quinta-feira, 17 de julho de 2025

QI muito alto pode ser um obstáculo para o sucesso acadêmico, revela estudo

Pesquisa liderada pelo neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela desafia o senso comum ao demonstrar que indivíduos com superdotação profunda (QI acima de 145) apresentam maiores taxas de abandono da faculdade, devido a uma arquitetura cerebral que intensifica tanto o raciocínio quanto as emoções.

Um novo estudo publicado na Revista Internacional de Ciencias Sociales desafia a crença de que um Quociente Intelectual (QI) muito elevado é garantia de sucesso acadêmico. A pesquisa, liderada pelo pós-PhD neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela em colaboração com os pesquisadores Flávio da Silva Nunes (Médico Veterinário) e Adriel Pereira da Silva (Físico Mestre em Psicologia), revela que indivíduos com superdotação profunda (QI superior a 145) frequentemente apresentam um desempenho escolar inferior ao esperado e maiores taxas de abandono do ensino superior.

O estudo, que contou com uma revisão da literatura neurocientífica e dados de uma enquete com mais de 500 indivíduos superdotados, aponta um paradoxo intrigante. Os resultados mostraram que, embora a maioria dos participantes com QI muito alto tenha alcançado a pós-graduação, 55,5% deles relataram ter abandonado a faculdade ao menos uma vez, com a maior parte desses casos ocorrendo justamente no grupo com QI acima de 146. Além disso, 44,4% afirmaram que seu desempenho como "bom aluno" dependia da matéria, o que reforça a influência de fatores para além da capacidade cognitiva.

A explicação para este fenômeno, segundo a pesquisa, está na própria neurobiologia da superdotação. Indivíduos com QI muito elevado possuem uma arquitetura neural com "alta intensidade sináptica" e uma "hiperconectividade entre o córtex pré-frontal (região da lógica) e o sistema límbico (região das emoções)". Essa característica funciona como uma faca de dois gumes: por um lado, promove uma capacidade superior de raciocínio abstrato; por outro, gera uma maior vulnerabilidade e intensidade emocional.

O Dr. Fabiano de Abreu, Pós-PhD em Neurociências e líder do estudo, esclarece o fenômeno. "Para o indivíduo com superdotação profunda, a motivação não é um extra, é uma condição essencial. Sua arquitetura neural exige um interesse intrínseco para ativar o sistema de recompensa do cérebro. Sem essa afinidade subjetiva com o tema, o esforço acadêmico torna-se insustentável. Em contraste, indivíduos na faixa de QI entre 130 e 140 frequentemente mostram mais estabilidade, pois sua regulação emocional e funções executivas permitem uma performance consistente mesmo com menor interesse motivacional".

O estudo também aborda os casos de "dupla excepcionalidade", como superdotação associada ao autismo, que pode levar a um hiperfoco funcional, ou ao TDAH, que frequentemente prejudica o desempenho devido a déficits na memória de trabalho e atenção.

A pesquisa conclui que o desempenho escolar é resultado de uma complexa interação entre inteligência, funcionamento executivo, estabilidade emocional, motivação e o ambiente. Portanto, é imprescindível superar a visão reducionista e adotar uma abordagem holística e personalizada para o desenvolvimento de pessoas com altas habilidades, reconhecendo suas singularidades neurobiológicas e emocionais.

O artigo "A Relação Intrincada entre Alto Quociente Intelectual, Desempenho Acadêmico e Intensidade Emocional: Uma Análise Neurocientífica e Genômica Multidimensional" pode ser consultado na Revista Internacional de Ciencias Sociales.


Fabiano de Abreu 
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Gestão geral grupo MF Press Global 






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