sábado, 28 de março de 2020

Visão espiritual da morte

Nossa vida consiste de alegrias, tristezas, dia, noite, sol e chuva.
O nascimento e a morte são as fronteiras da vida, com as quais temos de conviver. 
Dentre os fatos, são especialmente relevantes os relativos ao ciclo da vida do homem, cujos pontos extremos são o nascimento e a morte.
Há pensamentos filosóficos sobre a morte, um antes, outro depois.
Mas é possível conciliar as duas coisas.
Por mais pobre que seja nossa capacidade de entender a morte, nos leva a crer que paciência e aceitação, são os mais indicados.
A aceitação da transitoriedade da condição humana ajuda a aliviar o sofrimento que a ideia da morte costuma trazer. Pode-se sonhar com o aumento da expectativa da vida, mas não se pode mudar o fato de que tudo vai acabar um dia, mesmo com os avanços da medicina moderna, e ainda que o maior desejo do homem seja a imortalidade. Pesquisas demonstram que pessoas com forte grau de envolvimento religioso , independentemente da crença, têm menos medo da morte. A fé ajuda a superar a ansiedade em relação à nossa finitude. Se há uma vida que se segue à morte , existiria então um continuidade do espirito. A visão espiritual da morte nos dá alivio para enfrentá-la, mas também implica em desapego ás coisas materiais, e a ilusão de eterna beleza e jovialidade, comuns nos dias de hoje, acabam gerando mais tristeza e sofrimento com o fim inevitável de nossa existência. Um filósofo alemão pediu pelo menos um médico para acompanhar o seu enterro e que o seu caixão tivesse  as laterais abertas. Explicou que pretendia mostrar que o médico nada pode fazer quando a morte chega, e que as aberturas laterais permitiriam chamar atenção de que o morto segue de mãos vazias, nada levando consigo. Santo Agostinho escreveu a seguinte reflexão sobre a morte: Siga em frente, a vida continua. A  morte não é nada. É somente uma passagem de uma dimensão para outra. Eu estou, agora em uma outra vida , não podem atormentar essa minha passagem com tristeza e lágrimas. Vocês são vocês. Estão vivos , a vida não pode parar. O que eu era para vocês continuo sendo. A vida significa tudo que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Fala-me como sempre falaste. Dá-me o nome que sempre me deste. Não quero tristeza,não quero lágrimas, quero orações. 
PS:Esta coluna afetuosamente presta hoje, uma homenagem á memoria de um amigo e vizinho que se despediu da vida na terra.
Marcos Antônio Aganetti, (Pardal).
Nascido em 14 de junho de 1958, em Nova Lima, pai guarda livros, mãe dona de casa, filho de imigrantes, família italiana.
Veio para Itabirito, ainda criança, onde morou no Matozinhos, cantou muitos anos no coro da Matriz.
Era muito comunicativo e sabia como poucos fazer amigos, transformava amigos em parentes, tinha muitos na cidade.
Na adolescência foi para Ouro Preto estudar, onde concluiu seus estudos.
Como profissional desenvolveu muito, competente, trabalhou em varias cidades, onde teve uma passagem por Cuba, ficando pouco tempo lá.
Muito dedicado a família, telefonava sempre para os irmãos que moram em outras cidades.
Tinha como distração a leitura, lia muito, onde anotava alguns textos importantes, em um caderno de anotações.
Seu gosto musical era um noturno de chopin e a trilha do poderoso chefão, quase sempre tocado em piano por seu filho, Marco Túlio.
Pessoa determinada e de muita fé, mesmo com algumas limitações, não desanimava nunca, sempre alegre, fazia suas caminhadas diárias, até ao centro da cidade, onde conversava com várias pessoas que encontrava, tinha uma boa conversa, papo agradável.
Pardal, deixa saudades!

Cristóvão Martins Torres

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