domingo, 24 de setembro de 2017

Yustrich completaria cem anos nesta semana

O TEMPO

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PUBLICADO EM 24/09/17 - 03h00
Se estivesse entre nós, Dorival Knipel, o Yustrich, estaria completando cem anos no próximo dia 28. Ele nasceu em Corumbá (MS), em 1917, e morreu em Belo Horizonte, em 15 de fevereiro de 1990.

Como goleiro, defendeu Flamengo, Vasco e América-RJ, sendo convocado para a seleção brasileira em 1940. Quando se tornou treinador, seu primeiro clube foi o Atlético, em 1952. Depois, transferiu-se para o Porto e tirou o time lusitano da fila. Com ele no comando, eles conseguiram a dobradinha ao faturar a Taça de Portugal e o Campeonato Português.

Yustrich era disciplinador, muito rígido com horários e cobrava muito empenho dos atletas. Não permitia que os jogadores fumassem ou até mesmo ostentassem cabelo comprido. Os jogadores amantes da noite não gostavam dele.

Assumia tudo sozinho, mesmo tendo Zezinho Miguel como auxiliar. Cuidava da parte técnica, da preparação física e treinava os goleiros. Quando os jogadores chegavam para o treino, às 7h, encontravam o vestiário limpo e com farto café da manhã. Antes de encerrar o treino, um bifê com frutas e muita comida preparado pelo chefe.

Futebol mineiro. Em Minas, também dirigiu Cruzeiro, América, Villa Nova e Democrata-GV. No Galo, impediu que Dadá Maravilha fosse dispensado transformando-o em um dos grandes artilheiros do Brasil. “Devo tudo o que tenho ao Yustrich. Ele soube corrigir os meus defeitos. Por isso, nem ligava quando ele me chamava de ‘Jaca’, apelido que sempre detestei”, afirma Dadá.

Yustrich deu chances a outros jogadores que depois se tornaram nomes importantes, como Zico, Wladimir, Levir Culpi, Palhinha, Edu Lima, Eugênio, Douglas, Eduardo Lobinho, Éder Aleixo, Geovanni...
Um desafeto de João Saldanha

Yustrich tinha temperamento explosivo e era chamado de Homão, com seu 1,90 m de altura e o porte físico avantajado. João Saldanha foi um de seus desafetos. No comando do Atlético na vitória sobre a seleção brasileira, por 2 a 1, fez críticas ao então técnico do Brasil em entrevista ao “Pasquim”. Com atletas não foi diferente, tendo brigado com vários.

O zagueiro Brito, do Flamengo, defendia o Brasil na Copa do México, em 1970, e não estava enviando dinheiro para as despesas da família, no Rio. A esposa do jogador recorreu ao Flamengo, e Yustrich autorizou a liberação da grana. Assim que retornou ao país, com o título de tricampeão mundial, Brito falou que não admitia que ninguém entrasse na sua vida particular. O Homão disparou: “Para jogar sob meu comando você tem que ser homem e atleta.”
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