pela Vale, o lucro líquido da segunda mineradora mundial em volume caiu 40,5% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, para R$ 6,7 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre de 2011, a queda do lucro líquido foi de 19,6% e o faturamento de 27,9%.
O volume de minério de ferro vendido caiu 19,3%, para 65,193 milhões de toneladas, na comparação com o último trimestre do ano passado. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a queda foi de 4,2%.
O valor da tonelada do minério de ferro, que chegou a quase US$ 200 por tonelada no início do ano passado, hoje está em torno de US$ 145, depois de ter despencado para US$ 116,5 em outubro.
A direção da Vale tenta justificar a piora do seu desempenho pelo aumento das precipitações de chuvas em 57% em Minas Gerais no período, o que teria provocado o aumento dos custos operacionais. No comunicado é dito que “estamos confiantes de que iremos entregar os volumes de vendas planejados para este ano. O mercado global de minerais e metais deve permanecer aquecido, e continuamos bem preparados para explorar as oportunidades para criação de valor”.

As exportações de minério de ferro impactadas pela crise capitalista mundial
O principal motivo da piora do desempenho das exportações da Vale é a queda do preço e da demanda do minério de ferro e pelotas nos mercados internacionais. Devido à desaceleração da economia chinesa e ao aprofundamento da crise capitalista na Europa.
As exportações para a Europa caíram de 19,2% no primeiro trimestre do ano passado para 16,2%. A participação do Japão caiu 11,1%.
A economia chinesa tem desacelerado e continuará desacelerando. As projeções de crescimento oficiais foram rebaixadas pelo Banco da China para 7,5% do PIB neste ano, muito abaixo das previsões de 9% estabelecidas no início do ano. A China encaminha-se para um “pouso forçado” devido à queda da demanda mundial pelos seus produtos manufaturados de baixo valor agregado. Para conter o impacto do colapso capitalista de 2007-2008, o governo chinês despejou, a partir de 2009, centenas de bilhões para fomentar, de maneira artificial, o consumo interno. Essa política provocou o crescimento de gigantescas bolhas imobiliárias e das obras de infraestrutura que ameaçam levar à bancarrota os governos provinciais, as construtoras e o sistema financeiro. O papel de contenção parcial da crise capitalista mundial que a China desempenho nos últimos três anos está esgotado. A queda das importações pela China afetaram o desempenho de todas as mineradoras do mundo e de um grande número de multinacionais.
As exportações de minério de ferro e pelotas representaram 47,2% do total das exportações para a China no primeiro trimestre de 2012, muito próximo do percentual do trimestre anterior, mas com crescimento de 6,2% na comparação com 2011. A dependência da economia brasileira do desempenho da economia chinesa tem aumentado consideravelmente nos últimos cinco anos e é o único país importante com quem o Brasil tem superávit comercial. As receitas líquidas obtidas com as exportações de minério de ferro passaram de US$ 2,9 bilhões em 2001 para US$ 48,1 bilhões em 2011.

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