quinta-feira, 19 de julho de 2018

O garimpeiro



Seus braços exsudados, mãos já esquálidas
ele não se entrega, sua renitência é a vida
da procura incessante, da busca incontida
pouco importam os metais pobres, as degradadas

Pedras que insistem em remetê-lo vazio às origens
ele tem certeza da existência naqueles picos
do raro valor de sua eterna redenção, seus ricos
e incensuráveis desejos, posto vindos das vertigens

Há momentos desoladores, propensão ao descenso
de mãos e espírito vazios, mundo de vãs intuições
que se perdem no campo amargo de pálidas ilusões

Eis que, ao final da jornada, à véspera da triste rendição
o garimpeiro vislumbra ofegante sua sonhada pepita
agarra-a, e desce, ofegante, pôs fim à opressa desdita.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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