Um país inteiro coberto por fumaça

(Imagem: Fábio Vieira)

Uma soma desastrosa. Com a maior seca dos últimos 44 anos e milhares de focos de queimada no país, está cada vez mais complicado de os brasileiros enxergarem o céu azulado como de costume.

Sem nenhuma perspectiva de chuvas em meio a uma onda de calor pelos próximos dias, os ventos devem fazer com que a fuligem encubra até mesmo as capitais da Argentina e do Uruguai.

Em território nacional, a fumaça chega aos céus de quase 5 milhões de quilômetros quadrados. Isso é quase 60% de todo o nosso país.

O que está acontecendo? Essa névoa está vindo, principalmente, da Amazônia, que registra o maior número de incêndios em 19 anos. Como se não bastasse, o fogo ainda castiga o interior de SP, Goiás, MT e MS.

Nessas condições de calor + fumaça + secura, ontem, a cidade de São Paulo teve a pior qualidade de ar do mundo. O índice de poluição ficou mais alto do que o de cidades da China e do Oriente Médio.

Mexendo no bolso: As queimadas estão fazendo o preço de alguns produtos dispararem no mercado. Com 80 mil hectares de áreas de cana-de-açúcar queimados, o setor acumula um prejuízo de R$ 800 milhões no último mês.

Além do açúcar, feijão, carnes, frutas, leite e até o etanol devem ficar mais caros com o impacto dos incêndios que afetam os solos de plantações Brasil afora.

Panorama: Só no mês passado, o Brasil registrou mais de 68 mil focos de queimadas, um aumento de 144% em comparação com o mesmo período do ano anterior.