Corpo da Matéria:
O jogo "Hunting Sniper", que se tornou um hit entre os brasileiros, está enfrentando uma onda de críticas e análises legais devido a práticas que induzem os jogadores a gastar dinheiro real. Especialistas em direito e neurociências têm levantado preocupações sobre as táticas utilizadas pelo jogo para fomentar compras dentro do aplicativo, questionando se essas estratégias não violam a legislação brasileira.
Indução Psicológica e Publicidade Intrusiva:
Uma das táticas mais discutidas é a oferta de "vingança" que aparece quando um jogador perde uma partida, explorando o estado emocional de frustração para incentivar compras. "Essa é uma forma clara de indução psicológica ao consumo, onde a derrota é usada como um gatilho para o gasto", analisa o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, neurocientista especialista em tecnologia e CEO da MF Press Global, empresa que fornece consultoria e assessoria a escritórios de advocacia, que se cadastrou como jogador para analisar o jogo.
A frequência excessiva de anúncios dentro do jogo tem sido apontada como um fator negativo para a saúde mental dos jogadores, criando um ambiente de jogo estressante e desgastante.
Injustiça nas Atualizações e Competitividade:
Após a Tour 15, os baús de recompensa perdem sua relevância, não fornecendo mais upgrades significativos ou novas armas. A situação se agrava na Tour 16, onde os jogadores enfrentam adversários com equipamentos superiores, quase forçando a compra de armas melhores para manter a competitividade. "Em níveis avançados, o jogo quase impede o progresso sem a aquisição de novas armas", comenta Dr. Abreu, que, mesmo com a compra de apenas dois Passes de Caça, possui a pior arma disponível em seu nível atual, o que evidencia a desigualdade no sistema de jogo.
Análise Jurídica:
O Dr. Anselmo Costa, especialista em crimes digitais, destaca que o "Hunting Sniper" pode estar violando várias leis brasileiras:
- Código de Defesa do Consumidor (CDC):
- Venda Casada: Condicionar o progresso no jogo à compra de itens extras pode ser considerado uma prática abusiva.
- Propaganda Enganosa: A falta de transparência sobre como avançar no jogo sem compras pode configurar publicidade enganosa.
- Lei de Crimes contra a Economia Popular:
- Jogos de Azar: Se o mecanismo de compras dentro do jogo se assemelha a uma "aposta" com resultados incertos, pode ser ilegal.
- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
- Exploração Econômica: Práticas que induzem crianças e adolescentes ao consumo são potencialmente ilegais.
- Marco Civil da Internet:
- Transparência: Manipulação de dados para favorecer quem gasta mais pode violar o princípio da transparência.
Ação dos Consumidores:
Jogadores que se sentem prejudicados por tais práticas podem buscar apoio através de denúncias ao PROCON ou consultando advogados especializados. "É crucial que essas práticas sejam denunciadas para garantir a proteção do consumidor", enfatiza Dr. Costa.
A popularidade de "Hunting Sniper" trouxe à tona questões importantes sobre como os jogos móveis manipulam os usuários para induzir gastos. Com a legislação brasileira oferecendo proteção contra práticas abusivas, o caso de "Hunting Sniper" serve como um alerta para a indústria de jogos, exigindo um ajuste nas estratégias de monetização para se alinharem com as leis nacionais. Jogadores, desenvolvedores e reguladores precisam estar atentos para garantir que o entretenimento digital não se transforme em exploração econômica.
Fabiano de Abreu
OBS.: Este email pode ser acessados por outros membros da empresa
Gestão geral grupo MF Press Global
Nenhum comentário:
Postar um comentário