terça-feira, 18 de julho de 2017

Procissão sem destino


Por uma estreita estrada
em que não se vê o fim
há pedras e diamantes.
Muitos atalhos misteriosos
homens e mulheres caminhando
procissão corrida e densa
que enterra os que não suportaram
o peso de cruzes que todos carregam.
Há aqueles que indicam os caminhos
muitos errados, que conduzem
a pântanos povoados por monstros
e outros que excluem os caminhantes.
São juízes que sentenciam e bandidos que matam
e por vezes são também sentenciados.
Muitos dos seres se unem e se acoplam
outros grupos se desafiam e disparam bombas
dizima-se num episódio imemorial e constante
a que foi dado o nome rude de guerra.
Assim caminha a procissão, alegre e triste,
imaginam-se todos imortais, mero analgésico,
essa estrada deixou ao lado os campos santos.
Até que um deles sente o fim do caminho
que no entanto prossegue e a procissão, sem destino.

Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
Esse texto está livre para publicação.

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