domingo, 9 de fevereiro de 2025

História da Fundação e Registro em Cartório do Bloco da Velha Guarda pelo Carnavalesco Carlos Torres...

Este ano o nosso Bloco da Velha Guarda foi registrado em

cartório.

Ficamos dois anos sem carnaval, 2022 e 23 em

decorrência da pandemia do Covid.

Em 2024, bem antes do carnaval, fui a São Domingos do

Prata para comunicar à coordenação do carnaval, da

administração pública, e também a vários adeptos o fato de

que eu não tinha mais pique e muito menos condições

financeiras para conduzir o Bloco da Velha Guarda naquele

ano, razão de estar efetivando este comunicado por que o

Bloco não pode morrer.                                                          

                                              E solicitei que se formasse um

grupo de pessoas adeptas e amantes do Bloco com a

finalidade fazer acontecer! 

Uns amigos criaram um WhatsApp Bloco da Velha Guarda

e o carnaval rolou beleza!

Eu já havia pedido ao amigo Domingos Sávio, grande

parceiro, para elaborar um estatuto, por ele ser advogado,

com a finalidade registrar o Bloco e ter direito a CNPJ.

E, felizmente, este ano foi efetivado o registro do Bloco

com Diretoria, tesoureiro, secretário, conselho fiscal... Eu

fiquei sendo o presidente, com atribuições limitadas devido

às minhas circunstâncias atuais. Mas tem umas dez

pessoas trabalhando de forma dinâmica e muito

competente, conduzidas pelo Domingos Sávio, Homero

Domingues, Senhora Sirley, esposa do Dr.

Francisco...correndo atrás de donativos e               dos

preparativos para comemoração dos 30 anos de existência

do Bloco.

Carlos Eustáquio.

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Declaro, para os devidos fins, que Eu, Carlos Eustáquio Martins Tôrres e Alexandre Moreira

fundamos o Bloco da Velha Guarda em fevereiro de 1995.

Histórico:


Era muito grande o desejo meu de fundar um Bloco nestes padrões, ou seja:

Mistura de uma bateria de escola de samba com uma Banda de música.

Eu trabalhava na Companhia Vale do Rio Doce e sabia que, todo ano

em seu orçamento, era destinada uma quantia para ser aplicada em ações Sociais:

“Fundo de Reserva de Desenvolvimento Social”


E em 1994, estava previsto o encerramento do mesmo, véspera da privatização.

Arquitetei uma estratégia para conseguir comprar a nossa bateria, a saber:


Solicitar à Vale a doação de vinte mil reais para a Corporação Musical Santa Cecília, com

direito de aplicar três mil reais para comprar a bateria de um bloco carnavalesco.

Entrei em contato com Alexandre e o Senhor José Perdigão para expor o que pretendia e,

Eu fiquei responsável para efetuar a solicitação, por ser funcionário antigo da Vale.

Acontece que a documentação da Corporação não estava em dia e era uma exigência.

Apesar das várias tentativas do Senhor José Perdigão, sem êxito.

Correndo contra o tempo que era curto, pedi apoio ao nosso querido Professor Guido Mota,

prefeito da época, (Que Deus o tenha no Reino dos Céus) que fizesse algo para agilizar a

regularização dos documentos e não deu outra: Um dia antes do encerramento, felizmente,

os documentos ficaram prontos.

Pedi licença ao meu Gerente e fui na mesma hora ao Prata busca-lo e às 15 horas já estava

na Vale com os mesmos em mãos e qual foi a única alternativa encontrada: Consegui

autorização do Anastácio Fernandes, Diretor da Vale, para enviá-los, via malote aéreo. Na

mesma hora um prestador de serviços levou os documentos para o aeroporto e no outro dia

liguei várias vezes para saber notícias... por incrível que pareça, uma grande coincidência:

hoje, comemoramos trinta anos do bloco e faltavam 30 minutos para o encerramento, quando

Anastácio me ligou e informou que os documentos haviam chegado.

Pedimos vinte mil e foi autorizado quinze. Detalhe importante, o Senhor José Perdigão

conseguiu mutirão para fazer um tanto de melhorias no prédio e fez um tanto de coisas

referentes a instrumentos, uniformes, armários etc... Quando o Auditor da Vale fez a vistoria,

ficou encantado com o tanto que se conseguiu fazer com os doze mil reais.

