quarta-feira, 28 de julho de 2021

PREFEITURA DE ITABIRITO IMPLANTA PROJETO DE EQUOTERAPIA NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE

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Itabirito

28 de julho de 2021

Por Lucas Porfírio 

Desde maio de 2021, o Centro Inconfidentes de Equoterapia presta serviços para a Prefeitura Municipal de Itabirito. O centro atende a população de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde (SUS). As famílias precisam custear apenas o deslocamento para o espaço, que fica em uma região central, facilitando o acesso. 

Ivana Pereira, coordenadora técnica e administrativa do local, conta que “o Centro Inconfidentes de Equoterapia é um serviço da Associação de Deficientes de Itabirito (ADI). Em 2017, em uma assembleia geral, as famílias das pessoas com deficiência do município pediram para que fosse implantada a equoterapia na cidade. A origem de tudo foi com essas famílias que queriam muito que essa prática fosse oferecida pelo poder público”. 

O Centro possui 16 profissionais, incluindo coordenação, equoterapeutas, guias, equitadores, estagiários, tratadores e voluntários. “Em maio de 2019, a equoterapia foi reconhecida por lei federal como programa de reabilitação. Com esse reconhecimento de processo terapêutico, [...] em setembro de 2019, baseado na lei federal, também virou lei municipal. A partir daí, houve o consenso da administração para que a equoterapia fosse implantada em 2020”, relatou a coordenadora. 

Equipe do Centro Inconfidentes de Equoterapia

Dentro da equoterapia, há possibilidade de ofertar quatro programas. “O Centro Inconfidentes [...] oferece três programas. A hipoterapia, que é para aquele praticante mais dependente que precisa de um guia, um mediador e um auxiliar lateral. A educação e a reeducação, que é aquela criança que começa a conduzir, mas já dispensa um auxiliar lateral. E o pré-esportivo, que é aquela criança que consegue conduzir o cavalo sozinho”, pontuou Silvana.

Segundo o coordenador técnico do serviço de reabilitação de Itabirito, Luciano Vieira Miranda, após “aprovada a lei municipal, surgiu naturalmente o contrato da prefeitura com o centro para prestação de serviço. [...] Nós criamos uma junta de regulação, treinamos os médicos para conhecer sobre a equoterapia e facilitar nos encaminhamentos”. 

A equoterapia é um processo complementar a outras terapias já oferecidas pelo município. “Ela vem auxiliar [...], ela não acontece sozinha. Uma equipe interdisciplinar, composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo, psicopedagogo e educador físico, se torna equoterapeuta. Nós temos todas essas especialidades”, explicou Ivana. 

O centro oferece 50 vagas anuais. De acordo com Luciano, a porta de entrada para a equoterapia é a unidade básica de saúde: “O centro é uma unidade secundária, por isso não tem as portas abertas. Os pais devem sempre passar pela porta de entrada que é a unidade primária e a unidade primária é a UBS [...]. As vagas são limitadas, as pessoas que precisarem do serviço, caso as vagas estejam ocupadas, devem aguardar na fila de espera”.

O tratamento do Centro Inconfidentes de Equoterapia tem duração de 1 ano e atende pessoas com deficiência de 3 a 25 anos de idade. “O tipo de cavalo utilizado para adultos é diferente do cavalo para os jovens. A gente precisou priorizar uma faixa etária por causa do tipo de cavalo. A gente não tem condições de ter todos os tipos de cavalos por enquanto”, esclareceu a coordenadora do centro. 

Benjamin Dias dos Santos durante a prática de equoterapia. 

Flaviano José dos Santos, pai do Benjamin Dias dos Santos (5 anos) que é praticante de equoterapia no Centro Inconfidentes desde o início do projeto, conta que “a equoterapia interferiu muito positivamente nas nossas vidas. Com o acompanhamento que ele tem com a fonoaudióloga, com a terapeuta e com a pedagoga ajudou a desenvolver a fala. Além disso, tem a parte da diversão, que é uma maneira dele extrapolar a energia, conviver com a natureza. Participar da equoterapia é muito bom para ele”. 

O educador físico e equitador da equipe, responsável pelo treinamento dos cavalos, Fabiano Geraldo Pereira, explicou que o cavalo auxilia no desenvolvimento motor. “A gente acha que o cavalo é um simples montar e conduzir. Na verdade o cavalo proporciona pra gente movimentos que muitas vezes no nosso dia a gente utiliza no andar. Ele proporciona em cada passo seis movimentos para gente. Então, em poucos minutos montando tem vários movimentos que a gente não consegue  realizar em 30 min de caminhada”, completou.

Após avaliação e diagnóstico, o praticante de equoterapia é direcionado para o plano de atendimento que é individual. Atualmente, o centro possui cinco cavalos: “o cavalo tem que ser dócil, não pode assustar com qualquer coisa, para isso entra o nosso trabalho de apresentar para o cavalo uma bola quicando, uma bola com chocalho dentro, proporcionar ao cavalo uma descontração ao invés de trazer ele com uma pressão”, afirmou o educador. 

Enrico de Mattos Claudio (11 anos), que estava montando a égua Brisa, conta que ser atendido pelo centro “é uma boa experiência. Todo mundo tem muito cuidado com a gente aqui. É tudo bem arrumadinho, tem brincadeiras que a gente faz e realmente melhoram algumas coisas quando não estou aqui. O que eu mais gosto são das pessoas e dos cavalinhos”.

Jornal O Liberal

Região dos Inconfidentes

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