sábado, 9 de julho de 2016

Quando a ‘escapada’ chega à cama, outras traições já aconteceram


O comediante Marcelo Adnet foi flagrado por papparazzi traindo a mulher, a humorista Dani Calabresa, pela segunda vez, no Rio de Janeiro, na madrugada de dessa sexta-feira (8). Nada de novo aí, já que metade (50,4%) dos homens brasileiros, segundo a pesquisa Mosaicos 2.0, divulgada nesta semana, admite já ter sido infiel em algum relacionamento.

Entre as mulheres, esse percentual é de 30,2%. A pesquisa, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, foi realizada pelo Projeto Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a farmacêutica Pfizer.

Apesar de comum, a traição não é banal. Segundo a psicanalista Cristiane Maluf Martins, terapeuta de casais, a situação é um dos maiores dramas sentimentais. Mas outro fator talvez seja mais preocupante: quando a traição “chega à cama”, várias outras já aconteceram pelo caminho.

“O casal estar em uma fase difícil financeiramente e o parceiro trocar de carro, por exemplo, é uma traição”, ilustra ela. Outro exemplo é um dos dois estar passando por um momento difícil no trabalho, e o outro não ter nenhuma disponibilidade para ouvir e dialogar.

Essas pequenas falhas que causam desapontamentos vão minando a relação, de acordo com a psicanalista. “Nós tropeçamos é na pedrinha, não é na montanha. Justamente as coisas que não têm tanta importância são as que vão trazer maiores frustrações, angústias e vão fazer o casal se distanciar, levando a uma possível traição”, reflete Martins.

Depois que o ato acontece, de acordo com o terapeuta comportamental Ghoeber Morales, só há duas opções. “Terminar o relacionamento ou dialogar, tentar entender o que houve e passar por cima, continuando a relação e tentando recuperar a confiança quebrada”, conta. Caso a segunda opção seja escolhida, é fundamental “limpar o terreno”, estabelecer as bases dessa nova fase da relação e deixar o passado para trás, sem ficar trazendo a traição à tona em cada oportunidade.

Mais casos
Elas. A psicanalista Cristiane Martins acredita que o número de mulheres que traem possa ser maior. Há chances de elas terem mentido na pesquisa pela cultura que coíbe a traição feminina.
Definição tem que ser construída a dois
Apesar de a maioria das pessoas associar a traição ao ato sexual, a verdade é que não existe um único parâmetro do que seja trair. “Em alguns relacionamentos, fazer sexo virtual ou conversar com uma pessoa, sem contato físico, não seria traição, em outros, sim. Trata-se de um combinado, que precisa ser deixado claro logo que estabelecida uma relação amorosa”, aconselha o terapeuta comportamental Ghoeber Morales.

Mas, quando ela acontece, é importante não julgar a “parte traidora”. Por mais difícil que seja admitir isso, a culpa de uma traição é do casal.

“Quando o casal (monogâmico) está em sintonia, não existe espaço para uma terceira pessoa. Se esse espaço existiu, significa que o traído também foi culpado”, dispara a psicanalista Cristiane Maluf Martins. Ela orienta os casais a cultivar o diálogo no relacionamento para se manterem sempre na mesma sintonia – e eliminar as chances de uma traição. (RS)
Flash
Famoso. Em novembro de 2014, o humorista Marcelo Adnet traiu a mulher, Dani Calabresa, admitiu a falha e se disse arrependido. O casal optou por superar a crise no relacionamento.
O Tempo

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