Eu e Alexandre fomos comprar os instrumentos da bateria que havíamos programado, com os

três mil reais destinados. Faltaram cento e sessenta reais; decidimos cada um pagar oitenta.

Nossos agradecimentos a todos que abraçaram a nossa causa e sempre agregaram valor ao

Nosso querido Bloco da Velha Guarda.

Detalhe muito importante: Eu havia comprado um CD da Portela, com participação da sua

Velha Guarda (Razão da minha escolha do nome).

Quando mostrei o disco para nosso amigo XUÉ, Ele falou assim:

Caiu a ficha, Suíno: Tenho certeza que Você vai fundar um Bloco com este nome!

Que Deus o tenha no Reino dos Céus!

Carlos Eustáquio Martins Tôrres. São Domingos do Prata -18 de Janeiro de 2025.

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VOCÊ SABIA?


COMO E POR QUEM FOI FUNDADO NOSSO BLOCO DO SUJO?


Por motivo de informação preciosa do amigo, Zé Bode, Eu, Carlos Suíno, refaço e declaro a História do nosso Bloco

do Sujo:

“Bolão e Zé Bode tentaram, durante quatro anos, fundar um Bloco de carnaval, conforme sua importante informação

citada”. Sem êxito porque era tradição na época as pessoas poderem sair fantasiadas, com máscara cobrindo o

rosto, mas este tipo de fantasia havia sido proibida, por causa de vários crimes ocorridos durante carnavais, em

várias partes do País, por pessoas portando máscaras no rosto, dificultando as investigações. Por estes motivos

tivemos alguns carnavais sem blocos nas ruas. Acontece que no carnaval de 1970, dois felizes compositores, Luiz

Reis e Luiz Antônio, aproveitando a grande oportunidade proporcionada por estes fatos, lançaram o precioso samba

com aquela letra super criativa e contagiante, com grande poder gerado pela elevada estratégia motivacional para a

criação espontânea e imediata de um bloco diferenciado para ser marco:

“Olha o Bloco do Sujo, que não tem fantasia, mas que traz alegria para o povo cantar.

Olha o Bloco do Sujo, de alegria barata, vai batendo na lata, carnaval é pular”!!!


De repente, fui na loja de Duvalzinho e Ele falou assim: Que bom você chegar, Carlinhos, fica aí um pouco para ouvir

uma música de carnaval na Rádio Cultura, que vai tocar agora mesmo. Vou lançar um bloco igualzinho o proposto na

letra e quero contar com você. Ao ouvir a música, fiquei tão entusiasmado que assumi o compromisso de ajudar fazer

a divulgação e, principalmente, participar. E não deu outra, o Bloco do sujo saiu da casa dele sim, domingo, e seu

Jipe DKVWEMAG verde, dirigido por Tião Cotote, foi abre alas da juventude e levava 20 litros de batida de cachaça,

foi o maior barato aqui no Prata, na chuva, foi a verdadeira abertura de um novo tempo de carnaval! E o uniforme

predominante foi um calção, sem camisa, descalço, a lata e uma vaqueta na mão. E sabe quem estava lá também:

Zé Bode, o Bolão com Paulo Emílio delegado, seu amigão; o Sininho seu irmão, Lali, Zé Raimundo, Pai de Dr.

Caio, Duvalzinho, Eu e vários outros jovens bastante ousados. Momentos inesquecíveis para cada participante, numa

alegria encantadora e quebra de paradigmas. Mas, por incrível que pareça: Entusiasmo Efêmero... No seu segundo

ano de vida, o bloco já agonizava; os adeptos diziam que bater na lata não fazia mais sentido e faltavam apenas vinte

e três dias para o próximo carnaval. Entrei em pânico, em agonia plena e jurei lutar para fazer tudo que precisasse

para o nosso bloco salvar. Decidi e assumi um firme propósito de não deixar o Bloco morrer. Não Foi fácil não, meu

irmão! Nunca havia bebido tanta cachaça assim, a minha mente contestava e só rolava um pensamento, acender a

luz do aprimoramento: Vamos organizar o bloco, Gente, vamos comprar os instrumentos! Mas com que dinheiro,

cara? Vamos sair na rua para pedir! Onde Você tomou dessa, Suino? Para quem tocar, caramba? Ficou louco? Eu

vou ensinar a tocar! Pode crer! Meu foco constante era apenas salvar o nosso Bloco para poder institucionalizar nas

ruas e praças, para sempre, um carnaval alegre, prazeroso para alegria de nosso povo. Carnaval é Terapia, Gente, é

