terça-feira, 13 de março de 2018

Descanso


Não é a consumação de um vil destino
quando o torvelinho do mar já nos obnubilou
que nos retorce os nervos e o intestino;
é  a frustração da esperança que nos deixou.

Há o momento do querer, ainda, no desespero,
que se vai como as folhas na chegada do outono
torna-se o nada, qual os carregados no enterro
se nada mais é possível, nossa luta é a paz do morto.

Eis a sabedoria da transitoriedade dos espasmos
dos momentos confortantes e das abissais torturas
o giro do eterno retorno ou o som dos metaplasmos.

Éramos uma folha branca num ventre nobre
do pó viemos e ao pó, gloriosos ou depressivos,
voltamos como conformado volta à casa o homem pobre.
   
Amadeu Garrido de Paulaé Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Esse texto está livre para publicação

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