segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Extração da alma brasileira, hoje

Amadeu Garrido de Paula

Se tivéssemos condições de nos lançarmos a uma "extractio animae" no fim de 2017 é possível que as conclusões fossem mais drásticas.
O que vemos e sentimos hoje?
Sociedade polarizada, entre pretensa direita e pretensa esquerda.
Centro indefinido.
Espera fictícia de um salvador.
Política que não se diferenciou de politicagem.
Congresso e Presidência de barganhas.
Insegurança jurídica.
Tribunais superiores às portas de um recesso desanimador.
Famílias que se reúnem aos domingos e pensam em sair do País.
Ninguém, entretanto, deixa sem muito meditar sua pátria.
Juízes trabalhistas desbussolados depois de uma nova lei.
Insistência do governo em outra reforma indefinida e incerta.
Sindicatos de trabalhadores deitados por terra.
Latente e vulcânico inconformismo social.
Esperança última no amanhã - 2018. Terá razão Carlille, ao dizer que democracia é uma ditadura com urnas? Vejamos.
Contas públicas como a de um botequinho periférico.
Política econômica mágica, a exemplo de todas do passado.
Nunca intuições tão generalizadas de que as poucas coisas sólidas se desmancharão no ar.
Almas e corações a explodir. Restam caminhos apertados, é possível que deles venham as grandes estradas.
Fingidores, os poetas fingem deveras suas dores. E lutam.

Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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