sexta-feira, 2 de março de 2018

Celulares com sensor monitoram o idoso dentro da residência

O TEMPO

TECNOLOGIA

Feira de dispositivos móveis apresenta facilidades para terceira idade

PUBLICADO EM 02/03/18 - 03h00







BARCELONA, ESPANHA. Os smartphones podem ajudar as pessoas mais idosas a continuarem morando em suas casas graças a diferentes sistemas de sensores que alertam seus familiares ou cuidadores em caso de alguma anomalia. O setor da tecnologia para cuidar de idosos é um mercado crescente, e um grande número de fabricantes apresentou suas últimas novidades no Mobile World Congress (MWC), a maior feira da indústria móvel, em Barcelona.

O objetivo é conseguir um lugar no “mercado sênior”, que deve atingir um valor de US$ 20 bilhões em 2020 só nos Estados Unidos, de acordo com a analista Laurie Orlov.

O interesse no setor é crescente: por um lado, a geração do “baby boom” está envelhecendo e representa um amplo segmento do mercado, e por outro, os sensores estão ficando mais baratos e tornam o negócio mais viável, indicou Orlov.

A start-up londrina Voltaware mostrou um sistema que utiliza um sensor instalado na caixa de fusíveis da residência. Esse dispositivo transmite os dados de consumo elétrico via Wi-Fi a um servidor virtual que os analisa. Se o idoso não se levanta pela manhã e liga a cafeteira, como é habitual, o sistema detecta a falta de atividade e o cuidador é avisado através de uma mensagem de texto.

O serviço está sendo oferecido em período de testes por duas companhias elétricas no Reino Unido e uma na Itália. “Se fosse feito com câmeras, seriam necessárias várias para ver a imagem completa, o que é caro. Nosso sistema não é muito caro porque só é necessário um sensor por residência”, disse o presidente da Voltaware, Sergey Ogorodnov.

Outro sistema, desenvolvido pela companhia israelense Vayyar, especializada em imagem 3D, utiliza ondas de rádio para detectar em que quarto a pessoa se encontra. O sistema, que requer um só sensor no centro do imóvel, permite identificar se a pessoa está sentada, em pé, deitada e, inclusive, se está respirando. Se cai ou para de respirar, seu cuidador recebe um alerta.

Em relação às possíveis preocupações com a privacidade dos usuários ante essa monitorização, os fabricantes argumentam que são os próprios idosos que costumam pedir esses sistemas e que podem desligá-los quando quiserem. Além disso, os sensores não gravam imagens, como os sistemas de videovigilância, de modo que seu uso é mais apropriado em espaços pessoais como banheiros, disse o diretor de marketing da Vayyar, Malcolm Berman.
Estimativa. A população maior de 60 anos deve se multiplicar até 2100, crescendo até 3,1 bilhões, em comparação com os 962 milhões atuais, segundo a ONU.


Produtos ajudarão pessoas a viver mais

Espera-se que a necessidade de produtos tecnológicos que ajudem os idosos a viver em casa por mais tempo cresça consideravelmente no futuro, dadas as atuais tendências demográficas mundiais. Para 2050, está previsto que mais de um terço da população europeia tenha 60 anos ou mais.

A empresa sueca de telecomunicações Doro revelou um sistema de monitorização de residência baseado em sensores que pode mandar um texto se os usuários caírem ou se deixarem a geladeira aberta, por exemplo.

A start-up canadense Aerial patenteou um sistema que analisa o comportamento humano em uma casa seguindo as alterações no sinal do Wi-Fi quando uma pessoa se move. A informação está disponível em um aplicativo. A empresa trabalha em uma versão mais avançada que alerta quando a pessoa está em risco de cair, ao detectar mudanças bruscas na velocidade de seu passo.
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