quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Drama de cidadãos de Conceição é exposto na ONU

Poluição de cursos d’água, comunidades amedrontadas por estarem próximas a uma barragem de rejeitos, falta de diálogo com moradores, pessoas sofrendo ameaças e sob proteção do Programa Estadual de Direitos Humanos: os impactos sociais e ambientais do complexo Minas-Rio, da mineradora Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas Gerais, foram debatidos nesta quarta-feira (27) na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.
Foram apresentadas também as consequências do projeto ao longo dos 525 km do mineroduto, que é o maior do mundo e passa por 33 cidades. “Nós estamos aqui porque entendemos que todas as formas de violência que sofremos já não são suportáveis, e já foram esgotadas as possibilidades de se resolver isso localmente”, disse Patrícia Generoso, moradora de Conceição e membro da Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos do Projeto Minas-Rio (Reaja). Ela lembrou que cinco pessoas estão sob proteção do Programa Estadual de Direitos Humanos por serem contrárias à expansão do projeto.
As exposições aconteceram durante o evento Expansão da Mineração sobre Territórios, População e Bem Comum no Brasil: O Exemplo de Conceição do Mato Dentro, promovido pela ONG Franciscans International. O painel foi realizado em paralelo à reunião do Alto Comissariado de Direitos Humanos da entidade. A ONG já entregou à ONU uma denúncia sobre violações de direitos humanos no empreendimento. Os impactos relatados têm sido mostrados por O TEMPO desde 2014, quando o complexo ainda estava em construção.

Resposta. Em nota, a Anglo American disse que seu “compromisso com os direitos humanos é sólido e está embasado em políticas e exigências globais”. A mineradora afirmou que não tem ligação com as ameaças sofridas por moradores e disse que “isso deve ser apurado pelas autoridades”. A empresa também afirmou que tem uma “rotina robusta” de encontros com a comunidade e citou que seu presidente, Ruben Fernandes, visitou as comunidades afetadas pelo empreendimento para dialogar com moradores.
O Tempo

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