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Ouro Preto
13 de fevereiro de 2024
Lucas Porfírio
As tradicionais escolas de samba de Ouro Preto percorreram a Praça Tiradentes e emocionaram o público presente. No domingo (11), desfilou a Escola de Samba Princesa Isabel, a Escola de Samba Imperial de Ouro Preto e a Escola de Samba Império do Morro Santana. Já na segunda (12), foi a vez da Escola de Samba Acadêmicos do São Cristóvão, da Escola de Samba Unidos do Padre Faria e da Escola de Samba União Recreativa do Santa Cruz.
O desfile é o momento em que as comunidades ouro-pretanas têm a oportunidade de levar para a avenida o trabalho realizado durante meses. “Primeiro nós trouxemos muito amor, dedicação e compromisso. Acredito que conseguimos trazer o tema proposto. Dentro das nossas dificuldades, a gente conseguiu entregar o máximo que a gente pôde dentro do enredo ‘A Jornada Barroca e Rococó, uma viagem no tempo, a elegância de Vila Rica a Ouro Preto’. Graças a Deus a comunidade, a cidade de Ouro Preto está reconhecendo o nosso trabalho”, contou a presidente da Império do Morro Santana, Mariana Luiza.
Padre Faria - A Furiosa chega com seu imponente dragão na Praça Tiradentes
Desfilar em uma escola de samba exige muita preparação e é um momento de fortes emoções, como relata a rainha de bateria da Unidos do Padre Faria, Ana Caroline Moreira da Cruz: “É muita emoção. Estou pelo segundo ano como rainha de bateria do Padre Faria. É muita responsabilidade representar essa escola maravilhosa, que eu amo de paixão”.
São Cristóvão- Com enredo “Quero ser tambor”, a verde e rosa ouro-pretana exalta a congada.
A expectativa de todas elas, é a vitória. “É sensacional. Eu amei, é linda demais a escola. É muita representatividade também. Trouxemos Chico Rei, que faz parte da história de Ouro Preto. A escola vai ser campeã, com certeza”, afirmou a moradora do São Cristóvão e destaque de chão da escola, Tatiana Fernandes.
Cada ala tem sua fantasia e preparação. Além dos adultos, as crianças também mostram muito samba no pé. “Há mais ou menos uns sete anos eu ensaio a ala infantil da nossa escola. Esse ano nós saímos com 40 crianças. É uma ala coreografada, nós ensaiamos todo o mês de janeiro. Para mim esse é um trabalho muito importante, porque nossas crianças são o futuro da nossa escola. Daqui uns anos, são eles quem vão pegar a frente. Então é um incentivo para que continuem essa cultura, essa coisa maravilhosa”, explicou a responsável por coordenar as crianças da verde e rosa ouro-pretana, Silvia Elias Barbosa.
União Recreativa do Santa Cruz homenageia Jair Inácio na avenida.
E não é apenas quem desfila que se emociona. A cada escola que passava, era possível ver o olhar apaixonado dos moradores dos bairros de Ouro Preto que, muitas vezes aos gritos, torciam por sua escola do coração e entoavam o enredo. “Eu quero a melhor de todas. É o meu bairro”, falou emocionado o morador do Santa Cruz, Cacau.
Corte Momesca abre desfiles da escola de Ouro Preto
Cada desfile contou com a abertura da corte momesca, que em 2024 teve pela primeira vez uma mulher trans como Rainha da Diversidade. “É uma coroa muito grande que eu tô carregando. Ser a Rainha da Diversidade do carnaval é muito importante para mim. Saber o quanto eu cresci na cidade, sendo nascida e criada aqui, é muito bom. É gratificante saber que lá na frente, eu vou ser espelho para que outras possam vir e nos representar também”, disse a Rainha da Diversidade, Leandra Moreira.
Os desfiles na Praça Tiradentes só aconteceram após a liberação do local pela Justiça Federal. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Flávio Malta, foi garantido o direito das comunidades ouro-pretanas. “O carnaval de Minas Gerais nasce na Praça Tiradentes. O direito das escolas de samba desfilarem na praça e o direito da resistência da cultura. As escolas de samba de Ouro Preto possuem qualidade, são incríveis e impecáveis. Sambas muito bem escritos, baterias impecáveis. A gente só tende a valorizar e agradecer por ter essa cultura mantida”, completou Malta.
Jornal O Liberal
Região os Inconfidentes
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