domingo, 19 de junho de 2022

VEREADORA DUDA SALABERT REALIZA PALESTRA EM OURO PRETO

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Ouro Preto

17 de junho de 2022

Por Karina Peres 

Na noite desta terça-feira (14), Duda Salabert (PDT), a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte, realizou uma palestra em Ouro Preto. Engajada nas pautas ambientais e dos direitos das pessoas LGBTQIAP+, a vereadora falou sobre a situação da mineração em Ouro Preto e sobre a importância da criação de políticas públicas voltadas para as pessoas trans.

O evento foi organizado pela professora Patrícia Valim, do Departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em parceria com Victor Pinto, Doutor em ecologia e ativista dos direitos LGBTQIAP+ e Allie Barbosa, estudante de Artes Cênicas da UFOP. A vereadora iniciou a palestra relembrando sua trajetória política, e sendo uma mulher trans, ela falou sobre as violências que esse grupo sofre diariamente no país. “O Brasil, há 14 anos lidera o ranking de país que mais mata pessoas travestis e transsexuais, e nós não temos um número oficial sobre essa realidade, isso mostra que o Brasil não está preocupado em construir políticas públicas para combater esse cenário de desigualdade social que afeta esse grupo no qual faço parte”, disse Duda.

Duda também falou sobre a falta de empregabilidade que afeta as pessoas trans e travestis. Ciente da responsabilidade do estado, ela também convocou que cada um faça sua parte. “Antes da pandemia, era 90% das travestis e transsexuais na prostituição, e lógico que a culpa é do Estado, que não cria políticas públicas para a empregabilidade desse grupo, mas antes de culpar o estado, temos que olhar para o próprio umbigo. Quantas pessoas trans você já contratou? Ninguém nos contrata, por isso estamos nessa situação”, declarou a vereadora.   

Pautas ambientais

A vereadora tem como uma das principais lutas de seu mandato, o tombamento estadual da Serra do Curral e a exploração das mineradoras. Durante o momento aberto a perguntas, Duda foi questionada sobre a situação da mineração em Ouro Preto. “A estrutura dessa cidade está longe de conseguir suportar o cenário que nos espera da emergência climática que vivemos, que são as chuvas intensas e secas intensas. Urge a necessidade de promover um debate sobre a mineração, algumas pessoas acham que ela é fundamental para Minas, mas ela representa hoje, somente 4% do PIB, 1,3% dos empregos e 2% de impostos.

Então precisamos de planos de diversificação econômica, para que os municípios que têm a chamada dependência mineral consigam superar esse cenário.

Depois que a mineradora vai embora da cidade, o que ela deixa é violência, falta de água e um buraco. Então temos que exigir dos candidatos um plano de diversificação econômica”, explicou a vereadora. 

Importância da educação

Professora de literatura, Duda ressaltou a importância da educação na luta contra as desigualdades. “Meu papel como professora é mais importante que meu papel no legislativo, lá eu crio leis, em sala de aula eu crio consciência. E o que muda o mundo são consciências, a escola e a educação é uma engrenagem fundamental para a transformação da sociedade. E os professores, em sala de aula, desempenham um papel fundamental na busca por justiça social, porque não existirá nunca, justiça social se não houver justiça educacional. Enquanto houver cortes na pesquisa de ciências da UFOP, enquanto houver um desmonte da educação pública e desvalorização dos professores, nós nunca vamos ter justiça social”, afirmou.

Voo das Andorinhas

Patrícia Valim faz parte do “Coletivo Andorinhas: Rede de Mulheres da UFOP”, durante o evento, ela informou que o projeto pretende visitar as repúblicas federais e particulares de Ouro Preto, com o objetivo de conscientizar os estudantes sobre violências contra mulheres e pessoas LGBTQUIAP+. “Em breve teremos um projeto chamado ‘Voo das Andorinhas’, no qual nós vamos passar nas repúblicas para promover debates sobre o que é violência, tanto física como mental. Nós não podemos mais aceitar as violências contra as mulheres, pessoas trans, travestis e negros, principalmente dentro da universidade”, disse a professora. 

Jornal O Liberal

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