quinta-feira, 15 de março de 2018

Anastasia promete resposta ao PSDB para segunda-feira

Após sofrer forte pressão das bancadas federal e estadual do PSDB de Minas Gerais, o senador Antonio Anastasia vai dar sua resposta final, na próxima segunda-feira, se será ou não o candidato do partido ao governo do Estado nas eleições deste ano. Pessoas próximas ao tucano acreditam que ele vai manter a posição de não concorrer ao pleito e continuar seu mandato em Brasília, mesmo com a possível debandada de quadros da legenda.
Os deputados estaduais se reuniram na terça-feira (13) com o senador, em Brasília. Por cerca de duas horas, eles conversaram sobre a importância de ele ser o nome da agremiação na corrida pelo comando do Estado e tomar essa decisão, o quanto antes, para a legenda saber qual caminho vai percorrer em 2018.
A pressão dos tucanos sobre o senador se acentuou nos últimos dias, especialmente, por dois fatores. O primeiro é a importância de o PSDB ter um palanque em Minas para auxiliar a pré-candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao Palácio do Planalto. Outro motivo, de caráter regional, é por conta da coligação proporcional. Sem candidatura própria, a chapa da sigla é considerada “pesada”, já que não consegue agregar outras legendas. Soma-se a isso a atual situação do senador Aécio Neves, desgastado por denúncias de corrupção.
O deputado Luiz Humberto Carneiro contou que, no encontro, Anastasia “mais ouviu do que falou” e não adiantou seu posicionamento. Contudo, pediu para que os correligionários continuassem unidos. “Pedimos (a posição) exatamente pra gente ter essa orientação de como vamos caminhar, para vermos o que o partido vai fazer, se vai lançar outro, se vai apoiar A ou B”, disse. “Se Deus quiser (ele aceita), é a nossa esperança”, acrescentou.
Bonifácio Mourão diz que saiu animado da reunião. Ele descreve que, ao fim do encontro, os parlamentares perguntaram ao senador se poderiam sair de Brasília com a “esperança” e “convencidos” de que ele seria o nome do partido para a disputa pela cadeira do Palácio da Liberdade. “O senador falou: ‘vocês podem dizer isso’”, afirmou. “Ele tem apreço pelo partido, pelo grupo político e, sobretudo, pelo Estado. Então, entramos numa situação e saímos, ao meu ver, em uma situação diferente”, completou.
O deputado estadual João Vítor Xavier disse que tem sido feita, de todos os lados, uma pressão ao senador, por conta da figura que ele representa. “Foi uma conversa muito boa e madura, e o importante é que Anastasia aceitou ser protagonista no processo eleitoral em Minas, sendo candidato ou não. Esperamos que ele reflita e aceite”, afirmou.
Porém, pessoas próximas ao ex-governador disseram a reportagem que, dificilmente, Anastasia vai mudar de ideia, e que a segunda-feira será um divisor de águas no ninho tucano mineiro. Um interlocutor da legenda afirmou que, se a negativa for mantida, o senador já está ciente de que vai ocorrer uma debandada, principalmente de deputados, como mostrou O TEMPO.
“Dissemos a ele na reunião que, se não for assumido esse compromisso conosco, não nos sentimos mais obrigados a ter o compromisso de concorrer pelo partido”, revelou. Ainda segundo a fonte, nomes que normalmente ajudam a construir a chapa proporcional já estão deixando a sigla.

 

Andrade agora define rumos

O vice-governador de Minas Gerais e presidente estadual do MDB, Antônio Andrade, começa a repensar agora como vai se posicionar na sigla com a ida do deputado federal Rodrigo Pacheco para o DEM. Ao defender a tese candidatura própria da legenda ao governo do Estado, Andrade colocava Pacheco como o nome para o cargo. E, segundo interlocutores, com a saída do deputado, o grupo sai enfraquecido no partido.
“Sinceramente, não sabemos como ele vai agir agora. É um momento de reflexão, mas fato é que ele está enfraquecido, mas deve continuar defendendo a candidatura própria. O MDB tem outros nomes importantes para essa disputa. Mas ele não vai sair do partido e, muito menos, da presidência”, conta uma fonte.
Com esse cenário, aliados do vice-governador avaliam que fica ainda mais próxima a reedição da aliança do MDB com o PT nas eleições deste ano, em busca da reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). Andrade e o petista estão rompidos desde o ano passado, mas a chamada “ala petista” na agremiação continua defendendo a coligação, que é mais “vantajosa” para a reeleição dos deputados estaduais.
A aposta no MDB mineiro é que Antônio Andrade decida concorrer, no pleito de 2018, a uma vaga no Senado Federal. Mas antes disso pode defender o seu nome para o governo do Estado, em uma espécie de demonstração de força.
Agendado

Ato. O deputado Rodrigo Pacheco vai se filiar ao DEM na próxima segunda-feira. O evento vai contar com a presença do presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência, Rodrigo Maia.
O Tempo

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