quarta-feira, 7 de junho de 2017

Estudo aponta aumento de mortes por overdose na Europa

O número de mortes por overdose aumentou na Europa, destaca o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT) em um relatório publicado nesta terça-feira (6), que também aponta a circulação de novas substâncias.
A principal droga consumida na Europa continua sendo a maconha, à frente da cocaína, principalmente produzida na Bolívia, Colômbia e Peru, cuja disponibilidade parece ter aumentado no continente, afirma o estudo, baseado em dados compilados em 2015 e 2016.
Sobre as mortes por overdose nos 30 países analisados (os 28 da UE, Turquia e Noruega), um total de 8.441 pessoas faleceram em 2015, 80% por consumo de heroína e outros derivados do ópio, segundo o relatório, que aponta o terceiro aumento anual consecutivo, de 6% na comparação com 2014.
Três em cada quatro vítimas são homens, explica a OEDT, que também cita o impacto nos óbitos das substâncias utilizadas nas terapias de desintoxicação, como a metadona, que na Dinamarca, Irlanda, França e Croácia supera, por exemplo, a heroína.
A agência europeia, com sede em Lisboa, faz um apelo por um reforço nas ações para impedir as overdoses, como a criação de salas de consumo de drogas com supervisão, que já existem em sete dos 30 países, assim como uma distribuição maior da naloxona, uma substância que permite deter as overdoses por opiáceos.
"O fenômeno da droga continua sendo um importante desafio para as sociedades europeias", afirma em um comunicado o comissário europeu de Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, que expressou preocupação com a exposição dos jovens "a numerosas drogas novas e perigosas".
A UE detectou 66 "novas substâncias psicoativas" (drogas ou produtos sintéticos) em 2016, 32 a menos que em 2015, mas o problema segue como um "desafio" para a saúde pública, já que as substâncias se renovam rapidamente e as vendas acontecem de forma cada vez mais clandestina, afirma o relatório.
No total, "mais de 93 milhões de europeus já consumiram drogas ilícitas", disse Avramopoulos, ou seja, mais de 25% das pessoas entre 15 e 64 anos.
A maconha é a droga mais consumida e, neste sentido, o OEDT destaca o interesse das autoridades políticas e do grande público nas mudanças de legislação "em algumas regiões do continente americano", cujo impacto deve ser analisado no futuro.

A cocaína, uma droga consumida sobretudo no oeste e sul da Europa, parece estar de volta, após um aumento das apreensões e de sua presença nas análises das águas das cidades, informa o relatório.
O Tempo

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