sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Família de torcedor morto no Mineirão cobra explicações e pede justiça

Os familiares de Eros Dátilo Belizário, de 37 anos, estão indignados com a falta de explicações sobre a morte do torcedor cruzeirense no Mineirão. Nessa quarta-feira (26), durante o jogo entre Cruzeiro e Grêmio, pela semifinal da Copa do Brasil, foi divulgado que Eros morreu vítima de um infarto após o primeiro gol do time adversário. No entanto, testemunhas afirmam que ele foi agredido por seguranças do estádio no momento em que tentou passar de um setor para outro.

“A gente quer justiça e que os culpados sejam punidos. Como podem tirar uma vida assim de uma pessoa?”, reclamou a comerciante Michelini Belizário Magnago, de 44 anos, prima da vítima, que veio de Juiz de Fora com sua mãe para cuidar do velório e enterro, que acontecerá nesta sexta (28), às 16h, no cemitério da Saudade, na região Leste de BH.

Presente no Instituto Médico Legal (IML) para acompanhar a família, o advogado Jean Carlos Gonçalves, amigo de Eros, disse que vai pedir a punição dos culpados assim que o inquérito da Polícia Civil for concluído. A equipe coordenada pelo delegado Luis Otávio Mattozinhos já iniciou as investigações e vai ouvir testemunhas nos próximos dias.

“Exigimos a apuração dos fatos. A administração do estádio alega que foi infarto. Como pode ter sido essa a causa da morte se há hematomas no peito e pescoço do Eros?”, indagou.

Em nota, a Minas Arena, que administra o Mineirão, informou que tem “total interesse no esclarecimento do assunto de forma série e verdadeira”. Além disso, a empresa disse que “acompanha de perto e aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades competentes.

O exame de necrópsia realizado pelo IML confirmou que o corpo tinha sinais externos de trauma, mas as lesões não justificaram a morte, segundo informações da Polícia Civil. "Segundo a diretora do IML, a médica legista Lena Lapertosa, o corpo apresentou sinais externos de trauma, no entanto, essas lesões não justificam o óbito. Por essa razão, serão necessários a realização dos exames anatomopatológico e toxicológico, que já estão em curso. O prazo para conclusão dos exames é de 30 dias", explicou a corporação, em nota.

Eros nasceu em Barra Mansa, no Sul do Rio de Janeiro. Ele morava em BH há 33 anos, onde trabalhava como entregador e residia no bairro Taquaril. O torcedor veio para a capital mineira com a mãe, que morreu há quatro anos, vítima de um câncer.

A atual namorada de Eros está grávida. Ele tinha uma filha de 3 anos de um relacionamento anterior.

Nessa sexta, a Pavilhão Independente, torcida da qual Eros fazia parte, completará 19 anos de existência. Ele participava do grupo desde 1998. "Ele era um cara bacana. Semana passada estávamos num casamento de um diretor da torcida com ele. Festa de família", relembrou o amigo Alvaro Cardoso, de 33 anos.
O Tempo

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