Transpiração! E foi assim que Deus ouviu o meu Clamor, Eu estava no bar do Senhor Antônio Sá Cota,

bebendo cachaça com uns colegas e amigos, de repente, percebi que estava ficando fraco e tonto, pedi licença, vou

lá em casa, agora, comer uma carne e um tira gosto qualquer e volto!!! Já estava na cozinha comendo meu tira gosto

quando, de repente, minha Mãe Dodora falou assim: Carlinhos, o Prefeito Dr. Antônio está te chamando lá na

varanda, saí correndo, foi aquele abraço e Dr. Antônio falou: “Carlinhos fiquei sabendo que você quer organizar o

Bloco, vim aqui oferecer apoio, junta sua turma, prepara uma folha de papel almaço, com uma petição de ajuda

popular e o real motivo desta no cabeçalho... Passa lá no meu consultório, quero ser o primeiro a assinar!!! Não deu

outra, trinta minutos depois, fui atrás do Lali, entramos na loja de Evandro, Lali pegou uma caneta e uma folha de

papel almaço e brincou assim, Evandro põe na conta do Abreu... Preencheu o cabeçalho e no Hospital, assim que

um Cliente saiu, pedimos licença aos demais, entramos no consultório e o Dr. Antônio preencheu um cheque pessoal

no valor de 300 daquela época e 100 da Prefeitura; agora vocês passam lá e pegam assinatura do tesoureiro e assim

fizemos. Em seguida, pegamos 100 de Duvalzinho e do Evandro também. Logo depois o Robledo veio nos ajudar e

com três horas a folha estava completa. Fiz lista de 23 instrumentos porque faltavam 23 dias, quando comecei a

manifestar. No outro dia, Lali foi em BH, comprar os instrumentos no fusca da Mãe dele e Dr.

Antônio mandou outro carro para buscar. E toda tarde, das 17 até às 21 horas, lá na porta do PTC, Eu ensinava e

conduzia ensaio. A namorada, hoje esposa, Irani, ia lá também, toda noite, para ajudar a coordenar. E assim a

meninada foi ripando a taca até que no sábado de carnaval: Nosso Glorioso Bloco do Sujo

desfilou, pela primeira vez organizado, com bateria e assim para sempre desfilará! Boto Fé! Participei da

coordenação do Bloco 14 anos, de forma limitada, pelo fato de morar fora; por este motivo agendei reunião com os

participantes; Dona Auxiliadora me emprestou a chave do Pátio do Colégio Marques Afonso, pelo fato de meu Pai,

Benjamim Gomes Torres, ter sido o seu fundador e promovi o evento que foi marcante para mim: Eu havia gravado

20 fitas com Sambas de enredos e de ensaios de Escolas que foram distribuídas para Eles com os dizeres: Manifesto

para Vocês, meu desejo que é também um grande desafio: Quero ver nossa bateria brilhando igual às Escolas de

Samba lá do Rio!!! Por sorte, Bolão voltou para o Prata e comandou

com bastante entusiasmo o Bloco do Sujo até sua morte! E em 1995,

fundamos a Velha Guarda, Eu e Alexandre Moreira. Consegui verba da VALE, através do Diretor, Anastácio

Fernandes, via Corporação Musical e Sr. José Perdigão. Por fim, minha homenagem aos Líderes que conduziram o

Bloco com excelência e também, é lógico, a todos aqueles que abrilhantaram a bateria, ripando a taca, em nosso

carnaval do Prata que Vale Ouro!!! Por isso, vou plagiar o grande ídolo, Gonzaguinha: “Eu boto Fé é na

rapaziada, que segue em frente e segura o rojão”!!!

Não deixem nosso Bloco do Sujo morrer! Ele é o Troféu Vivo da Nossa Cultura! Carlos Eustáquio Martins

Tôrres-Suíno.

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Grêmio Acadêmicos do Salgueiro - A Ópera dos malandros.






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