terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Inteligência artificial identifica câncer de pele por meio de foto

O Tempo

CIÊNCIA


PUBLICADO EM 31/01/17 - 03h00

Após análise de milhares de imagens, sistema dá diagnóstico eficiente


Washington, EUA. As novas tecnologias de inteligência artificial prometem favorecer cada vez mais nossa saúde. Agora pesquisadores estão desenvolvendo técnicas para ajudar médicos a diagnosticar câncer de pele por meio de fotografias. Uma pinta na pele pode ser um simples detalhe, mas também pode indicar algo muito mais perigoso, como um melanoma – tipo agressivo de tumor maligno. Conseguir diferenciar esses pequenos sinais no corpo é tarefa rotineira para dermatologistas, que devem poder contar com a ajuda da ciência, de acordo com estudo recente publicado pela “Nature”.

Utilizando um conjunto de dados de mais de 129 mil imagens, representando mais de 2.000 diferentes doenças de pele, pesquisadores da Universidade de Stanford e do Instituto Nacional de Câncer, ambos dos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de inteligência artificial para ajudar no diagnóstico.

Os cientistas avaliaram a capacidade do sistema em reconhecer os mais comuns e mortais tipos de câncer de pele (carcinoma maligno e melanoma), comparando com tarefas críticas de diagnóstico realizadas por 21 clínicos especializados – normalmente, esse tipo de doença é diagnosticada visualmente e depois confirmada com biópsias de acompanhamento e exames histológicos.

O resultado obtido pelos pesquisadores colocou o sistema de inteligência artificial em pé de igualdade com os especialistas na área. Os autores do estudo, no entanto, alertam que o “médico virtual” ainda precisa ter validação em um ambiente clínico “real”.

Potencial. Para o cientista Andre Esteva, um dos autores do estudo, o novo sistema tem um extenso potencial para afetar a chamada “atenção primária à saúde” nos casos de diagnóstico de doenças de pele.

“A esperança é que isso possa ser um ponto de partida para trazer a inteligência artificial e a visão computadorizada aos cuidados com a saúde”, afirma Esteva.

Para o pesquisador, o sistema poder ser expandido para outras áreas, incluindo oftalmologia, radiologia e patologia. Outra aspiração da equipe que desenvolveu o estudo é transformar o novo algoritmo em um aplicativo de celular, podendo oferecer um acesso universal a diagnósticos de cuidados de saúde a um preço baixo.


Tecnologia semelhante é desenvolvida por brasileiros

São Paulo. Com o suporte de um banco de imagens e de um sistema computacional, uma simples fotografia, feita por meio de câmeras digitais ou celulares, poderá ser utilizada no processo de diagnóstico do melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele.

A metodologia inovadora foi desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP).

Na ideia, o banco de imagens é regularmente atualizado com fotos de lesões, cedidas por médicos. Esse processo de comparação do possível caso de câncer com as outras imagens só acontece porque as manchas causadas pelo melanoma têm características únicas, incluindo bordas irregulares, colorações diferenciadas e um diâmetro maior do que as manchas comuns.
Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou, para o ano passado, 5.670 casos de câncer de pele melanoma no país, tipo mais grave da doença.
O Tempo

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