segunda-feira, 10 de abril de 2017

Esqueça o medo: a revolução tecnológica mudou a odontologia

Trauma de dentista é coisa do passado. Muitos dos tratamentos odontológicos que metiam medo quando o paciente se sentava na cadeira do dentista estão sendo transformados pela evolução tecnológica. Com isso, os procedimentos ficaram menos dolorosos e mais rápidos, duradouros e precisos.
Em seu consultório, em Belo Horizonte, o especialista em odontologia estética Paulo Coelho Andrade já trabalha com equipamentos e técnicas ultramodernas que utilizam, por exemplo, nanopartículas de resina e porcelana, escanner intraoral e impressora 3D.
No caso das nanopartículas, elas podem ser de diversas matérias-primas, como porcelana ou resina, e geralmente são usadas como “material restaurador de última geração” nos tratamentos que usam as facetas, também chamadas de “lentes de contato”, para branquear e corrigir os dentes.
“A vantagem de se ter um material feito com partículas tão pequenas é que no polimento é possível conseguir mais brilho do material ao longo do tempo. Mas elas também estão sendo colocadas na superfície de implantes de titânio. Isso aumenta a área de contato do osso e dá uma maior fixação e durabilidade também”, diz.
Com esse material em mãos, e usando equipamentos importados da Alemanha, Andrade consegue escanear o sorriso do paciente e imprimir as lentes de contato para finalizar o tratamento dentro de seu consultório, sem precisar depender de protéticos e outros profissionais.
“Em vez de se moldar o paciente para fazer uma peça, o que levaria alguns dias, usando um software específico é possível fazer a montagem do dente em 3D. Em seguida, a imagem é exportada para a máquina fresadora (impressora), que vai esculpir os bloquinhos de nanopartículas e entregar a lente de contato para ser colada imediatamente na boca do paciente. Tudo isso em um intervalo de 30 minutos”, garante.
Especialista em dentística restauradora e odontologia do esporte, Rodrigo Caillaux Pereira também aprovou o advento da terceira dimensão na odontologia. “Com a impressão 3D, num intervalo de 48 horas, dependendo do tipo de fratura facial, o atleta já pode voltar às atividades. No meu caso, uso mais para fazer os moldes de protetores faciais para atletas de alto rendimento e que não podem ficar afastados do esporte por um longo período”, diz.
Na avaliação de Pereira, “a mudança de paradigmas na odontologia é muito dinâmica”. O dentista participou, na semana passada, do Congresso Internacional de Odontologia de Minas Gerais (Ciomig), realizado pela a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), na capital mineira.


TÉCNICAS

Brasileiro inova e cria o “sorriso personalizado”

O dentista brasileiro Christian Coachman acabou de voltar da International Dental Show (ISD 2017), a maior feira de odontologia do mundo, que neste ano aconteceu em Cologne, na Alemanha, onde ele apresentou o conceito do Digital Smile Design (DSD), criado por ele e sua equipe. A técnica nasceu há oito anos e desde então vem sendo aprimorada.
“A maior vantagem de todas é a interação do paciente como coautor do próprio sorriso. Ele participa ativamente do processo, podendo ‘criar’ o sorriso de acordo com sua preferência. Trata-se de algo totalmente personalizado”, diz.
Essa criação é feita digitalmente por meio da análise de vídeos do paciente e design, utilizando softwares 3D que viabilizam resultados precisos e mais rápidos, e, por isso, a técnica é considerada tão revolucionária. O DSD também trabalha com a ideia do novo conceito da “odontologia emocional”. “Para desenvolver um novo sorriso em harmonia com o rosto, alinhando a personalidade do paciente a um conceito mais humano”.
Professor associado de dentística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rodrigo de Castro Albuquerque também participou do evento e destacou novidades como: aparelhos invisíveis, anestesias sem dor, uma caneta-motorzinho mais silenciosa e géis que amolecem a cárie. “O mundo se globalizou, então a maior parte dos lançamentos rapidamente poderá ser encontrada no mercado”, garante. (LM)


FLASH


Custo. Cada faceta (“lente de contato”) pode custar de R$ 1.000 a R$ 3.500, variando conforme clínica e profissional, mas naquelas feitas com nanopartículas o valor é um pouco mais alto.
O Tempo

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