quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Holandeses mantem tradição, cultura e fé no paraná


"Cada imigrante tem uma importância e contribui e muito para o nosso país.
A sociedade precisa conhecer a realidade que o imigrante mostra.
A gente somente teme aquilo que não conhece".
Veja que historia interessante!

No dia 17 de março de 1954, a família Barkema deixava a Holanda rumo ao Paraná. Eles fazem parte de um grupo importantíssimo na formação do estado: o dos imigrantes. Com 80 anos de idade, Reinder Mattheus Barkema lembra com clareza das datas e fatores que fizeram sua família deixar Ten Boer, um antigo município do nordeste da Holanda, na província de Groningen, em busca de novas terras. “Nós éramos em onze filhos e meus pais sabiam que lá não teríamos terra para gerar renda para todos, além da insegurança do pós Guerra”, conta. A viagem foi longa e a família chegou ao Brasil no dia 21 de abril de 1954, quando começou uma nova trajetória. 
Profissão
A experiência na agropecuária, profissão que sustentava a família Barkema na Europa, foi um dos fatores que motivou a vinda para o Brasil. E, com as oportunidades do novo país, Reinder seguiu os passos do pai no ramo. “A agropecuária tem um modo de trabalhar que permite diversificar a produção, possibilita que, em um pequeno espaço de terra, possamos garantir nosso sustento”, conta. 
Cultura
Além da atividade profissional, a cultura e as tradições holandesas são traços que se mantêm geração após geração na família. Para Reinder, os valores ensinados por seus pais são a principal herança a ser deixada para seus filhos e netos. “Nós aprendemos que palavra tem que valer e que deveríamos sempre seguir praticando o bom exemplo que aprendemos com pai e mãe. Além disso, manter a nossa língua holandesa é essencial, pois ela já diz muito sobre nós, sobre como trabalhamos e pensamos. E a crença que recebi dos meus pais, protestantes, também foi algo que transmitimos para a família”, explica. 
Por serem colônias holandesas, Castrolanda, Carambeí e Arapoti também permitem que as famílias mantenham as tradições do país de origem no convívio em sociedade. O imigrante e conselheiro da Associação Cultural Brasil-Holanda, Jan Borg, conta que a convivência entre as famílias da região é essencial para a manutenção dos traços culturais. “A interação com outros imigrantes e descendentes de holandeses faz com que toda a comunidade consiga manter requisitos importantes para a cultura, como a língua, a fé e também a comemoração de datas festivas holandesas”, conta. 
Nova geração
Filho de Reinder, Albert Reinder Barkema e seus cinco irmãos também pretendem seguir a tradição do país de origem da família e manter os valores pregados pelo pai. “Como nosso pai e mãe são holandeses, eu e meus irmãos fomos criados dentro dos costumes e cultura dos Países Baixos. Na fé e na educação, temos traços muito fortes dessa tradição, além da tentativa de manter sempre a língua como uma herança que nos identifica”, ressalta Albert. 
Para a irmã de Albert, a professora Marjan Barkema Loman, a mudança de gerações não deve interromper a transmissão da cultura que recebeu dos pais. “Tudo o que é ensinado na infância, permanece conosco. As gerações podem mudar, e nós também, mas isso não pode fazer com que percamos nossos princípios. A tradição permanece em nossa família e é passada aos nossos filhos pela rotina diária que temos em casa”, finaliza.
Sobre a ACBH
A Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH) é uma organização formada por holandeses e descendentes de holandeses no Brasil, oriundos de diversas colônias. Visa preservar o patrimônio histórico artístico e cultural holandês e brasileiro para a posteridade. Também quer incentivar, desenvolver e divulgar as várias formas de expressão cultural.

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