terça-feira, 16 de junho de 2020

Quem foi Padre Vítor Coelho de Almeida?

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Padre Vitor;
Padre Vítor Coelho nasceu na cidade de Sacramento, Minas Gerais, a 22 de setembro de 1899, onde também foi batizado. Seus pais eram: Leão Coelho de Almeida e Maria Sebastiana Alves Moreira. Leão, natural de São João da Barra, RJ, estudou em Paris. Tornou-se um homem descrente; não tinha boa formação religiosa. Sua mãe, natural de Sacramento, MG, era uma mulher meiga e piedosa. Casaram-se no civil e no religioso em Sacramento, a 20 de janeiro de 1897. Vítor era o segundo filho do casal. A mãe faleceu ainda jovem de tuberculose e o pai Leão ultrapassou os 90 anos.
Aos 7 anos, Vítor esteve à morte por três dias, com forte febre que comprometeu seus pulmões. Em duas outras ocasiões, a tuberculose ameaçou sua vida: em 1921, na Alemanha, e, em 1940, nas missões. Aos 8 anos, ficou órfão de mãe. Como seu pai não pudesse cuidar dele por lecionar na zona rural, entregou o menino aos cuidados da avó materna, que também não deu conta de educá-lo. Sem o amparo da mãe, tornou-se um moleque insuportável, aprendendo com os companheiros de rua vícios e molecagens. Seu  primo padre e pároco de Bangu, no Rio, Cônego Vítor Coelho de Almeida, que também fracassara na tentativa de educá-lo, internou-o, em 1911, no Colégio de Santo Afonso, em Aparecida.  Seu pai, ao receber essa notícia, converteu-se, voltando à prática da religião. Aconselhado por amigos, ele havia feito uma promessa a N. Senhora Aparecida para conseguir colocar seu filho num Colégio.
Tocado pela graça de Deus, Vítor também mudou de comportamento e decidiu seguir a vocação de missionário redentorista. Recebeu o hábito a 1º de agosto de 1917, e fez os votos religiosos na Congregação Redentorista, a 2 de agosto de 1918. Iniciou logo os estudos superiores em Aparecida, continuando-os na Alemanha, para onde viajou em 1920. Foi ordenado padre em Gars am Inn, a 5 de agosto de 1923, voltando para o Brasil em setembro de 1924.
Atividades apostólicas
Padre Vítor trabalhou com muito zelo nas Santas Missões, na Rádio Aparecida e no Santuário de N. Senhora Aparecida. Foi bom catequista (1925-1930), mostrando muito amor às crianças e zelo no preparo de boas catequistas. Ele não queria que as crianças sofressem o que ele sofreu por falta de instrução religiosa.
Durante 10 anos (1931-1940) dedicou-se à pregação direta das santas missões, revelando seu carisma de pregador. Anunciando a misericórdia de Cristo, levou grande número de pessoas à conversão, sua fama atraía multidões. As crianças não perdiam a missãozinha especial para elas. Sabia despertar nos meninos o interesse pela vocação de missionário. Muitos redentoristas lhe devem a vocação.
Durante a Santa Missão, pregada com outros missionários na cidade de Ribeirão Preto, em agosto de 1940, contraiu a tuberculose. Internou-se no Sanatório da Divina Providência, em Campos do Jordão, SP, em janeiro de 1941, onde aprendeu com o Cristo Sofredor o mistério da dor e da solidão. Esteve muito mal durante quatro anos (1941-1944), chegando a perder um dos pulmões. Ele atribuiu sua cura à oração e bênção do beato, Padre Eustáquio, que o visitara na ocasião. A solidão do Sanatório foi a bênção de Deus no caminho de sua vida. Transformou o ambiente do Sanatório, despertando nos doentes amor à vida e muita confiança em Cristo.
Em 1948, já recuperado, voltou para Aparecida, onde Deus lhe indicou um novo caminho de ser missionário. Começou, então, sua missão carismática de pregador da palavra do Evangelho aos romeiros. Incentivou a fundação da Rádio Aparecida, e, desde sua inauguração, a 8 de setembro de 1951, foi sua voz profética durante 36 anos. Seus assuntos prediletos eram: Catequese, Sagrada Escritura, Formação de Comunidades Rurais e Doutrina Social da Igreja. Preocupado com o bem estar do povo, ensinava normas de higiene e de saúde. A audiência cativa de seus programas era enorme; até membros de igrejas evangélicas apreciavam suas lições sobre a Bíblia Sagrada.
Virtudes e fama de santidade
O povo chamava-o de ‘santo’ já em vida.  Ele lutou contra seu gênio agressivo e extrovertido, herdado de sua avó francesa Victorine Cousin. Humilde, porém, sabia pedir perdão, o que fez muitas vezes em público. Considerava-se indigno de ser sacerdote por causa do mau comportamento da infância. Costumava dizer: “Sou filho da misericórdia de Deus, ele me tirou do lodo, de lá de baixo, para me colocar bem alto na vocação de sacerdote”. Foi nessa direção que desenvolveu toda sua virtude e todo seu zelo apostólico. Fé inquebrantável, conformidade com a vontade de Deus, fervor na oração, ardor no zelo da salvação das almas. Com grande unção procurava incutir nos seus evangelizados a mesma confiança na misericórdia de Cristo e de Maria. A devoção a Nossa Senhora Aparecida foi a força de sua piedade pessoal e de seu zelo na pregação da Palavra de Deus, procurando levar todos à prática da vida cristã.
Tornou-se um ídolo do povo. Os peregrinos que vinham a Aparecida, depois de satisfazer suas devoções a Nossa Senhora, não dispensavam a palavra e a bênção do Padre Vítor Coelho. Faleceu no dia 21 de julho de 1987.

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