Este ano o nosso Bloco da Velha Guarda foi registrado em
cartório.
Ficamos dois anos sem carnaval, 2022 e 23 em
decorrência da pandemia do Covid.
Em 2024, bem antes do carnaval, fui a São Domingos do
Prata para comunicar à coordenação do carnaval, da
administração pública, e também a vários adeptos o fato de
que eu não tinha mais pique e muito menos condições
financeiras para conduzir o Bloco da Velha Guarda naquele
ano, razão de estar efetivando este comunicado por que o
Bloco não pode morrer.
E solicitei que se formasse um
grupo de pessoas adeptas e amantes do Bloco com a
finalidade fazer acontecer!
Uns amigos criaram um WhatsApp Bloco da Velha Guarda
e o carnaval rolou beleza!
Eu já havia pedido ao amigo Domingos Sávio, grande
parceiro, para elaborar um estatuto, por ele ser advogado,
com a finalidade registrar o Bloco e ter direito a CNPJ.
E, felizmente, este ano foi efetivado o registro do Bloco
com Diretoria, tesoureiro, secretário, conselho fiscal... Eu
fiquei sendo o presidente, com atribuições limitadas devido
às minhas circunstâncias atuais. Mas tem umas dez
pessoas trabalhando de forma dinâmica e muito
competente, conduzidas pelo Domingos Sávio, Homero
Domingues, Senhora Sirley, esposa do Dr.
Francisco...correndo atrás de donativos e dos
preparativos para comemoração dos 30 anos de existência
do Bloco.
Carlos Eustáquio.
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Declaro, para os devidos fins, que Eu, Carlos Eustáquio Martins Tôrres e Alexandre Moreira
fundamos o Bloco da Velha Guarda em fevereiro de 1995.
Histórico:
Era muito grande o desejo meu de fundar um Bloco nestes padrões, ou seja:
Mistura de uma bateria de escola de samba com uma Banda de música.
Eu trabalhava na Companhia Vale do Rio Doce e sabia que, todo ano
em seu orçamento, era destinada uma quantia para ser aplicada em ações Sociais:
“Fundo de Reserva de Desenvolvimento Social”
E em 1994, estava previsto o encerramento do mesmo, véspera da privatização.
Arquitetei uma estratégia para conseguir comprar a nossa bateria, a saber:
Solicitar à Vale a doação de vinte mil reais para a Corporação Musical Santa Cecília, com
direito de aplicar três mil reais para comprar a bateria de um bloco carnavalesco.
Entrei em contato com Alexandre e o Senhor José Perdigão para expor o que pretendia e,
Eu fiquei responsável para efetuar a solicitação, por ser funcionário antigo da Vale.
Acontece que a documentação da Corporação não estava em dia e era uma exigência.
Apesar das várias tentativas do Senhor José Perdigão, sem êxito.
Correndo contra o tempo que era curto, pedi apoio ao nosso querido Professor Guido Mota,
prefeito da época, (Que Deus o tenha no Reino dos Céus) que fizesse algo para agilizar a
regularização dos documentos e não deu outra: Um dia antes do encerramento, felizmente,
os documentos ficaram prontos.
Pedi licença ao meu Gerente e fui na mesma hora ao Prata busca-lo e às 15 horas já estava
na Vale com os mesmos em mãos e qual foi a única alternativa encontrada: Consegui
autorização do Anastácio Fernandes, Diretor da Vale, para enviá-los, via malote aéreo. Na
mesma hora um prestador de serviços levou os documentos para o aeroporto e no outro dia
liguei várias vezes para saber notícias... por incrível que pareça, uma grande coincidência:
hoje, comemoramos trinta anos do bloco e faltavam 30 minutos para o encerramento, quando
Anastácio me ligou e informou que os documentos haviam chegado.
Pedimos vinte mil e foi autorizado quinze. Detalhe importante, o Senhor José Perdigão
conseguiu mutirão para fazer um tanto de melhorias no prédio e fez um tanto de coisas
referentes a instrumentos, uniformes, armários etc... Quando o Auditor da Vale fez a vistoria,
ficou encantado com o tanto que se conseguiu fazer com os doze mil reais.
