terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Quando a emoção nos tira a razão

Em qualquer área de trabalho, quando um profissional, por mais velho que seja, tem um desafio pela frente, ele pode ser movido pelas emoções, agindo de forma irracional.
Isso é muito comum nas entrevistas de trabalho, por mais preparada que a pessoa esteja; a perna treme, a barriga dói e esfria, as mãos suam; uns perdem o sono, outros ficam paralisados.
Essas reações são normais; elas decorrem do afloramento das emoções que surgem em virtude das expectativas dos desafios a serem enfrentados.
Essas emoções são difíceis de serem controladas.
Eu me lembro que em épocas de provas na escola eu ficava muito tenso; meu saudoso pai falava coisas tentando me ajudar; ele dizia que eu deveria me preparar e então ficar calmo.
De fato, temos condições de ter um resultado melhor se estamos bem preparados. A preparação não fará desaparecer as emoções, mas tornará possível controlá-las.
Essas emoções são reações normais do ser humano. Elas se relacionam ora ao medo do desconhecido, ora ao temor de uma pressão muito grande, mesmo que conhecida.
Elas atingem pessoas em diferentes áreas: o jogador que está prestes a cobrar um pênalti, um artista que está prestes a entrar em cena e sente aquele frio na barriga, o estudante que faz uma prova, o vestibular ou o enem,  o trabalhador desempregado que participa de uma entrevista de emprego ou aquele empregado que é submetido a uma avaliação, dentre outras.
É comum ouvir atores, mesmo aqueles com muita experiência, afirmarem que mesmo depois de muitos anos de atuação continuam sentindo determinadas reações ao entrar em cena, e que o dia que essas reações cessarem terá chegado a hora de parar de subir no palco, ou seja, terá chegado a hora de abandonar a carreira de artista. Esses mesmos artistas conseguem contudo controlar essas reações, impedindo que elas afetem o desempenho profissional.
Isso comprova que as emoções são não só reações normais, mas que elas possuem até mesmo um sentido positivo: elas nos motivam. Afinal, se nos importamos com algo, se sentimos medo do fracasso em determinada atividade, é porque o que está em jogo é importante. Mas se nos preparamos para o desafio conseguiremos dominar as emoções e obter um bom resultado.
Assim, se, por um lado, não podemos parar de sentir, e se parar de sentir significaria não se importar, por outro lado, não podemos deixar o sentimento exacerbado tomar conta: a razão precisa prevalecer. E isso só vem com o preparo.

Cristóvão Martins Torres

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