segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

PARQUES DO ITACOLOMI E IBITIPOCA SÃO PRIVATIZADOS

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Ouro Preto

22 de dezembro de 2022

Por Karina Peres

Na tarde desta quarta-feira (21) durante um leilão realizado na sede da B3, em São Paulo, a Parques Fundo de Investimento e Participações em Infraestrutura, arrematou a concessão dos parques estaduais Itacolomi e Ibitipoca por R$ 3,5 milhões. A privatização dos parques foi estruturada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a pedido do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

Agora, pelos próximos 30 anos, o grupo será responsável por todas as operações nos dois parques, que incluem: requalificação, modernização, manutenção e reforma de infraestruturas. O grupo também poderá implementar e retirar lucros de cobrança de ingressos, hospedagem, alimentação, comércio local e serviços turísticos em geral. Segundo a Parques Fundo de Investimento e Participações em Infraestrutura, o objetivo é promover um turismo voltado para a conservação da natureza.

O governo de Minas Gerais também vê com bons olhos a privatização. Em entrevista ao Estado de Minas, o vice-governador do Estado, Mateus Simões (NOVO), explicou que a concessão pode gerar riqueza, devido à movimentação turística, e também consciência ambiental para a população local. 

Consequências para Ouro Preto

A equipe do O Liberal entrou em contato com o secretário municipal de meio ambiente, Francisco de Assis Gonzaga, ele enfatizou que a privatização foi uma iniciativa pensada exclusivamente pelo governo estadual. Ele explicou que a princípio, a concessão do parque beneficia apenas o estado, que não precisará fazer investimentos ambientais relacionados ao parque.

Outro ponto de destaque, abordado pelo secretário, é o fato de que boa parte da água de Ouro Preto e Mariana vem do parque. “O Parque do Itacolomi é a caixa d’água dessas duas cidades. A água que vem da ETA Itacolomi tem seu nascimento no parque, assim como a ETA da Serrinha, que abastece boa parte da população de Mariana. Então eu vejo com muita preocupação essa privatização”, disse o secretário.

Chiquinho também destacou a falta de diálogo com a comunidade de Ouro Preto e Mariana, que em sua maioria, era contra a privatização. “Tivemos duas audiências públicas, cada uma em uma das cidades. A primeira foi realizada em um dia muito ruim, de chuva e barreiras caindo, a segunda teve participação, mas a população não foi ouvida, porque a ampla maioria se posicionou de forma contrária a maneira que essa privatização estava sendo realizada”, destacou.

O secretário afirmou que a administração pública do município vai lutar para que a entrada do Parque continue gratuita para os moradores e para proteger os bens históricos e ambientais do local.

Jornal O Liberal
Região dos Inconfidentes

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