Na época da minha adolescência não existia ainda a Internet.
As nossas redes sociais não eram facebook, blogs, twitter, Orkut, e-mail etc.
Nossa rede social era outra: os pontos de encontro que frequentávamos, onde discutíamos problemas diversos;
Restrições aos serviços públicos(diziam que o serviço público deixa as pessoas mal acostumadas, embora muitas delas optam em trabalhar nessas repartições), escola, livros, cultura, pessoas mal amadas(diziam para ter muito cuidado com essas pessoas mal resolvidas, porque costumam descontar seus recalques em quem não term nada a ver com elas), esporte, caluniar(diziam que era coisas de gente de nível muito baixo, sem nenhuma expressão, gentinha), musica, política, trabalho, mulher, vendas(diziam que um bom vendedor é aquele que tem curiosidades em relação as pessoas, acredita nelas e tem a capacidades de ouvi-las), morar fora do país, eram os temas mais ouvidos e debatidos nesses encontros.
Os mais velhos confabulavam sobre a vida, religião, politicas publicas, fazendo prognósticos para eleições futuras, etc.
Às vezes um determinado assunto era debatido por várias horas, com a participação de todos os presentes.
Não tínhamos nenhum interesse especial. Os encontros eram casuais. Muitas vezes chegávamos a um lugar e a turma já estava formada; nada programado.
As reuniões eram formadas por estudantes, alguns professores, políticos, funcionários públicos, dono de cartório, aposentados, etc, fazendo assim que os encontros tivessem representadas várias classes sociais.
Não tínhamos identidades semelhantes.
Para mim foi uma oportunidade de aprender com pessoas mais experientes e também de fazer valer minhas ideias e opiniões.
Desses encontros trouxe vários ensinamentos que agregaram valor à minha vida.
Outro fato para o qual a minha memoria me socorre, era que comentávamos vários assuntos, mas não nos envolvíamos com nenhum deles.
Pode parecer estranho, muitos colegas conseguiram o primeiro emprego, através de pessoas que frequentavam a nossa rede social, e eram bem relacionadas no mercado de trabalho.
A tônica do grupo era compartilhar, respeitar e ouvir a opinião de todos.
Cerca de vinte pessoas compunham o grupo, óbvio, que as vezes alguns falhavam ao encontro, por algum motivo particular.
Compartilhávamos ideias. Os encontros eram nossa fonte de contato.
Toda tarde nos reuníamos, e o público era intenso, com muita participação das pessoas.
A nossa rede social não era online; estávamos conectados com as pessoas e com os donos dos estabelecimentos, que sempre estavam muito bem informados em vários assuntos e sempre nos recebiam muito bem.
Nossa rede social se reunia na sapataria do Zé Coló, na barbearia do Jarbas, na alfaiataria do Edgar, na loja do Evandro, no barzinho Sô Zé...
Como verdadeiros “provedores”, esses comerciantes viabilizavam a rede, mas também fiscalizavam o seu conteúdo, às vezes chamando a atenção de alguém por um comentário fora do contexto.
Hoje, difícil de encontrar alguém que não use a rede social online.
Não deixa de ser uma transformação da nossa sociedade, todos estão conectados.
Cristóvão Martins Torres
As nossas redes sociais não eram facebook, blogs, twitter, Orkut, e-mail etc.
Nossa rede social era outra: os pontos de encontro que frequentávamos, onde discutíamos problemas diversos;
Restrições aos serviços públicos(diziam que o serviço público deixa as pessoas mal acostumadas, embora muitas delas optam em trabalhar nessas repartições), escola, livros, cultura, pessoas mal amadas(diziam para ter muito cuidado com essas pessoas mal resolvidas, porque costumam descontar seus recalques em quem não term nada a ver com elas), esporte, caluniar(diziam que era coisas de gente de nível muito baixo, sem nenhuma expressão, gentinha), musica, política, trabalho, mulher, vendas(diziam que um bom vendedor é aquele que tem curiosidades em relação as pessoas, acredita nelas e tem a capacidades de ouvi-las), morar fora do país, eram os temas mais ouvidos e debatidos nesses encontros.
Os mais velhos confabulavam sobre a vida, religião, politicas publicas, fazendo prognósticos para eleições futuras, etc.
Às vezes um determinado assunto era debatido por várias horas, com a participação de todos os presentes.
Não tínhamos nenhum interesse especial. Os encontros eram casuais. Muitas vezes chegávamos a um lugar e a turma já estava formada; nada programado.
As reuniões eram formadas por estudantes, alguns professores, políticos, funcionários públicos, dono de cartório, aposentados, etc, fazendo assim que os encontros tivessem representadas várias classes sociais.
Não tínhamos identidades semelhantes.
Para mim foi uma oportunidade de aprender com pessoas mais experientes e também de fazer valer minhas ideias e opiniões.
Desses encontros trouxe vários ensinamentos que agregaram valor à minha vida.
Outro fato para o qual a minha memoria me socorre, era que comentávamos vários assuntos, mas não nos envolvíamos com nenhum deles.
Pode parecer estranho, muitos colegas conseguiram o primeiro emprego, através de pessoas que frequentavam a nossa rede social, e eram bem relacionadas no mercado de trabalho.
A tônica do grupo era compartilhar, respeitar e ouvir a opinião de todos.
Cerca de vinte pessoas compunham o grupo, óbvio, que as vezes alguns falhavam ao encontro, por algum motivo particular.
Compartilhávamos ideias. Os encontros eram nossa fonte de contato.
Toda tarde nos reuníamos, e o público era intenso, com muita participação das pessoas.
A nossa rede social não era online; estávamos conectados com as pessoas e com os donos dos estabelecimentos, que sempre estavam muito bem informados em vários assuntos e sempre nos recebiam muito bem.
Nossa rede social se reunia na sapataria do Zé Coló, na barbearia do Jarbas, na alfaiataria do Edgar, na loja do Evandro, no barzinho Sô Zé...
Como verdadeiros “provedores”, esses comerciantes viabilizavam a rede, mas também fiscalizavam o seu conteúdo, às vezes chamando a atenção de alguém por um comentário fora do contexto.
Hoje, difícil de encontrar alguém que não use a rede social online.
Não deixa de ser uma transformação da nossa sociedade, todos estão conectados.
Cristóvão Martins Torres
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