terça-feira, 27 de agosto de 2024

Somos todos (i)migrantes em algum momento da vida

*Por Marcos Vinícius De Bortolli

A imigração é um fenômeno milenar inerente ao ser humano que possibilitou o desbravamento de novos territórios. Por definição, imigrante é quem sai de um país e vai para outro e migrante é quem sai de uma cidade e vai para outra no mesmo país. Podemos discutir, porém, o conceito de (i)migração de uma forma mais ampla, quase filosófica.

Penso que migrar pode significar recomeçar a vida em um cenário diferente. Por isso, defendo que todos somos migrantes ou imigrantes em algum momento de nossas jornadas. Quando você deixa a casa dos pais para estudar fora ou para formar uma nova família, você é um (i)migrante.

Nesta linha, migrar significa sair do seu próprio conforto de cenários, cultura e relações conhecidas para o oposto: o completo desconhecido. Para que isso aconteça, é necessário um processo de ruptura, quase sempre dolorido, em que se deixa tudo para trás e enfrenta-se o novo e assustador desconhecido.

Na prática, saímos da casa de nossos pais por vários motivos, mas principalmente porque o ninho deles não é o nosso. Queremos construir algo novo, com a nossa cara. E quem diz que um casamento não representa esta ruptura também? Sair da rotina comida, roupa lavada e boletos pagos para enfrentar os desafios da vida a dois? Um verdadeiro choque cultural!

A (i)migração é um fenômeno que produz morte e vida. Morte “matada”, morte “acidental” e morte “natural”. Explico: só conseguimos sair de casa quando “matamos” ou enterramos os sonhos relacionados ao lugar em que nascemos. Fazemos isso para um dia talvez voltar. Ou não.

Ainda durante nosso trajeto, podemos sofrer “acidentes” e decepções, que “matam” os desejos antigos. E na nova vida, que pode ser além-mar, em outro estado ou um novo bairro na mesma cidade, descobriremos sonhos que viverão muito tempo e morrerão um dia, bem velhinhos, de morte “natural”.

Estas andanças (i)migratórias são repletas de novidades com mudanças de cenários, perspectivas e relações. Sair da nossa zona de conforto nos permite conhecer novas culturas e formas de pensar. Só assim, a vida se reinventa, geralmente para melhor.

Migrar é como colocar um enxerto na velha árvore, dando força aos galhos e frutos que nascerão. Fica então o convite: que tal (i)migrar para conquistar novos mundos?

*Marcos Vinícius De Bortolli é professor universitário, palestrante das áreas de ciência, tecnologia e inovação e autor da trilogia “Quando Meninos Viram Homens”, saga familiar que retrata a luta por sobrevivência no interior do Brasil.

Grande Teórico do Direito e Constitucionalista Alemão visita o Blogueiro

A caminho de Ouro Preto, Robert Alexy, considerado hoje um dos maiores teóricos do Direito Constitucionalista do mundo, visitou o Blogueiro, tendo almoçado em sua casa...
Alexy esteve em Belo Horizonte para participar do "Congresso Brasil-Alemanha de Teoria do Direito e Direito Constitucional: Conceito e Aplicação do Direito em Robert Alexy", realizado na Faculdade de Direito da UFMG, bem como para receber o título de Doutor Honoris Causa pela referida Universidade.

Robert Alexy e Cristóvão Torres, na residência do blogueiro, após almoço oferecido por este ao eminente Jurista alemão. Ao fundo uma tela da terra natal do blogueiro, a querida São Domingos do Prata

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