Eu e Alexandre fomos comprar os instrumentos da bateria que havíamos programado, com os
três mil reais destinados. Faltaram cento e sessenta reais; decidimos cada um pagar oitenta.
Nossos agradecimentos a todos que abraçaram a nossa causa e sempre agregaram valor ao
Nosso querido Bloco da Velha Guarda.
Detalhe muito importante: Eu havia comprado um CD da Portela, com participação da sua
Velha Guarda (Razão da minha escolha do nome).
Quando mostrei o disco para nosso amigo XUÉ, Ele falou assim:
Caiu a ficha, Suíno: Tenho certeza que Você vai fundar um Bloco com este nome!
Que Deus o tenha no Reino dos Céus!
Carlos Eustáquio Martins Tôrres. São Domingos do Prata -18 de Janeiro de 2025.
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VOCÊ SABIA?
COMO E POR QUEM FOI FUNDADO NOSSO BLOCO DO SUJO?
Por motivo de informação preciosa do amigo, Zé Bode, Eu, Carlos Suíno, refaço e declaro a História do nosso Bloco
do Sujo:
“Bolão e Zé Bode tentaram, durante quatro anos, fundar um Bloco de carnaval, conforme sua importante informação
citada”. Sem êxito porque era tradição na época as pessoas poderem sair fantasiadas, com máscara cobrindo o
rosto, mas este tipo de fantasia havia sido proibida, por causa de vários crimes ocorridos durante carnavais, em
várias partes do País, por pessoas portando máscaras no rosto, dificultando as investigações. Por estes motivos
tivemos alguns carnavais sem blocos nas ruas. Acontece que no carnaval de 1970, dois felizes compositores, Luiz
Reis e Luiz Antônio, aproveitando a grande oportunidade proporcionada por estes fatos, lançaram o precioso samba
com aquela letra super criativa e contagiante, com grande poder gerado pela elevada estratégia motivacional para a
criação espontânea e imediata de um bloco diferenciado para ser marco:
“Olha o Bloco do Sujo, que não tem fantasia, mas que traz alegria para o povo cantar.
Olha o Bloco do Sujo, de alegria barata, vai batendo na lata, carnaval é pular”!!!
De repente, fui na loja de Duvalzinho e Ele falou assim: Que bom você chegar, Carlinhos, fica aí um pouco para ouvir
uma música de carnaval na Rádio Cultura, que vai tocar agora mesmo. Vou lançar um bloco igualzinho o proposto na
letra e quero contar com você. Ao ouvir a música, fiquei tão entusiasmado que assumi o compromisso de ajudar fazer
a divulgação e, principalmente, participar. E não deu outra, o Bloco do sujo saiu da casa dele sim, domingo, e seu
Jipe DKVWEMAG verde, dirigido por Tião Cotote, foi abre alas da juventude e levava 20 litros de batida de cachaça,
foi o maior barato aqui no Prata, na chuva, foi a verdadeira abertura de um novo tempo de carnaval! E o uniforme
predominante foi um calção, sem camisa, descalço, a lata e uma vaqueta na mão. E sabe quem estava lá também:
Zé Bode, o Bolão com Paulo Emílio delegado, seu amigão; o Sininho seu irmão, Lali, Zé Raimundo, Pai de Dr.
