terça-feira, 14 de novembro de 2023

VALE AFIRMA QUE NÃO HÁ RISCO IMINENTE DE ROMPIMENTO DE BARRAGEM

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Mariana

14 de novembro de 2023

Mineradora também esclareceu que não há necessidade de remoção das famílias do local

Por Karina Peres

Na tarde de segunda-feira (13), a  Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou três Pilhas de Estéril (PDE) da Mina de Fábrica Nova, em Mariana, após a Vale não comprovar a estabilidade das estruturas. Entretanto, após vistoria realizada ainda na segunda-feira, a ANM não constatou anomalia aparente que apresente risco iminente das estrutura. Porém, em nota divulgada no site da ANM, eles informaram que nesta terça-feira (14), a equipe da agência voltará ao local para concluir o trabalho de fiscalização.

A agência informou que em parceria com a Defesa Civil Estadual e do município de Mariana, Ministério Público, Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), Corpo de Bombeiro e a Associação dos Moradores da Associação Santa Rita, reuniu-se com representantes da Vale para esclarecimentos. “Na ocasião, a empresa apresentou estudo preliminar apontando que não há risco iminente de ruptura da pilha ou mesmo do dique a jusante. Mesmo assim, diante das condições atuais do reservatório e de contorno conservadoras do estudo de ruptura hipotética da pilha, técnicos da Vale entendem que os impactos de uma eventual ruptura considerando essa condição de falha são irrelevantes na área a jusante”, afirma a ANM.

Procurada pelo O Liberal, a Vale esclareceu que: “não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), assim como não há a necessidade da remoção de famílias. Diferentemente do que foi veiculado por alguns veículos de imprensa, a pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação. Importante também esclarecer que o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas tem declaração de condição de estabilidade positiva”, afirmou a mineradora. 

Após a grande repercussão da interdição, o prefeito de Mariana, Celso Cota, realizou na manhã desta terça-feira (14) uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto. Ele afirmou que foi um momento de apreensão para o município, que relembrou a tragédia de 5 de novembro, quando a barragem de Fundão rompeu-se, devastando o distrito de Bento Rodrigues. “Ontem nós fomos surpreendidos com essa notícia, a comunidade de Santa Rita Durão está muito próxima de onde era Bento. O impacto psicológico foi grande e ontem ele foi relembrando com a notícia de que as pessoas teriam que ser evacuadas [...] A notícia deveria ter sido dada a partir de um laudo presencial, mas antes do laudo sair veio a notícia da possibilidade de evacuação. Então, minha preocupação está nas fases de avaliação, de fiscalização e de controle”, disse Celso. 

O prefeito afirmou que está reforçando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que a fiscalização das atividades minerárias na cidade sejam intensificadas. De acordo com o Anderson Aguilar, secretário de meio ambiente, a pasta analisou os documentos junto a ANM, e também fez uma vistoria in loco nas pilhas de estéril. Comprovando que não havia necessidade de evacuar os 140 moradores do local. As autoridades ainda reforçaram que o município está preparado para fazer a evacuação da área sem maiores danos caso seja necessário. Anderson também explicou que a Vale se comprometeu a apresentar um estudo que comprovasse que não há riscos iminentes nas pilhas, mesmo após avaliação da ANM. 

Jornal O Liberal

Região dos Inconfidentes

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