sábado, 27 de fevereiro de 2016

Sobreviventes de tragédia visitam local para reconstrução do vilarejo

O terreno de Lavoura Antiga, escolhido pelos moradores de Bento Rodrigues para a reconstrução da comunidade, pode ser alvo de desapropriação por parte da prefeitura, caso não haja acordo entre a empresa proprietária do espaço e a Samarco. O local, que fica a cerca de 10 km de Mariana, na região Central, é preferência dos moradores por ser predominantemente plano, ter água em abundância e, principalmente, por ser acessado pela mesma estrada que chegava ao distrito devastado pela lama no último novembro. A área também se tornou opção do prefeito Duarte Júnior, que, neste sábado (27) visitou o local pela primeira vez com a companhia de cerca de 150 moradores.
“Foi a própria Samarco que apresentou o terreno para os moradores e ela já deve estar em negociação com a proprietária. Como agora é de conhecimento geral que todos os moradores ficaram satisfeitos com o terreno, se acontecer de a empresa aumentar o preço, vamos usar o que o poder público tem direito, que é desapropriar”, afirmou o prefeito. Segundo ele, no entanto, a expectativa é que as empresas firmem acordo, e a medida não seja necessária.
Nas reuniões entre a comunidade e a Samarco, desde a tragédia, os moradores deixaram claro à mineradora que gostariam de permanecer juntos e que o novo terreno tivesse condições naturais propícias ao plantio e à criação animal, como o antigo Bento. A primeira opção era o terreno de Taquara Queimada, localizado próximo ao distrito de Camargos, mas o espaço de Lavoura Antiga foi escolhida por ser mais plano. “É um local com as características d o antigo Bento, no perfil do que os moradores estão procurando”, disse Duarte Júnior. Segundo ele, a expectativa é que a reconstrução comece no primeiro semestre.
A área, de 300 hectares, precisa ainda passar por análises de água e solo e limpeza, mas, se depender da vontade dos visitantes, os resultados vão apontar que o espaço é ideal. “O terreno é muito bom, próximo a Bento, tem muitas nascentes e até cachoeira. Não tem como ser em outro lugar”, disse a auxiliar odontológico Mônica dos Santos, 30, antiga moradora de Bento.
Em nota, a Samarco informou que, em reunião no último dia 18 com a Comissão de Representantes da Comunidade, apresentou três áreas identificadas a partir dos critérios definidos pelos moradores. Informou, ainda, que as áreas estão passando por estudos técnicos em relação a relevo e viabilidade hídrica, que apontarão o espaço ideal.
O Tempo

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