Caio, Duvalzinho, Eu e vários outros jovens bastante ousados. Momentos inesquecíveis para cada participante, numa
alegria encantadora e quebra de paradigmas. Mas, por incrível que pareça: Entusiasmo Efêmero... No seu segundo
ano de vida, o bloco já agonizava; os adeptos diziam que bater na lata não fazia mais sentido e faltavam apenas vinte
e três dias para o próximo carnaval. Entrei em pânico, em agonia plena e jurei lutar para fazer tudo que precisasse
para o nosso bloco salvar. Decidi e assumi um firme propósito de não deixar o Bloco morrer. Não Foi fácil não, meu
irmão! Nunca havia bebido tanta cachaça assim, a minha mente contestava e só rolava um pensamento, acender a
luz do aprimoramento: Vamos organizar o bloco, Gente, vamos comprar os instrumentos! Mas com que dinheiro,
cara? Vamos sair na rua para pedir! Onde Você tomou dessa, Suino? Para quem tocar, caramba? Ficou louco? Eu
vou ensinar a tocar! Pode crer! Meu foco constante era apenas salvar o nosso Bloco para poder institucionalizar nas
ruas e praças, para sempre, um carnaval alegre, prazeroso para alegria de nosso povo. Carnaval é Terapia, Gente, é
Transpiração! E foi assim que Deus ouviu o meu Clamor, Eu estava no bar do Senhor Antônio Sá Cota,
bebendo cachaça com uns colegas e amigos, de repente, percebi que estava ficando fraco e tonto, pedi licença, vou
lá em casa, agora, comer uma carne e um tira gosto qualquer e volto!!! Já estava na cozinha comendo meu tira gosto
quando, de repente, minha Mãe Dodora falou assim: Carlinhos, o Prefeito Dr. Antônio está te chamando lá na
varanda, saí correndo, foi aquele abraço e Dr. Antônio falou: “Carlinhos fiquei sabendo que você quer organizar o
Bloco, vim aqui oferecer apoio, junta sua turma, prepara uma folha de papel almaço, com uma petição de ajuda
popular e o real motivo desta no cabeçalho... Passa lá no meu consultório, quero ser o primeiro a assinar!!! Não deu
outra, trinta minutos depois, fui atrás do Lali, entramos na loja de Evandro, Lali pegou uma caneta e uma folha de
papel almaço e brincou assim, Evandro põe na conta do Abreu... Preencheu o cabeçalho e no Hospital, assim que
um Cliente saiu, pedimos licença aos demais, entramos no consultório e o Dr. Antônio preencheu um cheque pessoal
no valor de 300 daquela época e 100 da Prefeitura; agora vocês passam lá e pegam assinatura do tesoureiro e assim
fizemos. Em seguida, pegamos 100 de Duvalzinho e do Evandro também. Logo depois o Robledo veio nos ajudar e
com três horas a folha estava completa. Fiz lista de 23 instrumentos porque faltavam 23 dias, quando comecei a
manifestar. No outro dia, Lali foi em BH, comprar os instrumentos no fusca da Mãe dele e Dr.
Antônio mandou outro carro para buscar. E toda tarde, das 17 até às 21 horas, lá na porta do PTC, Eu ensinava e
conduzia ensaio. A namorada, hoje esposa, Irani, ia lá também, toda noite, para ajudar a coordenar. E assim a
meninada foi ripando a taca até que no sábado de carnaval: Nosso Glorioso Bloco do Sujo
desfilou, pela primeira vez organizado, com bateria e assim para sempre desfilará! Boto Fé! Participei da
coordenação do Bloco 14 anos, de forma limitada, pelo fato de morar fora; por este motivo agendei reunião com os
participantes; Dona Auxiliadora me emprestou a chave do Pátio do Colégio Marques Afonso, pelo fato de meu Pai,
Benjamim Gomes Torres, ter sido o seu fundador e promovi o evento que foi marcante para mim: Eu havia gravado
20 fitas com Sambas de enredos e de ensaios de Escolas que foram distribuídas para Eles com os dizeres: Manifesto
para Vocês, meu desejo que é também um grande desafio: Quero ver nossa bateria brilhando igual às Escolas de
Samba lá do Rio!!! Por sorte, Bolão voltou para o Prata e comandou
com bastante entusiasmo o Bloco do Sujo até sua morte! E em 1995,
fundamos a Velha Guarda, Eu e Alexandre Moreira. Consegui verba da VALE, através do Diretor, Anastácio
Fernandes, via Corporação Musical e Sr. José Perdigão. Por fim, minha homenagem aos Líderes que conduziram o
Bloco com excelência e também, é lógico, a todos aqueles que abrilhantaram a bateria, ripando a taca, em nosso
carnaval do Prata que Vale Ouro!!! Por isso, vou plagiar o grande ídolo, Gonzaguinha: “Eu boto Fé é na
rapaziada, que segue em frente e segura o rojão”!!!
Não deixem nosso Bloco do Sujo morrer! Ele é o Troféu Vivo da Nossa Cultura! Carlos Eustáquio Martins
Tôrres-Suíno.
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Grêmio Acadêmicos do Salgueiro - A Ópera dos malandros.
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