sábado, 26 de julho de 2014

7 dicas para ser avós modernos

Por Rafael Bergamaschi, iG São Paulo

Tentar entender o universo das crianças nascidas no século 21, ter sintonia com os pais e se policiar para não exagerar nos mimos são atitudes recomendadas

Os tempos mudaram. Os 'novos avós' têm 50 anos ou mais, são baby boomers, nascidos entre as décadas de 1950 e 1960, e chegam à maturidade com uma expectativa de envelhecer com mais saúde e qualidade de vida do que as gerações passadas.
Embora a grande maioria já esteja aposentada ou pensando nisso, esses novos 'velhos' não fazem o perfil dos avozinhos de bengala e já meio surdos, que passam o dia na frente da TV. E muitos não só ajudam a família financeiramente, como são parte integrante da criação das crianças.

Mundo Monica Dorin Schumer, psicóloga e terapeuta familiar, com o pai e a mãe trabalhando, é aos avós que, muitas vezes, cabe o papel de cuidar.
Além de abertura para experimentar coisas novas, como ser capaz de usar um computador ou, até, jogar videogame, tanto os vovôs quanto as vovós precisam buscar conhecimento para entender como funcionam essas crianças nascidas no século 21.

A tecnologia e as opções que ela oferece fazem com que o choque de gerações pareça ainda mais intenso. Existem, no entanto, jeitos de diminuir as distâncias e aproximar-se dos netos. Só não vale devolvê-los mimados para os pais.

Confira sete dicas práticas para ser avós modernos:


1. Tente entender um pouco do universo da criança:
“É importante saber do que ela está falando, não pode ignorar”, diz Monica. Se os netos já têm alguns gostos específicos, é essencial procurar saber quais são essas preferências, por mais que o que eles digam possa parecer grego. “Se você vai comprar um presente, por exemplo, tem que ter uma ideia mínima do videogame ou do DVD que ele vai gostar”, exemplifica Monica.

2. Compartilhe um pouco do seu mundo com o neto:
Com certeza era tudo muito diferente na infância dos avós cujos netos nasceram há pouco. Os recursos disponíveis eram outros. Isso não significa, no entanto, que as crianças de hoje não podem desfrutar de brincadeiras e atividades populares em outros tempos. O contato com outras realidade pode, sim, ser bastante proveitoso, como explica Monica. “Isso estimula a criatividade e evita que a criança seja um ‘robozinho’, sempre atuando diante de uma tela”.

Leia: 100 ideias de brincadeiras com crianças até 10 anos

3. Deixe que o casal tenha seu espaço:
Mostrar-se disponível é bem diferente de sufocar os pais da criança com exigências de atenção. Por mais que seja benéfico para a criança o envolvimento dos avós na criação, é preciso ter em mente que boa parte das decisões serão tomadas pelos pais. “Participar da chegada do neto é saber que junto com o bebê também está nascendo uma nova família, um pai e uma mãe”, explica Keila Cristiuma, diretora da Sempre Materna, empresa que ministra cursos voltados para mães e avós.

4. Informe-se sobre o assunto:
Há uma série de livros que abordam o desenvolvimento infantil. Por mais que eles sejam normalmente voltados para as mães de primeira viagem, não há motivo algum para que os avós não desfrutem também de seus ensinamentos. “Como muitas avós passam bastante tempo cuidando das crianças por conta dos trabalhos dos pais, esse tipo de informação é essencial”, explica Monica.


5. Adapte-se às regras estabelecidas pelos pais:
Opinar na criação das crianças é válido, mas é preciso respeitar sempre a autoridade dos pais. “Os avós devem ter bem claro qual é o seu papel na educação da criança e definir antes (e sempre que for necessário) com os pais da criança o que esperam deles”, explica Keila.

6. Dê espaço para a criança crescer:
Durante o desenvolvimento, a criança aprenderá novas habilidades e deixará de precisar da ajuda de adultos para algumas coisas. É importante que os avós aceitem isso e forneçam novos estímulos. “É difícil ver o neto crescer, mas tem que permitir que a criança seja cada vez mais independente”, afirma Monica.

7. Se o neto passará boa parte do tempo com você, acompanhe a mãe na visita ao pediatra:
Se os pais trabalham e é você que passa o dia com as crianças, é possível que tenha informações importantes para ajudar o médico e os pais na hora da consulta. “Você pode ter visto coisas que a mãe não viu e que podem ser valiosas para a avaliação que o pediatra vai fazer”, diz Monica. Além disso, a visita é uma boa oportunidade para tirar as dúvidas que surgem no dia-a-dia. Ofereça-se para acompanhar os pais nessas visitas, sempre tentando valorizar também a presença deles.

iG

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