terça-feira, 20 de junho de 2017

Simone Leitão, o piano, quatro peças clássicas e nada mais

A apresentação que a pianista Simone Leitão faz nesta terça-feira (20) é uma oportunidade rara para o público de BH. Apesar de mineira, nascida em Caratinga, ela raramente vem a capital para recitais – a última vez foi há oito anos. Ela fica mais entre Rio e São Paulo, cidades onde também desenvolve trabalhos de formação profissional de artistas.
Apontada como um dos principais nomes da música erudita nacional pela crítica especializada, Simone revela que se tornou musicista por insistência. “Queria fazer aulas de piano, mas minha mãe não me colocava, porque minhas irmãs mais velhas já tinham desistido”, conta ela, caçula de 12 filhos e que tem como irmã mais famosa a jornalista Miriam Leitão. Um dia, quando tinha 8 anos, Simone trocou de lugar com uma amiga que ia começar aulas de piano. “Quando cheguei na casa da professora, ela logo soube que eu não era a aluna esperada: imagine se funcionaria isso. Em uma cidade pequena, todo mundo conhece as famílias”, se recorda, rindo da ingenuidade da infância.
Mas o resultado foi positivo porque mostrou o real interesse da garota a seus pais. Apesar de não serem musicistas, os dois, aliás, após essa resistência, a influenciaram. A mãe, Mariana, porque sempre quis ter uma filha artista clássica. “Ela achava bonito, por isso tentou com as minhas irmãs”, diz Simone. O pai, Uriel, pelo gosto em ouvir peças clássicas e pela preferência por Johann Sebastian Bach, compositor alemão que Simone passou a admirar. “Tenho uma relação forte com ele, até de identificação”, revela.
Por isso mesmo, a pianista traz, nesta noite, duas peças do compositor: “Partita nº2 BWV 826” e “Chaconne em Ré Menor”. Ambas estão também em seu segundo CD, gravado na Noruega, onde cursou mestrado – Simone ainda estudou nos Estados Unidos. A obra será oficialmente lançada no segundo semestre.
Além dessas peças, a apresentação traz mais duas: “Une Barque sur L’océan”, de Maurice Ravel, e “Sonata Para Piano nº1 op.22”, de Alberto Ginastera. “Gosto de contrastes, por isso misturei obras tão diferentes. A peça de Ravel é como uma pintura impressionista, feita para imaginar. A outra é de um argentino, moderna, com influência do jazz”, explica. “Ou seja, será um passeio por três séculos”, afirma.

AGENDA


O quê. Recital Simone Leitão
Quando. Nesta terça-feira (20), às 20h30
Onde. Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244, Lourdes)
Quanto. R$ 20 (inteira)
O Tempo

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