Com processos mais cuidadosos e foco na experiência sensorial, o café especial ganha espaço no mercado interno e impulsiona uma nova fase da cafeicultura brasileira
CURITIBA, 22/05/2025 – O café nunca esteve tão em alta. O consumo do grão no Brasil cresceu 1,11% em 2024, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), totalizando 21,92 milhões de sacas. Enquanto o café tradicional domina as prateleiras dos supermercados, os cafés especiais ganham espaço em cafeterias, empórios e até no varejo online. Mas o que realmente diferencia esses dois tipos de grão?
A principal distinção está na qualidade do grão. O café especial precisa, obrigatoriamente, ser 100% Arábica e deve atingir no mínimo 80 pontos conforme os parâmetros da Specialty Coffee Association (SCA). Os atributos analisados incluem aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade e equilíbrio. Já o café tradicional é frequentemente produzido com grãos Robusta, mais resistentes, com notas mais amargas e produção voltada ao volume, não à qualidade sensorial.
Outro diferencial está no cuidado com os processos de produção. Embora ambos possam ser cultivados nas mesmas regiões e condições climáticas, o que define a categoria é a escolha do produtor. “Todo café que sai da árvore tem qualidade. O grande diferencial do café especial é a colheita e o processo de produção. A mágica é essa. Todo o processo de colher, transportar, secar e torrar. O que difere um café do outro é o cuidado que o produtor aprendeu a ter”, explica Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A valorização da cadeia produtiva também tem incentivado uma mudança de perfil no campo. Muitos jovens filhos de produtores estão assumindo a produção e investindo em conhecimento técnico para migrar de um modelo voltado ao volume para outro focado em qualidade e diferenciação.
“O café deixou de ser apenas uma bebida para se tornar parte de um estilo de vida. As pessoas querem saber de onde vem o grão, como foi colhido, quem produziu. Elas buscam autenticidade, história e sensações que vão além do paladar”, afirma André Henning, sócio fundador da Go Coffee, rede nacional de cafeterias que aposta na democratização do café especial, com grãos vindos do Sul de Minas e da Alta Mogiana.
Entre o café tradicional e o especial, há ainda uma categoria intermediária: o café gourmet. Em geral, ele é produzido com grãos da variedade Arábica, mas não atinge os 80 pontos exigidos na avaliação sensorial para ser classificado como especial. A nomenclatura gourmet indica um nível superior ao do café tradicional, principalmente em termos de seleção e torra, mas ainda distante da complexidade, do cuidado e da experiência proporcionada pelos cafés especiais.
“A diversidade de cafés que temos no Brasil ainda é pouco conhecida. Quando as pessoas experimentam um café especial pela primeira vez, muitas se surpreendem com a suavidade, o aroma e a doçura natural do grão. Isso abre um novo mundo de possibilidades”, complementa André Henning.
Eduardo Betinardi
P+G Trendmakers
E-mail: eduardo@pmaisg.com.br
Site: www.pmaisg.com.br
Banho: saiba porque somos mais criativos no chuveiro
Foi o que explicou o Pós PhD Neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, que reforçou ainda que esses lapsos de boas ideias podem acontecer sobretudo e com mais frequência nos banhos com água quente.
“Níveis mais altos de dopamina impulsionam nossa motivação para explorar e aumentar a criatividade. O nível de impulso criativo é de acordo com a atividade das vias dopaminérgicas no sistema límbico. O banho é um gatilho para o aumento do fluxo de dopamina. Assim como dirigir de volta para casa e fazer exercícios”, explicou.
Mas, ainda conforme Fabiano, não é apenas a dopamina a responsável, até porque ela também está associada a um risco aumentado de doença mental a depender do ciclo, rotina, em como é liberada. Segundo ele, essas ocasiões como o banho, por exemplo, distrai, e essa distração é a pausa necessária para que se destoa dos focos, objetivando assim o foco nos pensamentos.
Desta forma, o neuro explica que o chuveiro torna-se o "período de incubação" para as ideias. “A mente subconsciente tem trabalhado arduamente para resolver os problemas que você enfrenta e agora que você deixa sua mente vagar, ela pode vir à tona e plantar essas ideias em sua mente consciente”, garantiu.
“Quando as ondas alfa, que surgem no crepúsculo intermediário onde existe a calma, mas não o sono, ou seja, no relaxamento, estão propagando no cérebro, os holofotes dos pensamentos são interiorizados. Um fluxo de associações remotas que emana do hemisfério direito do cérebro. Normalmente, nossa atenção tende a ser direcionada para fora, o que é natural e relacionado ao instinto. E focamos nas pendências do cotidiano”, adendou.
Um outro ponto que foi alertado pelo Pós PhD foi que esse padrão de atenção seja necessário ao resolver problemas analiticamente, na verdade ele nos impede de detectar as conexões que levam aos insights.
Nenhum comentário:
Postar um comentário