quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Brasil bambo

Amadeu Roberto Garrido de Paula

Claudica-se em tudo. Um forte vento balança nossas árvores e nossas vidas. Terremoto político, social e econômico. Melhoramos? Sim, em alguns pontos. Mas a todo momento se anuncia uma nova tragédia. O governo não sabe como enfrentar seu déficit. A oposição se regozija do pior. Os milhões de desempregados existem ou não? Bafejado pela sorte, em uma vida quase septuagenária permanecei 16 dias desempregado, na adolescência. O desespero quase expelia as lágrimas.

Equivocados creem num salvador. Ele não existe. Um dos pontos fortes do budismo: é pecado o culto à personalidade. Vimos no que deu Hitler, Stálin, Mao Tsé Tung. Só nos resta calma em direção á Terra Prometida. Por que não, na imensidão deste território e na tolerância de nossa gente? Ocorre que nascemos vocacionados. Os países também. E as vocações são deturpadas. Deturpa-nos o "american way of life", de Mr. Trump. Antes adorávamos o estilo francês. Falta-nos estilo e o estilo é alma do homem.

Enchemos nossa língua de siglas. Instituições não são anunciadas, apresentam-se por siglas. Os adjetivos são águas desbordantes, escondem os fatos do povo. Assim no direito, na medicina, na engenharia, em tudo. É problema mundial, mas somos campeões (em problemas, não em soluções).

Grupos de pressão não são grupos de pressão, são bancadas parlamentares. Pastores das igrejas evangélicas não pagam imposto de renda. A Constituição imuniza os templos religiosos de impostos. Não são falsos profetas, são cavaleiros templários. A ignomínia se deu por contrabando ou jabuti, poucos dias antes de serem extintos pelo Supremo Tribunal Federal, que manteve as maldades já praticadas. Um de seus mentores curte o cárcere e seu semblante parece não mudar. Outros ocupam tempos régios nos canais da mídia. A Receita Federal rasgou uma autuação que preparou por anos e atingia meio bilhão de reais.

O crime organizado ganha do Estado Democrático de Direito. Impõe suas regras. No mundo, movimenta em torno de 7 trilhões de reais. Em muitos redutos, mais, muito mais, que vários países. O Brasil participa em grande escala desse domínio demoníaco. Não temos verba para remunerar o policial da esquina do bairro. O que fazer?

Há esperança? Sim, porque ela corre nas veias do homem. Mundos se acabaram em fome, guerras e fogo. E a humanidade ressurgiu. Atrás de um pequeno arbusto, depois de tudo dizimado, dois seres farão amor e dele brotará nova humanidade. Se conseguirmos evitar esse extremo, melhor. De qualquer modo, uma mensagem de luta, perseverança e coragem. Na correção de nossos diários, estaremos a fazer o necessário. No aperfeiçoamento de nossas personalidades, lançaremos as sementes de um novo reino, cheio de luz e sol. 

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação.

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