sábado, 21 de janeiro de 2023

Remédio para tosse pode ajudar a tratar Parkinson, especialista explica

 Ambroxol será testado em mais de 300 pessoas para identificar seu papel no tratamento de Parkinson



O Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns e ainda não tem cura, mas uma nova possibilidade de tratamento está sendo analisada por um time de pesquisadores da University College London (UCL), para identificar a eficácia do medicamento Ambroxol em retardar a progressão do Parkinson.


O Ambroxol é normalmente utilizado para o tratamento de doenças respiratórias, mas que, de acordo com um ensaio clínico realizado no Reino Unido, que embasou os novos estudos sobre o medicamento, indicam que ele ajuda a potencializar a produção de glucocerebrosidase (GCase) - Enzima que ajuda a quebrar gorduras e proteínas, mas que no Parkinson sofre uma queda significativa.


De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili, que já esteve na UCL para estudar a técnica de marca-passo cerebral no Parkinson, essa possibilidade pode ajudar no tratamento da condição.


A glucocerebrosidase é uma enzima que ajuda a ‘limpar’ o cérebro de proteínas maléficas, como a alfa-sinucleína defeituosa que se acumula nas células, o que tem ligação com o surgimento do Parkinson, e a utilização do Ambroxol para estimular essa enzima pode ser uma importante técnica para auxiliar no tratamento doença.


Há algum tempo têm sido realizadas pesquisas que buscavam substâncias para  aumentar ou estimular a glucocerebrosidase, o que acabou levando ao Ambroxol. Chegar a essa nova fase de testes, com mais de 300 participantes, vai ajudar a entender melhor os benefícios práticos do medicamento na quebra de proteínas ligadas ao desenvolvimento do Parkinson. Também será importante checar se as doses propostas são, de fato, seguras, porque são bem maiores do que as utilizadas na tosse.” Afirma.


Sobre o Dr. Bruno Burjaili
Dr. Bruno Burjaili é neurocirurgião com atuação mais específica em doenças do movimento (como Parkinson, tremores e distonia), inclusive o implante de marca-passo cerebral. É também especialista em dores de difícil controle, abrangendo o uso de medicamentos, tratamentos minimamente invasivos e até cirurgias para os casos mais resistentes. Em sua formação, esteve no Brasil, na França, nos Estados Unidos e na Inglaterra, em centros como a Universidade de Oxford e a Universidade da Flórida. Hoje, atua em São Paulo, Vitória e Uberlândia, além de prestar atendimento por vídeo a pessoas que estão fisicamente mais distantes.


Adriana Quintairos

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