quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Sexo casual ainda é tabu, mas é grande aliado contra o estresse

“Amizade colorida”, “amigos com benefícios”, “sexo sem compromisso”. Parece lista de comédia romântica de Hollywood. Mas não importa como você prefira chamar o sexo casual, fato é que ele está cada vez mais presente em nossa sociedade, principalmente com a crescente oferta de aplicativos que vão direto ao ponto: encontros casuais, sem a necessidade de um vínculo afetivo. Apesar de ainda ser uma relação certas vezes ligada a arrependimento ou ressaca moral, ela pode ser encarada com mais naturalidade, principalmente como fonte poderosa contra o estresse.
Essa pelo menos é a mensagem promovida por um vídeo educativo no site Science of Us, que se baseia nas conclusões da pesquisa dirigida pela professora de sexualidade humana Zhana Vrangalova, do departamento de Psicologia da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, que observou a reação emocional de 371 universitários após manterem ou não relações sexuais ocasionais.
Segundo o jornal “El País”, uma das conclusões foi que, diferentemente das pessoas que não se interessavam em ir para a cama com alguém que não fosse seu parceiro habitual, quem recorria ao sexo casual experimentava uma maior sensação geral de bem-estar – aumentando, inclusive, a autoestima.
“Qualquer encontro erótico satisfatório, seja sem compromisso ou com o parceiro estável, traz todos os tipos de benefícios, tanto em nível orgânico como para o estado de ânimo. Equilibra e melhora os níveis de estresse, as endorfinas e a serotonina, entre outros”, afirma Ana Fernández Alonso, sexóloga, presidenta da Associação Asturiana para a Educação Sexual (Astursex) e membro da Associação Estatal de Profissionais da Sexologia (AEPS).
Diferença. Por outro lado, esses benefícios não são aproveitados por todos. Zhana Vrangalova menciona um estudo realizado com 20 mil estudantes universitários que observou que 80% dos homens tiveram orgasmo na última relação sexual, enquanto isso só aconteceu para 40% das mulheres. Em uma pesquisa com 311 universitários, 82% dos homens entrevistados após uma noite de sexo casual afirmaram estar felizes com o que fizeram. Entre as mulheres, o número foi de 57%.
Entre mulheres, os relatos dão conta de vergonha e culpa. Nos homens, o arrependimento está ligado aos atributos físicos da parceira.
Ou seja, por mais abertas que algumas pessoas estejam com relação à possibilidade de um encontro casual, não se pode negar que o tema ainda é tabu. “Nossa sociedade ocidental é muito influenciada por questões morais derivadas de certas ideologias religiosas, que condenavam qualquer conduta erótica que não fosse no marco do casamento estável. E continuamos ancorados nisso”, afirma Ana Fernández Alonso.

CASUALSEXPROJECT.COM

Site abriga relatos de quem se aventura

Em 2014, a professora de sexualidade humana da Universidade de Nova York Zhana Vrangalova passou a dedicar seus estudos sobre o efeito do sexo casual em estudantes. Ela se dizia farta de ouvir sobre os benefícios da relação com amor e inconformada em aceitar que essas vantagens não seriam encontradas nos encontros casuais.
Assim, ela monitorou os efeitos do sexo casual em um grupo de estudantes universitários por 12 semanas consecutivas. Depois, voltou a acompanhá-los após um semestre e, então, um ano.

Com base em um vasto material adquirido no estudo, a terapeuta resolveu lançar o portal Casualsexproject.com, em que as pessoas compartilham suas experiências. Os relatos são bastante variados – alguns lembram até contos eróticos. “Ela ficou de pé e se inclinou, pedido para ser possuída no estilo ‘cachorrinho’”, relatou um usuário. “Então nos abraçamos e começamos a nos beijar apaixonadamente”, relatou outro participante do site.
O Tempo

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