Condição conhecida como “dupla excepcionalidade” desafia diagnósticos tradicionais e exige abordagens integradas. Novo estudo publicado na revista ID Internacional defende a neuropsicanálise como ferramenta clínica eficaz
Quando altas habilidades cognitivas coexistem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), surgem desafios únicos, pois essa combinação, chamada de “dupla excepcionalidade” é bastante complexa.
Para entender esse perfil neuropsicológico, pesquisadores têm buscado abordagens que integrem o funcionamento cerebral às experiências desses indivíduos. Um exemplo é a neuropsicanálise, uma área interdisciplinar que une os achados das neurociências à escuta e às estruturas teóricas da psicanálise.
Esse é o foco de um novo estudo científico publicado na revista ID Internacional, pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pelo veterinário e especialista em neurociências Flávio Nunes, e pelo físico e mestrando em psicologia Adriel Silva. O artigo, “Neuropsicanálise e a Dupla Excepcionalidade: Contribuições para Indivíduos com Autismo e Superdotação”, propõe uma nova forma de olhar para esses casos.
Diagnóstico complexo
Pessoas com dupla excepcionalidade, ou seja, que têm ao mesmo tempo traços do espectro autista e superdotação intelectual, desafiam classificações simples.
Muitas vezes, um aspecto pode mascarar o outro, a inteligência elevada pode esconder dificuldades de socialização ou comunicação, enquanto os comportamentos autistas podem obscurecer o reconhecimento das habilidades cognitivas avançadas.
“É fundamental que os profissionais deixem de pensar apenas em categorias isoladas e passem a considerar o indivíduo em sua totalidade. O mesmo cérebro que processa conceitos complexos com facilidade pode, ao mesmo tempo, ser altamente sensível a estímulos e emocionalmente sobrecarregado”, afirma o pesquisador Flávio Nunes.
Por que a neuropsicanálise?
O estudo defende que a neuropsicanálise é capaz de oferecer um modelo mais completo e eficaz de compreensão, ao integrar a estrutura biológica do cérebro com os conteúdos inconscientes da mente, essa abordagem ajuda a revelar não apenas como esses indivíduos funcionam, mas como vivenciam suas características únicas.
“Não se trata apenas de um cérebro diferente, mas de um sujeito que encontra formas muito particulares de lidar com o mundo”, explica o estudo.
Caminhos para uma nova prática clínica
O artigo sugere que, ao integrar conhecimentos da neurobiologia com ferramentas da psicanálise, é possível construir intervenções mais eficazes e personalizadas.
Em vez de rotular o indivíduo com diagnósticos isolados, o foco passa a ser o entendimento de como suas habilidades e desafios interagem e como isso se expressa na vida emocional, social e educacional.
O estudo reforça que a dupla excepcionalidade não é apenas a soma de duas condições, mas a criação de um perfil único, que exige sensibilidade, ciência e escuta ativa.
“A neuropsicanálise propõe esse diálogo entre cérebro e mente, oferece uma lente poderosa para que esses indivíduos sejam não apenas compreendidos, mas também respeitados em sua particularidade”, explica Flávio Nunes.
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB/P0149176 é Pós-PhD em Neurociências, eleito membro da Sigma Xi - The Scientific Research Honor Society (mais de 200 membros da Sigma Xi já receberam o Prêmio Nobel), além de ser membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, da Royal Society of Biology e da The Royal Society of Medicine no Reino Unido, da The European Society of Human Genetics em Vienna, Austria e da APA - American Philosophical Association nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em História e Biologia, também é Tecnólogo em Antropologia e Filosofia, com diversas formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Dr. Fabiano é membro de prestigiadas sociedades de alto QI, incluindo Mensa International, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society e HELLIQ Society High IQ. Ele é autor de mais de 330 estudos científicos e 30 livros. Atualmente, é professor convidado na PUCRS e Comportalmente no Brasil, UNIFRANZ na Bolívia e Santander no México. Além disso, atua como Diretor do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito e é o criador do projeto GIP, que estima o QI por meio da análise da inteligência genética.
Dr. Fabiano também possui registro de jornalista, tendo seu nome incluído no livro dos registros de recordes por conquistar quatro recordes, sendo um deles por ser o maior criador de personagens na história da imprensa.
Dr. Fabiano também possui registro de jornalista, tendo seu nome incluído no livro dos registros de recordes por conquistar quatro recordes, sendo um deles por ser o maior criador de personagens na história da imprensa.
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Sobre Flávio Nunes
Dr. Flávio Nunes é Médico Veterinário, Pedagogo, Neuropsicopedagogo, Arteterapeuta e Educador, Mestre em Ciências Ambientais, especialista em Educação, Neuroaprendizagem, Comportamento Humano, Intervenção ABA e Altas Habilidades/Superdotação. Com uma abordagem nexialista, polímata e multipotencialista, seus interesses acadêmicos abrangem etologia, neurodiversidade, criatividade, inovação e cultura colaborativa. Estuda relações intra e interespecíficas, heutagogia, neurofisiologia e neuroplasticidade em OneHealth (Saúde Única). É membro da Mensa Brasil, Mensa Internacional, Intertel e IIS-IQ, também sendo pesquisador do CPAH.
Dr. Flávio Nunes é Médico Veterinário, Pedagogo, Neuropsicopedagogo, Arteterapeuta e Educador, Mestre em Ciências Ambientais, especialista em Educação, Neuroaprendizagem, Comportamento Humano, Intervenção ABA e Altas Habilidades/Superdotação. Com uma abordagem nexialista, polímata e multipotencialista, seus interesses acadêmicos abrangem etologia, neurodiversidade, criatividade, inovação e cultura colaborativa. Estuda relações intra e interespecíficas, heutagogia, neurofisiologia e neuroplasticidade em OneHealth (Saúde Única). É membro da Mensa Brasil, Mensa Internacional, Intertel e IIS-IQ, também sendo pesquisador do CPAH.
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